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Matérias / Brasil

A saga do coração do inventor brasileiro Santos Dumont

Logo após a morte do Pai da Aviação, sua família solicitou a ajuda de um professor — que teve uma ideia inusitada

Wallacy Ferrari

por Wallacy Ferrari

wferrari@caras.com.br

Publicado em 02/01/2021, às 09h00 - Atualizado em 20/07/2023, às 13h52

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Retrato de Alberto Santos Dumont feito por Zaida Ben-Yusuf - Domínio Público via Wikimedia Commons
Retrato de Alberto Santos Dumont feito por Zaida Ben-Yusuf - Domínio Público via Wikimedia Commons

Motivo de orgulho nacional, o aeronauta brasileiro Santos Dumont é conhecido por façanhas mirabolantes. Dumontnasceu no município de Palmira, mas a projeção mundial pelos impressionantes veículos aéreos fez com que sua cidade-natal mudasse o nome para Santos Dumont.

As homenagens foram presentes ao longo de sua trajetória, tanto nos anos finais do inventor, quanto após sua morte — essa, em específico, afetada por um período político; em meio a revolução constitucionalista contra o governo deGetúlio Vargas, o aeronauta se suicidava aos 59 anos de idade.

Mesmo assim, a possibilidade de transportar o corpo, que estava no Guarujá, para ser sepultado ao Rio de Janeiro, fora dificultada. A ideia da família foi consultar o professor da Faculdade de Medicina de São Paulo, Walter Haberfeld, para verificar a possibilidade de embalsamar Dumont até que o transporte e realização do funeral estivesse disponível, como informa o G1.

Comoção nacional mobiliza milhares durante funeral de Dumont / Crédito: Divulgação/Fundação Casa de Cabangu

Plano de conservação

Contudo, Walter conseguiu criar um plano para conservar o cadáver retirando os órgãos para desacelerar a decomposição. O procedimento ocorreu no Hospital Santa Catarina, na capital de São Paulo, destino durante meses, sendo finalmente transportado para o Cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro, em dezembro de 1932.

Sem utilidade na época, as vísceras do aviador foram descartadas, mas o professor teve o interesse em guardar algo para ter uma 'lembrancinha' de Dumont; o coração acabou não sendo descartado.

Só seria redescoberto em 1944 por Paulo Gomide na época diretor da Panair, a subsidiária brasileira da companhia aérea Pan American Airways. Na ocasião, ele propôs a devolução, afinal, tudo aconteceu sem autorização.

Walter aceitou a ideia, desde que o tão simbólico item não fosse direcionado ao descarte. O professor também solicitou que a família fosse avisada, o que ocorreu sem problemas, visto que a ideia de Gomide foi bem aceita entre os familiares.

Ele queria transformar o coração conservado numa representação física de Dumont em seu plano carnal.

Escultura de Ícaro carregando esfera com coração de Santos Dumont / Crédito: Divulgação/Museu do Amanhã

Esfera dourada

O novo detentor do órgão projetou uma esfera dourada que, acompanhada de uma escultura, armazenaria o coração do aeronauta. Dada a importância do projeto, os artistas plásticos contratados para produzir a obra, Américo Monterosa e Guy Eymmonet, não souberam que a esfera guardaria o coração de Dumont até a conclusão.

Nesse meio tempo, a Panair aproveitou a aquisição do executivo para realizar publicidade; durante a Semana da Asa, em 1944, levou o coração ao Rio de Janeiro em um voo, sendo entregue ao então Ministro da Aeronáutica, Joaquim Pedro Salgado Filho, pelo presidente da Panair, Paulo Sampaio.

A peça acabou sendo montada rapidamente, com o órgão armazenado em uma estrutura com cerca de 10 polegadas e repleta de pequenos furos, enaltecidos como “as estrelas do universo”.

Sob o item, a figura de Ícaro feita de bronze sustenta o universo com as mãos. Desde então, a peça está exposta no Museu Aeroespacial do Rio de Janeiro.


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