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Matérias / Personagem

Ranavalona I: a implacável rainha de Madagascar que decapitou seu amante

Diferentemente das muitas polêmicas de seu governo, ela manteve-se firme para preservar sua cultura e foi impiedosa com os adversários

Gabriel Fagundes Publicado em 08/03/2020, às 08h00

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A rainha Ranavalona I - Wikimedia Commons
A rainha Ranavalona I - Wikimedia Commons

Filha de plebeus e nascida em 1788, Rabodoandrianampoinimerina, de forma simplificada, Ramavo ou até Ranavalona I, foi rainha de Madagascar. Ela ocupou esse cargo apenas porque seu pai, ao saber de um plano que objetivava matar o rei do seu país, Adrianampoimerina, delatou o ocorrido a ele.

O resultado disso foi à manifestação de gratidão do monarca pelo ato do pai de Ramavo, escolhendo-a para ser uma das 12 esposas de seu filho, Radama.

Mas nem tudo exala êxito nessa história. Pois, ao se casarem, diferentemente do esperado, não continuaram a tradição de ter filhos para a preservação da linhagem. O que, consequentemente, fez com que muitos questionamentos surgissem no momento em que o príncipe Radama faleceu de sífilis, uma infecção sexualmente transmissível. 

Na verdade, quem deveria assumir o trono era o príncipe Rakotobe, sobrinho do finado. Entretanto, existia o mandamento que conferia a Ranavalona a possibilidade de ser a próxima na linha de sucessão do reinado: o de obter uma criança. Sabendo dessa brecha, Rakotobe tentou interferir, com o objetivo de matá-la.

Crédito: Wikimedia Commons

Ela, consciente da armadilha, procurou cercar-se de pessoas e começou também a fazer amizades. Dessa forma, convocou diversos militares para preservar seu poder. Pouco depois, foi corada como Rainha em 12 de junho de 1829. E para os que não a aceitavam como tal restava uma única opção: a morte. O destino imposto a Rakatobe e sua família.

No momento de sua coroação conclamou: “Nunca diga, ‘ela é apenas uma mulher débil e ignorante, como pode governar um império tão vasto? Vou governar para a sorte do meu povo e glória do meu nome! Não adorarei deuses senão os de meus antepassados. O oceano será o limite do meu reino, e eu não cederei a espessura de um cabelo do meu reino!”

A partir desse fato, a rainha decidiu ressignificar todos os preceitos do seu ex-marido para impor os seus. Proibiu a propagação do cristianismo, afugentou missionários, quebrou o pacto comercial existente na época com a França e a Inglaterra.

Uma de suas ações mais crueis aconteceu quando seu amante foi visto com outra mulher. Assim que observou tal cenário, ordenou que ele fosse decapitado imediatamente, e assim aconteceu.

A mulher foi responsável pela preservação de identidades culturais, mantendo as raízes de Madagascar. Mas algumas de suas atitudes drásticas começaram a causar o esgotamento na população local.

Pouco depois, teve um filho chamado Rakoto, herdeiro oficial, mas que também não concordava com o modus operandi de sua mãe. Procurou inclusive prejudicá-la diversas vezes.

Porém, em 1861 Ranavalona morre, e quem acaba ficando no seu lugar é justamente o filho pródigo que, incapaz de gerir corretamente as funções do cargo, acaba morto logo ao assumir.


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Catarina, a grande, de Robert K. Massie (2012) - https://amzn.to/2uZ981g

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