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Matérias / Personagem

Ascensão e declínio do rei Pirro, um dos maiores inimigos da Roma Antiga

Primo de Alexandre, o Grande , o homem deu origem a expressão 'vitória pírrica', o que chamamos de vitória com sabor de derrota

Romeu José Santos Publicado em 14/07/2020, às 13h12 - Atualizado em 15/05/2023, às 16h47

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Estátua de Pirro no Museu Capitolino, Roma - José Luiz Bernardes Ribeiro via Wikimedia Commons
Estátua de Pirro no Museu Capitolino, Roma - José Luiz Bernardes Ribeiro via Wikimedia Commons

Pirro, o homem que inspirou a expressão “vitória pírrica”, nasceu em 318 a.C. e morreu
aos 46 anos. Era primo de Alexandre, o Grande, e filho de Eácides. Foi rei do Épiro e da Macedônia, e ficou famoso por ser um dos maiores inimigos de Roma. Embora não fosse considerado sábio, era um dos maiores generais de sua época, comparado a Aníbal e Alexandre.

Sua vida foi atribulada desde cedo. Quando tinha 2 anos, seu pai perdeu o trono de Épiro, e ele foi salvo da morte por servos fiéis da família e levado para Ilíara, terra de seus avós paternos.

Ainda muito jovem, aos 12 anos, é coroado rei do Épiro pelo rei ilírio Glaucias, que o criara. Perde o trono em 302 a.C. Pirro luta ao lado de Demétrio na Batalha de Ipso, na Ásia Menor em 301 a.C., com 17 anos, pelo domínio dos reinos de Alexandre, o Grande.

Ele ganha grande reputação pela coragem, apesar da pouca idade. Enfrenta impetuosamente todos os que cruzam seu caminho, atitude que o distingue por toda a vida militar.

Em 297 a.C., reconquista o reino do Épiro com a ajuda de Ptolomeu I e se estabelece na cidade de Ambrácia, fazendo dela sua nova capital, e se torna um dos reis mais queridos de seu povo; sua coragem e ousadia asseguram-lhe o respeito das tropas, e sua generosidade e afabilidade, o afeto de seu povo.

Em 286 a.C. declara guerra ao seu ex-aliado e cunhado Demétrio. Na batalha, Pirro vence e assume o reino da Macedônia. Dois anos depois é expulso da região por seu antigo aliado Lisímaco.

Em 281 a.C. a cidade de Tarento, no sul da Itália, pede ajuda a Pirro na luta contra os romanos. Ele marcha para a região com a principal intenção de formar um grande império na Itália e subjugar os romanos. Para isso conta com a força extraordinária do seu Exército, composto de cerca de 25.000 soldados.

Derrota os romanos na Batalha de Heracleia e em 277 a.C. ajuda os habitantes da Sicília a expulsar os cartagineses, que atacavam suas terras, e então conquista a cidade de Erix, onde se encontrava a maior força cartaginesa e melhores fortificações. Tem sucesso novamente ao derrotar os cartagineses com seu forte efetivo: cerca de 32 mil homens e 200 navios.

Ilustração da chegada de Pirro e suas tropas à península itálica / Crédito: John Leech/Domínio Público via Wikimedia Commons

A queda

Em 283 a.C. Ptolomeu I é morto em luta contra os gauleses e seu Exército é destruído. Era a grande oportunidade para Pirro reconquistar o reino macedônico. Ele, porém, permanece na Sicília, onde logo rende todas as cidades da região, e não enfrenta resistência por parte dos cartagineses, que desejam então fazer acordo.

Mas Pirro tem outros objetivos em mente, como expulsar de vez os cartagineses da Sicília e conquistar a África. O príncipe popular, entretanto, se transforma em tirano, perdendo grande parte dos admiradores, e não consegue o número suficiente de soldados para a empreitada.

Seu comportamento despótico causa grande descontentamento por parte de seus súditos, e mesmo vencendo as forças cartaginesas abandona a Sicília e volta para a Itália em 276 a.C. Ainda trava no sul da Itália a Batalha de Benevento em 275 a.C., mas dessa vez não obtém nenhuma grande vitória, então abandona a campanha e regressa ao Épiro.

Mesmo com o Exército bastante enfraquecido marcha e conquista o reino macedônio. A versão oficial sobre sua morte seria uma pedrada que levou numa batalha na cidade de Argos, em 272 a.C. Mas também diz-se que ele pode ter sido envenenado por um servo.

A expressão “vitória pírrica” ficou conhecida após a Batalha de Ásculo, em 279 a.C., contra os romanos. Pirro e seu Exército vence, porém as baixas são enormes. Ao ser parabenizado por seus generais pela difícil vitória, o comandante responde: “Mais uma vitória como esta e estou perdido”. Era cunhada a famosa expressão, que significa vitória com ares de derrota.