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Matérias / Arqueologia

Um cérebro de 2.600 anos curiosamente bem conservado: Relembre o achado

Encontrado em meados de 2008, o fóssil surpreendeu cientistas por apresentar tecidos moles que superaram o passar de milênios

Ingredi Brunato, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 01/10/2021, às 09h00 - Atualizado em 27/12/2021, às 14h20

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Fotografia do crânio aberto com cérebro dentro - Divulgação/ Axel Petzold/ University College London
Fotografia do crânio aberto com cérebro dentro - Divulgação/ Axel Petzold/ University College London

Em 2008, o que parecia ser apenas mais uma escavação rotineira em um terreno baldio da vila britânica de Heslington logo se tornou o palco de uma descoberta singular. Considerado um dos crânios mais antigos já encontrados no Reino Unido, tratava-se de um fóssil da Idade do Ferro que ainda escondia um material cerebral em ótimo estado.

Com aproximadamente 2.600 anos, muitos tecidos moles já teriam sido consumidos pelo tempo. Mas por que o cérebro foi uma exceção a isso, ainda mais levando em conta que esse órgão geralmente se decompõe até mais rapidamente que outros? 

Em janeiro de 2020, após 12 anos de mistério, pesquisadores do University College London finalmente solucionaram o enigma, e dividiram suas conclusões com o mundo científico através do Journal of the Royal Society Interface.

Efeito estranho 

Uma das hipóteses da equipe de especialistas é que a incrível preservação constatada no cérebro foi causada pela injeção de um fluido ácido dentro dele (sem a intenção de realizar um 'embalsamento' de fato). 

Essa substância, que teria acabado dentro do órgão por conta da maneira como o indivíduo morreu ou foi sepultado, teria impedido o processo natural de quebra de enzimas que provoca a decomposição cerebral. 

Combinados, os dados sugerem que as enzimas do cérebro antigo podem ter sido inibidas por um composto desconhecido que se difundiu do exterior do cérebro para as estruturas mais profundas", escreveram os pesquisadores, segundo repercutido pela Galileu. 
Fotografia do cérebro de Heslington / Crédito: Divulgação / Axel Petzold/ University College London 

O efeito disso teria sido a formação de proteínas compactadas em agrupamentos estáveis: “Um cérebro contemporâneo se dissolve, mas o que descobrimos continuou a revelar mais e mais proteínas”, relatou o Dr. Axel Petzold, principal autor do estudo, o que foi publicado pela CNN. 

Outras hipóteses

Já de acordo com o site CNET, outra conjectura levantada pela pesquisa é de que os restos mortais do sujeito foram enterrados logo após sua morte. Assim, o solo frio e baixos níveis de oxigênio ajudaram a realizar essa preservação natural. 

A possibilidade que uma doença misteriosa tenha provocado esse efeito também não foi descartada, embora os cientistas não tenham encontrado nenhum sinal de alguma condição neurológica. 

De uma forma ou de outra, a descoberta tem grande importância para a pesquisa biomédica, ao mostrar que é possível manter proteínas cerebrais bem conservadas através de milênios. 

Pedaço do cérebro preservado / Crédito: Divulgação/ York Achaeological Trust 

Outro ponto interessante da pesquisa, é que o dono do crânio descoberto fora um  guerreiro, acertado com força na cabeça ou então no pescoço para então ser decapitada. “Algo cruel deve ter acontecido com essa pessoa”, comentou ainda o Dr. Petzold, segundo repercutido pelo Science Focus. 

Possibilidades 

É relevante comentar ainda que, quando o órgão foi encontrado, estava altamente compactado, contudo, um esforço realizado pelos cientistas envolvidos na pesquisa no decorrer do ano de 2019 foi capaz de esticar as proteínas encontradas no tecido cerebral, o que fez com que elas recuperassem certas características geralmente verificadas em cérebros de humanos vivos.

Os diferentes usos e implicações do fantástico achado são inúmeros, uma vez que ele permite a realização de várias pesquisas, podendo levar cientistas a conclusões que não seriam possíveis de outra forma. 


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