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Matérias / Egito Antigo

Por que tantas estátuas do Egito têm o nariz quebrado?

Entenda a realidade por trás da atual situação de muitas estátuas antigas

Giovanna de Matteo Publicado em 12/08/2020, às 10h05

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Estátua sem nariz - Divulgação/Museu Metropolitano de Arte
Estátua sem nariz - Divulgação/Museu Metropolitano de Arte

Muitas estátuas do Egito Antigo estão intactas e não se desgastaram pelo tempo. Ao mesmo tempo, existem aquelas no qual apenas algumas partes específicas estão destruídas, todavia, o motivo não é o mero desgaste temporal ou frutos de incidentes.

Edward Bleiberg, membro da equipe curatorial do Brooklyn Museum e especialista em arqueologia e arte egípcias, depois de ter percebido que uma das maiores curiosidades do público que visitava o museu ser em relação às partes perdidas das estátuas, decidiu estudar a causa desses eventos e apresentou evidências científicas a respeito das estátuas que se apresentam "danificadas".

Em declaração a Dayle Express, ele afirma que “a consistência dos padrões em que o dano é encontrado na escultura sugere que ele é proposital”.

O resultado da pesquisa concebeu a exposição “Striking Power: Iconoclasm in Ancient Egypt”, que ficou exposta na Pulitzer Arts Foundation , na cidade de Saint Louis, até 22 de agosto de 2019.

O poder sobrenatural 

Os antigos egípcios atribuíam muita importância às imagens; O arqueólogo Bleiberg afirmou que eles acreditavam que a "essência" de uma divindade ou o espírito de uma pessoa falecida poderia habitar os objetos e esculturas que lhe eram representados.

Essa crença constituiu nos povos do Egito Antigo práticas religiosas de devoção às imagens. Era muito comum que as pessoas fizessem oferendas para essas imagens, a fim de receber bênçãos e ofertar oferendas.

Locais de tumbas, templos, estátuas e relevos em pedra eram considerados lugares sagrados, como uma espécie de "portal" onde o mundo natural e o mundo sobrenatural poderiam se relacionar.

A explicação de Bleiberg para os atos de decapitação está no objetivo de “desativar a força da imagem”. O exemplo dado é de que, a partir desse ato, a mesma perderia algum poder que é relacionado a parte específica do corpo da estátua que foi retirado.

Estátua sem nariz / Pixabay

Segundo Adela Oppenheim, curadora do departamento de arte egípcia do Metropolitan Museum de Nova York, eles acreditavam que quebrando os narizes, a estátua perderia sua alma; isso está relacionado à função vital para a vida: a respiração, que sem nariz não seria possível. Isso impedia que as almas integradas ás estátuas recebessem oferendas ou as retransmitisse para os deuses. 

Bleiberg também analisa que o nariz não era a única parte que era comumente vandalizada. Ele identificou que muitas estátuas, em particular aquelas que tinham o obejtivo de transmissão de oferendas, tinham seus braços esquerdos depredados, em razão da crença de que as oferendas eram transmitidas com a mão esquerda. Por outro lado, estátuas que recebiam as oferendas tinham as mãos direitas depredadas.

Estátua sem braços / Pixabay

Iconoclastia ou vandalismo?

De acordo com Adela, os especialistas conseguem distinguir facilmente as esculturas que sofreram desgaste natural daquelas que foram atacadas propositalmente, explicando que os dois processos deixam marcas muito diferentes.

As esculturas que sofreram danos físicos propositais detém de uma especialidade específica, o que leva a acreditar que os ladrões e depredadores eram contratados para realizar esse trabalho de maneira correta e minuciosa.

"A precisão dos cortes indicava que se tratavam de trabalhadores habilidosos.", assegurou Bleiberg. Ademais, também explicou que em alguns casos, apenas o nome do alvo era apagado da escultura, o que indicava que esses trabalhadores não eram analfabetos.

"Danificar a estátua não era um simples ato de vandalismo", disse Bleiberg. Ele acredita que grande parte dos atos de destruição fizeram parte do Movimento Iconoclasta, um movimento político-religioso que era contra a veneração de ícones e imagens religiosas, instalado pelo Império Bizantino que começou no início do século VIII, e continuou até ao século IX. Com isso, alega que a deterioração das estátuas também detinha de interesses políticos.

Posteriormente, entre os séculos 1 e 3 depois de Cristo, as estátuas começaram a serem "demonizadas", o que também acabou sendo outro motivo para o ataque às imagens, que eram consideradas "pagãs" aos olhos da Igreja Cristã.


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