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Matérias / Mundo

A rapper afegã que fugiu do casamento arranjado pelos familiares

A história de Sonita Alizadeh, que aos 26 anos, usa a música para desafiar práticas absurdas

Paola Orlovas, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 01/02/2022, às 16h41 - Atualizado em 30/09/2022, às 11h00

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Sonita Alizadeh em setembro de 2021 - Getty Images
Sonita Alizadeh em setembro de 2021 - Getty Images

Sonita Alizadeh, uma jovem de 26 anos, nascida em Herat, no Afeganistão, durante o ano de 1997, ficou conhecida após fazer sucesso como uma mulher rapper, mas levou uma vida muito desafiadora, e por vezes dolorosa.

Em suas músicas, a jovem não deixa de contar suas experiências, como as vezes em que a sua família tentou a vender. Durante a primeira vez, Sonita tinha apenas dez anos, segundo o portal de notícias MultiNews. 

A jovem artista /Crédito: Getty Images

Saindo do Afeganistão

Ainda jovem, Sonita teve que sair do Afeganistão com a sua família em busca de uma vida nova no Irã, devido à invasão do país feita pelos talibãs. No novo país, ela tomou contato com o rap, que ainda não conhecia.

Ela começou ouvindo um rapper iraniano, chamado Yas, mas logo as suas referências foram expandindo, até que ela chegou em Eminem, rapper americano. Em 2014, ela já escrevia suas próprias músicas e versos, e enviou uma de suas gravações para um concurso nos Estados Unidos.

Sonita ganhou o concurso, e deu o dinheiro para sua mãe, que decidiu que a jovem deveria voltar para a nação afegã, já que um homem estava interessado em comprar a jovem, que tinha 16 anos de idade, para ser sua noiva. 

A venda acabou não acontecendo, porque Sonita Alizadeh havia se encontrado com Rokhsareh Ghaemmaghami, uma cineasta iraniana, que a ajudou, e acabou escrevendo uma música sobre a situação com ela.

Crédito: Getty Images

'Noivas à venda'

O nome da produção foi “Brides for Sale” ou “Noivas à venda”, e o refrão dizia: “eu grito para compensar a vida silenciosa de tantas mulheres / eu grito para fazer o meu corpo falar das suas feridas”.

O videoclipe da música chegou a mais de um milhão de visualizações dentro do YouTube, o que fez com que a canção ficasse famosa, e abrisse porta para novas oportunidades para a rapper afegã.

Rokhsareh Ghaemmaghami aproveitou o momento e ofereceu a Sonita a produção de um documentário sobre a sua vida. Em seguida, a jovem passou a viver e estudar nos Estados Unidos.

Em uma declaração ao veículo espanhol El País, Sonita expressa sua vontade de mudar as situações vividas por jovens afegãs.

Espero que, tendo estado disposta a lutar pelas minhas ideias e tendo-me oposto à prática de casamentos arranjados, a minha música dê a outras mulheres a força de que necessitam para poderem decidir o seu próprio destino”, disse a rapper, de apenas 26 anos.

E Sonita Alizadeh também não deixa de expressar carinho por sua mãe, mesmo depois de suas experiências pouco agradáveis com ela quando mais jovem: “Eu a amo. Acreditem ou não, sei que ela fez o que, no seu entender, era o melhor para todos”. 

A jovem também insiste que o que busca fazer é trazer outro tipo de mensagem, algo mais positivo:  “O que eu quero transmitir é que se alguém quer mudar a sua vida está nas suas mãos fazê-lo. Mais ninguém pode o fazer”.