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Matérias / Personagem

Romell Broom, o homem que sobreviveu a 18 tentativas de injeção letal

Condenado em 1984, o rapaz apresentou uma condição genética impressionante — tanto na investigação quanto nas injeções letais

Wallacy Ferrari

por Wallacy Ferrari

wferrari@caras.com.br

Publicado em 07/11/2020, às 09h00

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Romell Brown sorrindo em fotografia - Divulgação
Romell Brown sorrindo em fotografia - Divulgação

Em 1984, o jovem Romell Brown, na época com 28 anos, ia para o tribunal sob a alegação de um estupro, sequestro, roubo e, por fim, assassinato em um mesmo caso. De acordo com a investigação da polícia local, era Romell quem abordou Tryna Middleton, aos 14 anos, enquanto a jovem estava indo a um jogo de futebol americano em East Clevaland, Ohio.

Na ocasião, a garota foi raptada, estuprada e teve o corpo encontrado em no subúrbio da região. Mesmo com o auxílio de marcas no cadáver e relatos de testemunhas, o exame com o sêmen conseguiu deixar a investigação mais próxima do criminoso.

Os exames apontaram um dos suspeitos; Romell, que, no ano seguinte, foi condenado pelos crimes associados ao caso, tendo como sentença a pena de morte por injeção letal. A decisão do estado de Ohio não apenas resultou em uma longa fila de espera, como contou com recursos do rapaz — até depois da última instância.

O homem mostra as marcas de injeções pelo corpo / Crédito: Divulgação

Problemas judiciários

Ao longo dos anos seguintes, a pena do homem foi atrasada pelo Estado, sendo adiada por diversos momentos por juízes visto que fatos inconclusivos relacionados ao caso chamavam a atenção da corte. Visando uma resolução, a família do acusado decidiu entrar com um recurso em 2002 para rever a pena.

Um dos únicos fatores que poderiam associar o acusado ao crime seriam as provas, que foram recolocadas para averiguação com a retomada do processo. Com isso, o estado de Ohio ofereceu um teste de DNA — muito mais moderno do que o exame disponibilizado na década de 1980 — para Romell, em 2003.

O exame, no entanto, não comprovou a participação de Romell Broom. De acordo com o relatório, a correspondência não foi exata, com a probabilidade de Broom ser o doador de 1 em 2,3 milhões, indicando que outros oito ou nove homens negros no país poderiam ter a mesma sequência genética e poderiam apresentar a correspondência ao vestígios do crime.

Na ocasião, o juiz avaliou que a pena foi aplicada não apenas pelo crime, mas também pelos reincidentes criminais de uma tentativa de sequestro de Melinda G. uma garota de 11 anos, e um possível assassinato de Gloria Pointer, encontrada morta aos 14. Por isso, manteve a sentença e reagendou uma data para a execução.

O homem mostra as marcas de injeções pelo corpo / Crédito: Divulgação

Nem o diabo leva

A execução de Romell Broom seria finalmente realizada em 15 de setembro de 2009, com o rapaz instalado em uma cama onde agentes da justiça seriam responsáveis por injetar as drogas levais diretamente em sua veia, de maneira que a morte indolor ocorresse.

As duas horas seguintes, no entanto, surpreenderam a equipe médica, resultando inclusive em uma ordem de interrupção do então governador de Ohio, Ted Strickland.

De acordo com o UOL, foram feitas 18 tentativas de morte por injeção, todas sem sucesso. Romell não apenas aguentou as hiperdosagens, como abriu um debate para as penas de morte, sendo pauta inclusive da Anistia Internacional.

Os familiares argumentaram que o acusado foi sentenciado a apenas uma pena de morte — não prisão perpétua nem mais de uma, como já ocorreu em casos na justiça americana.

Visto que o acusado se submeteu ao procedimento sem apresentar resistência, ficaria sob responsabilidade do estado o funcionamento do remédio, logo, ele já teria cumprido a pena. De acordo com a 5ª e 14ª emenda da Constituição americana, a mudança de método não apenas seria cruel, mas também violaria a decisão judicial.

Com a decisão mantida, o último recurso foi rejeitado em 2017, após 32 anos do veredito. A execução do acusado foi programada para junho de 2020, mas acabou sendo adiada meses antes para março de 2022. A história se transformou em e-book em 2013, com o livro "Survivor on Death Row".


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