Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Matérias / Arqueologia

A primeira múmia de uma grávida: Relembre a inusitada descoberta

Encontrados na antiga cidade de Tebas, os impressionantes restos mortais da mulher têm cerca de 2 mil anos de idade

Isabela Barreiros, sob supervisão de Alana Sousa Publicado em 29/04/2021, às 17h25 - Atualizado em 04/04/2022, às 09h44

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Análise realizada na múmia - Divulgação/Academia de Ciências da Polônia
Análise realizada na múmia - Divulgação/Academia de Ciências da Polônia

Em meados de 1826, uma curiosa múmia foi levada para Varsóvia, na Polônia. Ela fazia parte de uma sequência de achados feitos por arqueólogos europeus enviados ao Egito. Na época, cientistas exploravam a região com o intúito de encontrar artefatos valiosos.

Uma vez em seu novo destino, a múmia permaneceu em exposição no Museu Nacional de Varsóvia durante anos. Décadas mais tarde, então, pesquisadores analisaram os restos mortais encontrados no Egito e publicaram suas descobertas em um estudo publicado em abril deste ano, na revista científica Journal of Archaeological Science

Segundo o autor principal da pesquisa, Wojciech Ejsmond, da Academia de Ciências da Polônia, trata-se da “primeira descoberta de um corpo embalsamado de grávida”. Ele afirmou que “não há outro corpo antigo tão bem preservado de uma mulher grávida”.

A primeira múmia egípcia grávida já identificada / Crédito: Divulgação/Academia de Ciências da Polônia

A múmia foi descoberta em túmulos reais localizados na antiga cidade de Tebas, no Egito, o que sugere que a mulher provavelmente fazia parte da elite da sociedade da época. Além disso, os egiptólogos dataram a descoberta como pertencente ao século 1 a.C., dando-a mais de 2 mil anos de idade.

O corpo mumificado foi escaneado pelos especialistas como parte do Projeto Múmia de Varsóvia, estudado a partir de tomografias computadorizadas e raios-X que revelaram os restos mortais de um feto dentro do corpo da egípcia. Acredita-se que ele tenha entre 26 e 30 semanas de vida.

Abdômen da múmia com feto / Crédito: Divulgação/Academia de Ciências da Polônia

A grávida, que morreu aos seus 20 anos de idade, foi enrolada em tecidos de alta qualidade, o que colaborou para a teoria de que ela fazia parte da nobreza. Além disso, ao lado do corpo, também estavam amuletos, que podem ter sido colocados para ajudá-la na vida após a morte, conforme a crença egípcia.

“Para os egiptólogos, esta é uma descoberta fascinante porque sabemos pouco sobre a saúde perinatal e a infância no antigo Egito. Os médicos podem estudar, por exemplo, o conteúdo intestinal do feto para reunir informações sobre o desenvolvimento do sistema imunológico nos tempos antigos”, explicou Wojciech Ejsmond, como relatou o Daily Mail.

Análise do abdômen da múmia / Crédito: Divulgação/Academia de Ciências da Polônia

Religião no Egito Antigo

Para os pesquisadores, “este espécime lança uma luz sobre um aspecto não pesquisado dos antigos costumes funerários egípcios e interpretações da gravidez no contexto da antiga religião egípcia."

No Egito Antigo, a crença da vida após a morte era muito forte e, geralmente, o feto seria mumificado separado de sua mãe, também embalsamada. A teoria dos especialistas é que, por o feto ser muito novo e ainda não ter nome, ele não poderia fazer a jornada pós-morte sozinho, sendo mantido com a mãe. 

“Pode ter sido pensado que ainda era uma parte integrante do corpo de sua mãe, uma vez que ainda não havia nascido”, afirmaram os pesquisadores.

“Esta múmia abre uma nova possibilidade para estudar a gravidez nos tempos antigos, o desenvolvimento dos fetos e os processos tafonômicos dos fetos, assim como dos úteros. O fato de apenas exames não invasivos desta múmia terem sido realizados até agora significa que ela está intacta e pode ser objeto de futuras investigações multidisciplinares”, concluíram.


+Saiba mais sobre arqueologia por meio de grandes obras disponíveis na Amazon:

Arqueologia, de Pedro Paulo Funari (2003) - https://amzn.to/36N44tI

Uma breve história da arqueologia, de Brian Fagan (2019) - https://amzn.to/2GHGaWg

Descobrindo a arqueologia: o que os mortos podem nos contar sobre a vida?, de Alecsandra Fernandes (2014) - https://amzn.to/36QkWjD

Manual de Arqueologia Pré-histórica, de Nuno Ferreira Bicho (2011) - https://amzn.to/2S58oPL

História do Pensamento Arqueológico, de Bruce G. Trigger (2011) - https://amzn.to/34tKEeb

Vale lembrar que os preços e a quantidade disponível dos produtos condizem com os da data da publicação deste post. Além disso, a Aventuras na História pode ganhar uma parcela das vendas ou outro tipo de compensação pelos links nesta página.

Aproveite Frete GRÁTIS, rápido e ilimitado com Amazon Prime: https://amzn.to/2w5nJJp

Amazon Music Unlimited – Experimente 30 dias grátis: https://amzn.to/2yiDA7W