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Matérias / Arqueologia

Roter Franz: a impressionante múmia ruiva que teve a causa de sua morte descoberta após 1.600 anos

Encontrada no pântano Bourtanger, na fronteira da Alemanha com a Holanda, em 1900, a múmia foi intensamente estudada nos últimos 120 anos

Wallacy Ferrari Publicado em 23/03/2020, às 08h43

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A reconstrução de seu rosto, feita em cera, e o atual estado da múmia - Divulgação
A reconstrução de seu rosto, feita em cera, e o atual estado da múmia - Divulgação

Encontrada em 1900 no pântano de Bourtanger, localizado na fronteira da Alemanha com a Holanda, a múmia de Roter Franz impressiona por suas características acentuadas que permaneceram ao longo dos anos com sua mumificação, porém, uma das múmias mais bonitas já vistas foi conservada pelo acaso.

Com a análise feita na época que foi descoberta por arqueólogos da Alemanha, Roter Franz é uma múmia de um homem jovem, que foi popularmente apelidada de “Neu Versen Man”, devido a sua cor da barba, cabelo e sobrancelhas que se mantiveram rígidos e com a cor vermelha devido a reação dos ácidos presentes no local.

A equipe que o analisou chegou a conclusão de que o homem viveu entre 220 e 430 d.C., quando teria aproximadamente 30 anos de idade. Além da datação, foi possível chega a conclusão de que o cadáver, originalmente, possuía cabelos loiros. Porém, as principais descobertas foram notadas no estudo ao longo de seu corpo.

Apesar dos ossos expostos, algumas partes do seu corpo apresentam características de identificação / Créditos: Wikimedia Commons

Sinais de cortes profundos na garganta permaneceram visíveis nos tecidos moles mumificados, além de uma clavícula quebrada e um machucado no braço, que acreditam ser de uma flechada ou golpe com lança. Pelo local, uma das hipóteses passa seu assassinato seria um sacrifício humano, porém, pouco provável pelo fato do corpo ter sido encontrado deitado.

Pelo molde de deformação em suas coxas e virilha, a equipe observou que a musculatura de suas pernas se assemelha a de pessoas que passaram longos períodos montados em um cavalo, levando a conclusão de que o homem era um experiente jóquei. Sua altura, de aproximadamente 1,85m em vida, levanta a hipótese de que foi um membro da cavalaria das Legiões Romanas.

A possibilidade mais plausível sobre a situação que o levou a morte foi um ataque de latrocínio, um roubo seguido de morte, visto que, além da violência, o corpo não continha bens materiais e nem vestia roupas quando encontrada. O pântano, entretanto, foi o elemento-chave para manter a memória viva.

Sua conservação aconteceu acidentalmente, sendo enterrada pelos próprios movimentos pantanosos. Além disso, a acidez do solo e a ausência de oxigênio presentes nos pântanos do norte da Europa puderam retardar o processo de putrefação. Esta hipótese foi concluída em 1957, após encontrar diferentes tipos de pólen nos tecidos da múmia.


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