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Matérias / Egito Antigo

Por anos não reconhecida: a intrigante múmia da Rainha Tí, avó de Tutancâmon

Mãe do polêmico faraó Akhenaton, responsável por uma impopular reforma religiosa, a faraó teve sua múmia transferida após a queda de Amarna

André Nogueira Publicado em 26/04/2020, às 08h00

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Múmia de Tí - Wikimedia Commons
Múmia de Tí - Wikimedia Commons

Tí, ou Tiyi, foi uma poderosa rinha consorte do Egito, esposa de Amenhotep III da 18ª Dinastia, Reino Médio, e, portanto, mãe do polêmico faraó Akhenaton e avó do famoso Tutancâmon. Fazendo parte do último mandato poderoso do Reino Médio, ela viu o início da crise do Império que resultou em sucessivas quedas de governantes.

Além disso, também representou a desintegração dos Reinos, tempos depois de sua morte. Tí era filha do rei mitani Duiusrata, nascida na Síria e ligada a um panteão distinto ao do Egito.

A rainha se tornou esposa do faraó egípcio aos 10 anos, e, desde então, manteve-se ao lado do marido até seus dias finais, em completa fidelidade. Em um bom relacionamento, Tí foi comumente representada nos monumentos régios do Egito no governo de Amenhotep III, sendo uma das figuras mais reproduzidas na época, sempre em pé de igualdade com o marido. Isso pode indicar a popularidade da rainha.

Rainha Tí / Crédito: Divulgação

A religião de Tí era centrada na adoração quase henoteísta do Disco Solar, que no futuro seria instituído como religião oficial do Império, sob nome de Aton, pelo filho Akhenaton, criando uma forte crise política.

Sabe-se que o governo de Amenhotep IIIf oi internamente afetado pela presença de Tí. Isso porque ela apresentou à corte o Disco-Solar, que foi introduzido nos cultos da realeza e, como consequência, se estendeu à população.

Com Tí, a popularidade de Aton chegou a níveis inimagináveis, criando forte atrito da dinastia com os sacerdotes de Amon, que comandavam com largo poder em Tebas. A crise se fortaleceu com a política do herdeiro Akhenaton, o que afetou, inclusive, o sagrado túmulo da Rainha.

Crédito: Divulgação

Isso porque Tí foi enterrada inicialmente ao lado do filho em Amarna (Akhetaton), capital do reino atonista. No entanto, com a queda do imperador henoteísta, uma série de patrimônios ligados à religião estrangeira foi destruída, tentou-se apagar a memória do reinado de Akhenaton e a capital retornou a Luxor. Muitos túmulos de líderes celebrados foram transferidos de Amarna, tal como a tumba de Tí, encontrada no Vale dos Reis.

A descoberta da Tumba de Tí gerou grande polêmica na época. Em 1898, Victor Loret, arqueólogo, encontrou câmaras laterais na tumba de Amenhotep II, pai do marido dela, e entre elas estava sepultada uma mulher declarada como “A Senhora Mais Velha”, que demorou para ser identificada.

Muitos defendiam se tratar da avó de Tutancâmon, mas pesquisadores relutavam, alegando que não fazia sentido a mulher ser intitulada como "mais velha" no complexo funerário de um rei anterior à ela.

Máscara mortuária de Tí / Crédito: Wikimedia Commons

Todavia, anos depois, uma investigação no túmulo de Tutancâmon revelou uma mecha de cabelo com a inscrição do nome de Tí, provavelmente uma recordação para a Vida Eterna da tão adorada avó.

Esse artefato foi útil em 1976, quando foi realizada uma análise de partículas presentes no cabelo encontrado na tumba e uma mostra da Senhora Mais Velha, que depois foram comparadas. A combinação dos resultados deixou claro: tratava-se, sim, da poderosa Tí.

Em 2006, uma imagem presente numa estátua de granito da rainha, ao lado do marido Amenhotep II, foi encontrada por uma série de pesquisadores da Universidade Johns Hopkins, Estados Unidos, trazendo luz às formas de representação e identificação da rainha potencialmente perdida. O achado ocorreu em Luxor, capitão para qual sua múmia teria sido transladada.

Crédito: Wikimedia Commons

Em 2010, finalmente, foi oficialmente confirmado que tratava-se de Tí, que teria sido enterrada ao lado do sogro após as transferências ocorridas com a queda de Akhenaton: uma leitura de DNA esclareceu qualquer dúvida. A pesquisa foi possível com o apoio financeiro de Zahi Hawass, Secretário Geral do Conselho Supremo de Antiguidades do Egito e pesquisador especializado no período faraônico.


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