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Matérias / Arqueologia

Prática de reabrir túmulos há 1.400 anos na Europa intriga arqueólogos

Pesquisadores tentam desvendar os motivos por trás desse hábito antigo, a fim de entenderem melhor sobre a população da época

Penélope Coelho Publicado em 22/06/2021, às 10h46

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Túmulo reaberto na França - Divulgação/Éveha-Études et valorisations archéologiques & Antiquity Publications Ltd
Túmulo reaberto na França - Divulgação/Éveha-Études et valorisations archéologiques & Antiquity Publications Ltd

No último dia 18 de junho, um estudo de pesquisadores da Europa publicado no jornal Antiquity chamou a atenção. A pesquisa traz à tona uma prática antiga que vem causando dúvidas e certo mistério.

De acordo com informações publicadas recentemente pelo portal Live Science, os arqueólogos concluíram que a população que habitou a Europa a cerca de 1.400 mil anos, tinha o hábito de reabrir sepulturas e remover objetos do local. O que intrigava os pesquisadores eram os motivos por trás dessa prática.

Novas pesquisas 

Segundo revelado pelos estudiosos, tal hábito já havia sido alvo de pesquisa, sendo registrado “em cemitérios da Transilvânia ao sul da Inglaterra”.

Na nova investigação, as localidades citadas foram analisadas novamente, com o objetivo de desvendar essa prática.

Dos cinco cemitérios da Europa que já haviam sido investigados, os pesquisadores descobriram com o atual estudo que durante o século 6 d.C, os túmulos eram frequente abertos e os objetos presentes nas sepulturas retirados.

Inicialmente, acreditava-se que a prática estava relacionada a roubos, contudo, os pesquisadores não acreditam nessa hipótese, já que objetos de valor foram deixados para trás, como revelou em comunicado a pesquisadora na Universidade de Estocolmo e principal autora do estudo, Alison Klevnäs:

"Eles fizeram uma seleção cuidadosa de pertences para remover, especialmente pegando broches de mulheres e espadas de homens, mas deixaram para trás muitos objetos de valor, até objetos de metal precioso, incluindo pingentes de colar de ouro ou prata”.

Nas pesquisas recentes, os arqueólogos observaram que diversos dos itens que foram extraídos dos túmulos estavam em condições péssimas, o que não contribuiria para venda ou uso particular.

Além disso, os especialistas concluíram que geralmente, as sepulturas eram abertas logo após o enterro.

Túmulos reabertos na França / Crédito: Divulgação/Éveha-Études et valorisations archéologiques & Antiquity Publications Ltd

Teorias 

Até o momento, ainda não se sabe ao certo os motivos concretos que levavam a população da Europa a abrir túmulos há 1.400 anos, contudo, os pesquisadores têm alguns palpites. Eles trabalham com a possibilidade de que as aberturas ocorriam por motivos diferentes em cada região.

"A reabertura de sepultura tornou-se parte de um repertório de possíveis compromissos com restos mortuários em uma ampla área geográfica, mas as motivações foram provavelmente levadas tanto por preocupações locais quanto por entendimentos amplamente compartilhados sobre a morte e seus ritos", revelou a equipe.

Além disso, a retirada de objetos em péssimo estado, mas que mesmo assim continham valores simbólicos, pode representar crenças da população:

"Espadas e broches são alguns dos objetos mais carregados simbolicamente nas sepulturas [...] Eles foram dados como presentes e passados ​​como relíquias de família; são objetos usados ​​para conectar pessoas, inclusive através de gerações. Eles trazem histórias e memórias. Portanto, é provável que sejam recuperados por esses motivos”, disse Klevnäs, em entrevista ao Live Science.

Os pesquisadores concluíram que por mais intrigante que fossem, as aberturas de túmulos na Europa não duraram muito tempo, de acordo com a pesquisa, a prática desapareceu no final do século 7.

Para a comunidade arqueológica, a pesquisa traz resultados animadores, já que ajuda a reunir evidências de um fenômeno do século 6 e 7 na Europa Central e Ocidental, trazendo algumas interpretações possíveis sobre tal prática.

Confira a pesquisa completa aqui.


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