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Matérias / Política

Política da boa vizinhança: Mercosul completa 30 anos

Inicialmente, a ideia era facilitar o comércio entre os países fundadores

Redação Publicado em 19/05/2011, às 18h15 - Atualizado em 26/03/2021, às 17h09

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Representação do Bloco - Divulgação
Representação do Bloco - Divulgação

Separados por anos de rivalidades econômicas, esportivas e culturais, Brasil e Argentina começaram a ficar mais próximos em 1985. Naquele ano, os presidentes José Sarney, do Brasil, e Raúl Alfonsín, da Argentina, deram início a uma série de reuniões que resultaram, seis anos mais tarde, no Tratado de Assunção (1991), que estabelecia o Mercado Comum do Sul.

Mais conhecido como Mercosul, o pacto comercial somava ainda Uruguai e Paraguai à aliança. A intenção era facilitar e ampliar o comércio entre os quatro países, que precisavam se inserir em um mundo que estava rapidamente se organizando em blocos comerciais. Além de incentivar o trânsito de produtos, serviços e pessoas, em 1995 o Mercosul passou também a regulamentar as transações dos quatro países com as outras nações.

Há outros sete Estados com o status de "países associados": Bolívia, Equador, Chile, Guiana, Suriname, Colômbia e Peru. Em 2012, a Bolívia assinou o protocolo de adesão, mas ainda não entrou oficialmente no bloco.

Críticas

O Mercosul, no entanto, é alvo de críticas desde sua criação. "Embora tenha sido idealizado para enfrentar a globalização, isso se desvirtuou", disse o professor José Alexandre Hage à AH em 2012. "O que a União Europeia levou 30 anos para conseguir, quiseram fazer em quatro." Segundo Hage, isso é reflexo de interesses políticos, já que, menos interessados em reduzir a rivalidade entre as nações, os governos adotaram uma postura imediatista.

Outros defendem que o bloco coloca entraves para negocições do Brasil com outros países. Já no aniversário de 30 anos do bloco, o cenário é marcado pela discordância entre os países.

Nesta sexta-feira, 26, conforme noticiado pelo G1, foi na reunião de comemoração que o presidente Jair Bolsonaro defendeu a maior possibilidade de negociações com países que não englobam o Mercosul.

Com a participação de Alberto Fernández (presidente da Argentina); Luis Lacalle Pou (presidente do Uruguai) e Mario Abdo (presidente do Paraguai) o encontro foi realizado atráves de uma chamada de vídeo, a qual Bolsonaro optou por sair antes do fim.

O que é defendido agora?

Bom, foi em dezembro de 2020 que o Uruguai chamou atenção dos parceiros ao apresentar a possibilidade dos membros poderem realizar acordos com blocos diferentes e até mesmo com países em 'ritmos' diferentes.

Contudo, a ideia, que também é defendida pelo Presidente da República, encontra obstáculos: esses acordados precisam acontecer com a aceitação dos outros quatros países, ou seja, de maneira conjunta. 

“Diferenças de perspectivas que existam entre nós, de natureza política ou econômica não deve afetar ao andamento do projeto de integração, desde que respeitados os princípios que balizam o bloco. Entendemos que a regra do consenso não pode ser transformada em instrumento de veto ou de freio permanente. O princípio de flexibilidade está escrito no próprio tratado de Assunção”, explicou Jair, que defende que essas regras não poderiam acabar por afetar a 'evolução' do bloco.

O presidente do país também defende que diferenças presentes entre os países que participam do bloco não poderiam impactar nem a integração e nem a economia regional. 

“O Brasil gostaria de destacar a importância da reunião extraordinária que nossos ministros vão realizar em abril para tomar decisões sobre a agenda e modalidades das negociações externas do Mercosul e em matéria de revisão da Tarifa Externa Comum, como proposto pelo Brasil”.