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Matérias / Segunda Guerra Mundial

Quando o Monopoly ajudou prisioneiros da Segunda Guerra a escaparem

O jogo de tabuleiro desempenhou um papel peculiar — porém fundamental — na fuga dos soldados dos Aliados que eram capturados pelos nazistas

André Nogueira Publicado em 10/09/2021, às 10h00

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Fotografia meramente ilustrativa de jogo de monopoly - Divulgação/ Pixabay/ HalasSwiatel
Fotografia meramente ilustrativa de jogo de monopoly - Divulgação/ Pixabay/ HalasSwiatel

O jogo Monopoly tem como um de seus principais elementos de destaque sua iconografia. O tabuleiro e os peões do jogo são únicos, cheios de referências e formas divertidas.

Entretanto, uma história menos contada revela que em 1934, o jogo teve um papel elementar durante a Segunda Guerra: ajudou prisioneiros aliados a escapar das prisões.

Isso porque os alemães, seguindo definições da Convenção de Genebra, permitiu que grupos humanitários, como a Cruz Vermelha, distribuíssem pacotes de assistência aos prisioneiros.

Além de alimentos, um dos itens incluídos nesses pacotes eram jogos e passatempos. Os Aliados, então, se aproveitaram dessa abertura para facilitar a vida de seus soldados em cárcere e criaram o Fundo Licenciado de Abastecimento de Ajuda a Prisioneiros (Licensed Victuallers Prisoners Relief Fund).

Com esse fundo, governos enviavam pacotes aos prisioneiros com kits de fuga escondidos: um desses principais disfarces era o jogo Monopoly. Dentro deles, havia bússolas, lixas de metal, dinheiro e mapas.

O Monopoly nos anos 1940 / Crédito: Reprodução

Os objetos passavam despercebidos. As bússolas e as lixas eram camufladas como as peças do jogo, principalmente peões. O dinheiro de bancos franceses era colado no verso das fichas em forma de cédulas que integram o mecanismo do tabuleiro.

E os tabuleiros escondiam mapas, de vital importância para a fuga dos prisioneiros para fora das cidades e, às vezes, do Reich. "O jogo parecia inocente demais para levantar suspeitas e era o tamanho ideal para um kit de fuga secreto", explicou o jornalista Ki Mae Heussner.

Na época, o jogo pertencia à companhia John Waddington, Ltd., que colaborou com a agência do Serviço Secreto do Reino Unido, o MI9. A empresa foi essencial para a elaboração dos kits secretos. Não por algum fator de benevolência ou afinidade dos britânicos com o jogo, mas porque John Waddington dominava uma tecnologia que era particular na época: a impressão em seda.

O elemento foi essencial para o sucesso dos kits: era um material mais duro que o papel, que não rasgava ou se dissolvia na água, mas era leve e fino o suficiente para os mapas clandestinos passarem despercebidos. Assim, poderiam ser colocados na bota ou num maço de cigarros, escondidos, pelos soldados fugitivos. Além disso, o material faz muito menos barulho que o papel quando aberto.

Por outro lado, o empresário, trabalhava na melhoria da impressão em seda antes, usando a tecnologia para a fabricação de panfletos e programas de teatro. Como retribuição pela colaboração com o esforço de guerra, Waddington foi licenciado a vender seu Monopoly no Reino Unido.

Soldados aliados feitos prisioneiros pela Wehrmacht / Crédito: Wikimedia Commons

Por coincidência e astúcia, um plano de fuga baseado nesse jogo foi traçado. Antes de partir para as missões, os aviadores da Royal Air Force foram informados de que, se fossem capturados, deveriam procurar jogos de monopólio nos pacotes de assistência enviados a eles.

As caixas adulteradas com o kit de fuga eram marcadas com um ponto vermelho que, para quem não conhecia a artimanha, parecia penas um defeito de impressão.

Os soldados eram também instruídos a, depois de usar o kit, destruir a caixa do jogo, para que o Eixo nunca descobrisse esse ardiloso esconderijo. E o plano deu certo: não só o segredo foi mantido dos alemães durante a guerra, como também possibilitou milhares de fugas entre 1940 e 1945.


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