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Matérias / Arte

A primeira missa: Veja 8 curiosidades sobre a obra de Victor Meirelles

O quadro buscava mais a criação de uma identidade do que a representação da realidade encontrada por Pero Vaz de Caminha

Redação Publicado em 22/08/2021, às 08h00

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Imagem da pintura de Victor Meirelles - Domínio Público/ Creative Commons/ Wikimedia Commons
Imagem da pintura de Victor Meirelles - Domínio Público/ Creative Commons/ Wikimedia Commons

Victor Meirelles foi o garoto prodígio das artes do Segundo Reinado. Estudou na Academia Imperial de Belas Artes, fundada por dom João VI em 1816, e ganhou uma bolsa de estudos na Europa, paga por dom Pedro II, entre 1853 e 1861.

Na França, produziu um dos quadros mais míticos e famosos da pintura nacional: 'A Primeira Missa no Brasil', inspirada na carta de Pero Vaz de Caminha. Ainda que até hoje o quadro vá parar em livros didáticos, o artista assumiu diversas licenças poéticas (ou errou mesmo) ao contar uma história de fundação do Brasil que agradava ao senso estético e histórico da monarquia.

'A Primeira Missa' estreou na Europa, no Salão de Paris de 1861. Foi a primeira pintura brasileira na então prestigiada exposição. A obra de Meirelles retrata cenas intensas e enevoadas, como em seus quadros sobre a Guerra do Paraguai.

O artista caiu em desgraça com a República. Em 1890 perdeu o emprego na Academia Imperial de Belas Artes, transformada em Escola Nacional de Belas Artes. Passou a pintar na rua, no Largo do Passo Imperial, no Rio. Viveu seus últimos anos de favores de amigos, e morreu na miséria, no Carnaval de 1903, aos 71 anos.

1. Romantismo

Detalhe da pintura de Victor Meirelles / Crédito: Domínio Público/ Creative Commons/ Wikimedia Commons

A natureza do Brasil, desprezada (e desmatada), havia ganhado ares de nobreza com o movimento romântico, que pregava um retorno ao mundo natural. As matas — com indígenas — se tornariam o ambiente principal do romantismo pictórico.


2. Os colonizados

Os indígenas são retratados em inocente e infantil curiosidade. Os tupiniquins eram
guerreiros ferozes — e canibais. Aliados aos portugueses, perderam sua cultura. Hoje,
existem cerca de 2,5 mil remanescentes. Todos falam português.


3. O homem que aponta

Detalhe da pintura de Victor Meirelles / Crédito: Domínio Público/ Creative Commons/ Wikimedia Commons

Meirelles transporta uma cena da segunda missa, em 1º de maio, para a primeira.
Caminha menciona um indígena que aponta para o altar e depois para o céu. Isso foi tido como sinal de que eles se converteriam facilmente.


4. Imperialismo

A cena central é similar a um quadro que retratava a conquista francesa da Argélia. Na verdade, o altar foi armado dentro de um pavilhão coberto, construído na hora, e não há menção à plataforma natural que aparece na pintura.


5. Licença geográfica

Detalhe da pintura de Victor Meirelles / Crédito: Domínio Público/ Creative Commons/ Wikimedia Commons

O Monte Pascoal foi a primeira parte do Brasil avistada pela tripulação de Cabral. Aparece ao fundo da pintura, mas, no mundo real, não é visível da praia. Fica a quase 60 km em direção sudoeste, no interior, a cerca de 30 km da costa. O quadro que inspirou Meirelles (veja abaixo) também tinha uma montanha ao fundo.


6. A praia

O local da missa não é o mesmo do descobrimento. Os portugueses passaram quatro dias se movendo para o norte, da costa de Porto Seguro até o final da atual Praia de Coroa Vemelha, em Santa Cruz Cabrália, na Bahia.


7. Trajes incorretos

Detalhe da pintura de Victor Meirelles / Crédito: Domínio Público/ Creative Commons/ Wikimedia Commons

Outra forma de fazer os indígenas parecerem inofensivos, adequados à cultura do século 19, foi dar uma retocada no seu visual. Caminha menciona que não havia nada escondendo as partes íntimas, que usavam pintura corporal, cabeças raspadas e botoques nos lábios. Um tanto selvagem demais para bons selvagens.


8. Os colonizadores

A missa foi celebrada pelo frei Henrique Soares de Coimbra, que mais tarde seria feito bispo de Ceuta, cidade no norte da África conquistada pelos portugueses. Como foi tradição até o século 20, o padre rezava de costas para a congregação. Cabral é o que está ajoelhado, segurando a bandeira com a cruz.


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