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Matérias / Música

Preso aos 19, nudez no palco e morte controversa: a peculiar trajetória de Jim Morrison

O líder do The Doors influenciou uma geração de psicodélica e misticismo com letras marcantes, mas abusou da saúde ao ponto de chegar a alucinar

Wallacy Ferrari Publicado em 18/04/2020, às 09h00

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Jim Morrison estende as mãos durante ensaio fotográfico - Divulgação
Jim Morrison estende as mãos durante ensaio fotográfico - Divulgação

Filho de rígidos funcionários da marinha americana, o conservadorismo não foi uma característica herdada pelo pequeno James Douglas Morrison, nascido em 1943. Devido a função de almirante de seu pai, Jim passou boa parte da infância e adolescência se mudando para diversos locais dos Estados Unidos, não conseguindo manter ciclos sociais duradouros pelos colégios que passava. Pelo distanciamento, começou a se aprofundar em filosofia.

Leitor assíduo de Arthur Rimbaud e Sigmund Freud, cegou a cursar psicologia e filosofia na Florida State University, mas não acabou se dando bem. Em um jogo universitário, começou a tirar sarro de jogadores e arranjou briga com a plateia, além de estar bêbado em público, perturbar a paz alheia e roubar um capacete de um policial. Além de causar um alvoroço, foi a primeira vez que Jim passou a noite na prisão.

Decidiu então largar os estudos filosóficos para seguir o caminho nas artes, quando entrou na Universidade da Califórnia em Los Angeles, onde graduou-se em cinema.

Afastado da família, chegava a queimar cheques que os parentes mandavam para garantir o seu sustento. Na faculdade, conheceu Ray Manzarek, que depois de ler alguns poemas de Morrison, dados como presente, fez uma proposta que mudaria sua vida.

O jovem Jim, aos 19 anos, em sua primeira mugshot / Créditos: Divulgação

Em 1965, junto a Ray e dois amigos que havia conhecido em aulas meditação, montou a banda The Doors, inspirado por um poema de William Blake que cita “as portas da percepção”. Com um estilo único, mesclava a selvageria no palco com o misticismo nas letras, se tornando um sucesso comercial controverso até para a crítica especializada. No auge do psicodelismo, o estilo de vida de Morrison influenciava a cultura pop com episódios bizarros.

Em certa ocasião, no ano de 1968, não chegou a subir no palco antes de um show em Amsterdam pois desmaiou ao confundir haxixe com um bolinho. Quando acordou, estava sendo cuidado por freiras e acreditou que estava no céu. Mas não seria a pior de suas polêmicas.

No ano seguinte, não apenas mostrou os genitais durante um show em Miami, mas foi autuado por atentado ao pudor e por incitação ao crime, visto que boa parte da plateia decidiu aderir a prática do vocalista e tirar as roupas.

My only friend, the end

O abuso de álcool e drogas passou se tornar um problema na vida de Jim devido a frequência e estimulo ao uso. Vulnerável e paranoico, chegou a se esconder, em 1969, na Jamaica, afirmando que estava tendo visões de pessoas o perseguindo e o matando. Além disso, os últimos shows da banda eram frequentemente comprometidos em ocasiões onde Morrison esquecia as letras em decorrência dos excessos.

Após uma frustrada turnê que terminou com Jim destruindo um microfone no palco de madeira de uma casa de shows de New Orleans, em dezembro de 1970, a banda precisou pausar a carreira pelas muitas dificuldades de convencer contratantes a realizarem shows pelas confusões e prejuízos. Morrison se mudou para Paris com a companheira Pamela Courson, com quem tinha um relacionamento aberto há seis anos.

Jim, em uma mugshot após causar tumultos durante um show do The Doors / Créditos: Divulgação

Seis meses depois, a mesma o encontrou caído na banheira do apartamento, sem vida. Sua misteriosa morte se tornou ainda mais inconclusiva pelo fato de que não houve autópsia, com a investigação concluída apenas pela cena do crime, sem suspeita de interferência externa. Morrison morreu aos 27 anos.

O laudo concluiu que ele teve uma parada cardíaca pelo consumo de heroína, fato contestado pela namorada, que afirmou que toda a heroína do apartamento pertencia unicamente a ela. Pamela morreu três anos depois, devido a uma overdose causada pela mesma droga.

A possibilidade mais relacionada aos fatores que levaram Morrison a morte é relacionada ao seu histórico de asma, visto que, além da insuficiência respiratória, fazia uso do remédio Marax, que já havia sido proibido no EUA por ser uma combinação mortal quando misturado com álcool. Seu túmulo, no cemitério de Père-Lachaise, é visitado por milhares de turistas anualmente.


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