A princesa da Jordânia era casada com o primeiro-ministro e vice-presidente dos Emirados Árabes, mas refugiou-se no Reino Unido com os filhos em 2019
Giovanna Gomes Publicado em 28/01/2021, às 15h30
A história de Haya Bint al-Hussein, princesa da Jordânia, e meia-irmã do atual rei de seu país de origem, Abdullah II, é um grande mistério. Ela vive refugiada no Reino Unido desde 2019, quando fugiu de seu marido, o xeque Mohammed Al Maktoum, primeiro-ministro e vice-presidente dos Emirados Árabes Unidos, além de governante de Dubai.
A filha do rei Hussein e da rainha Alia, da Jordânia, nasceu em 3 de maio de 1974. Ela tinha apenas três anos quando sua mãe morreu em um acidente de helicóptero.
Desde cedo, foi educada na Bryanston School, no Reino Unido e, mais tarde, estudou filosofia, economia e política na Universidade de Oxford.
No ano de 2004, aos 30 anos, se tornou a sexta esposa do xeque Mohammed Al Maktoum, que na época tinha 53. Com ele, teve dois filhos, sendo uma menina chamada Jalila e um menino chamado Zayed.
Em Londres
A princesa fugiu de Dubai no ano de 2019 alegando temer por sua vida e se refugiou em Londres, local em que vive até hoje com os filhos e onde atua como diplomata. Conforme informações divulgadas na mídia, ela viveria numa casa avaliada em 85 milhões de libras, o que hoje dá cerca de 630 milhões de reais, no centro da cidade.
Segundo afirmou o jornal "The Guardian", o Reino Unido teria sido pressionado a extraditar a mulher, fato que a embaixada dos Emirados Árabes Unidos em Londres se recusou a comentar.
O que aconteceu
O real motivo da fuga ainda permanece um mistério. Porém, pessoas próximas à princesa dizem que teria relação com descobertas feitas sobre uma das filhas de Mohammed, a princesa Latifa.
A jovem havia fugido dos Emirados Árabes em 2018 com a ajuda de um francês pelo mar, mas acabou sendo levada de volta para o país quando se encontrava na costa da Índia.
As autoridades do país diziam que a filha do xeque estava "vulnerável à exploração" enquanto estava fora e que "agora estava em segurança em Dubai". Entretanto, muitos ativistas dos direitos humanos questionaram a ação, já que ela teria sido levada de volta contra sua vontade.
Latifa gravou um vídeo na época, então com 33 anos, dizendo que ela, assim como os demais membros de sua família, não tinha liberdade de escolha e que era submetida a uma série de abusos.
Até mesmo Haya, a princípio, teria defendido a volta de Latifa. Contudo, teria se deparado com novos fatos sobre o caso, de modo que membros da família do xeque passaram a pressioná-la. Pressionada com a situação, decidiu fugir do país.
Desde então ela passou a lutar pela guarda dos filhos, além de uma medida de proteção para a filha Jalila, já que o pai da garotinha teria arranjado um casamento forçado, enquanto ela tinha apenas 11 anos. O noivo seria o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammad Bin Salman, um homem 23 anos mais velho.
Felizmente, em março do ano passado, conforme repercutido pelo Estado de Minas, ela venceu a disputa pela guarda.
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