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Matérias / Al-Qaeda

Quem era o líder da Al-Qaeda executado pelos Estados Unidos?

O chefe do grupo terrorista, que no passado foi o braço direito de Bin Laden, foi morto pela CIA no último final de semana

Ingredi Brunato, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 02/08/2022, às 12h16 - Atualizado em 06/08/2022, às 15h00

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Fotografias de Ayman al-Zawahiri - Getty Images
Fotografias de Ayman al-Zawahiri - Getty Images

Uma operação militar da CIA, a agência de inteligência dos Estados Unidos, assassinou o chefe da Al-Qaeda no último sábado, 30. Ayman al-Zawahiri, de 71 anos de idade, havia assumido a liderança do grupo terrorista após a execução de Osama Bin Laden em 2011. 

O homem que comandava a milícia radical islâmica estava escondido em Cabul, capital do Afeganistão, e foi morto através de um ataque aéreo não tripulado. Vale mencionar que, atualmente, o governo afegão é controlado pelo Talibã, outra facção de ideologia semelhante. 

Essa foi a primeira ação norte-americana a ocorrer dentro do país desde o fim da desocupação em 2021, que ocorreu em meio à volta dos talebans. Nenhuma casualidade civil ocorreu por consequência da operação, conforme um comunicado oficial repercutido pela Folha de São Paulo. 

A origem de um terrorista 

O líder da Al-Qaeda nasceu no Cairo, a capital do Egito, teve formação médica, atuando como cirurgião de guerra, e já possuía crenças jihadistas muito antes de fazer parte da milícia.

O jihadismo acredita que os princípios pregados pelo Alcorão (o livro sagrado dos mulçulmanos) devem ser impostos à sociedade através da luta armada. É importante destacar, todavia, que essa interpretação radical das leis do Islã é muito diferente da maneira pacífica como a expressa maioria dos fiéis encara o islamismo. 

Ayman, por sua vez, acabou sendo radicalizado ainda durante a adolescência, segundo informações repercutidas pelo g1. Aos 15 anos, o egípcio teria lido textos de Sayyid Qutb, autor jihadista, e não demorou para que criasse sua própria cédula terrorista junto de outros cinco jovens, planejando derrubar o laico governo do Egito, a fim de implantar um regime fundamentalista islâmico. 

Al-Zawahiri atrás das grades no Egito em 1981 / Crédito: Getty Images

Já em 1979, quando já possuía 28 anos, ele fundou o grupo fundamentalista "Jihadista Islâmica", e dois anos mais tarde acabou sendo preso devido às suas conexões com o assassinato de Anwar Sadat, o presidente egípcio. Após ser torturado pelos oficiais de Estado, acabou delatando um de seus colegas. 

Uma colaboração bem-sucedida

Al-Zawahiri conheceu Osama Bin Laden ainda na década de 80, durante um período em que estava servindo como médico militar no Paquistão, e logo os dois começaram a se aproximar, unidos por suas crenças semelhantes. Assim, em 1998, o egípcio fundiu seu grupo à Al-Qaeda, o que expandiu sua influência. 

O homem morto pelos Estados Unidos no último final de semana é, inclusive, considerado como um dos arquitetos do atentado de 11 de setembro, segundo relembrado por uma matéria recente da CNN.

Fotografia de al-Zawahiri junto com Bin Laden em 2001 / Crédito: Getty Images

Antes disso, contudo, ele já havia estado envolvido em outros ataques aos norte-americanos, incluindo atentados suicidas a embaixadas do país localizadas no Quênia e na Tanzânia, e o bombardeio de um navio da marinha estadunidense.

Outro detalhe é que o líder terrorista perdeu a esposa e os filhos em 2001, por conta de uma investida militar norte-americana do qual escapou por pouco com vida. 

Em 2012, o irmão de Ayman, que compartilha de suas crenças, descreveu a perpectiva que tinha em relação aos atos terroristas em uma entrevista à CNN: 

“Antes de você chamar a mim e ao meu irmão de terroristas, vamos definir o seu significado. Se isso significa aqueles que são assassinos impiedosos sanguinários, então não é isso que estamos fazendo. Nós apenas tentamos recuperar alguns dos nossos direitos que foram sequestrados pelas potências ocidentais ao longo da história", afirmou o homem na ocasião. 

Execução

O egípcio teria enfrentado dificuldades na administração da Al-Qaeda após a morte de Bin Laden. O grupo fundamentalista islâmico acabou perdendo popularidade, por exemplo, frente a iniciativas terroristas mais novas, como o Estado Islâmico.

Trecho de discurso público feito por al-Zawahiri / Crédito: Getty Images 

A al-Zawahiri, que andava sofrendo com problemas de saúde nos últimos anos, também faltaria o "carisma" do líder anterior, assassinado pelos EUA em 2011, segundo explicado pelo analista Peter Bergen na última segunda-feira, 1, também em uma conversa com a CNN: 

Ele não provou ser um líder muito competente da Al-Qaeda. Mas a razão pela qual acho que ele foi morto no Afeganistão no fim de semana foi que ele estava começando a correr muito mais riscos. Então ele estava se tornando mais proeminente. E eu acho que essa pode ter sido a razão pela qual ele foi detectado", opinou o especialista. 

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