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Matérias / Ditadura Militar

Roubo do cofre: A ação da esquerda armada contra Ademar de Barros

“Esse dinheiro, roubado do povo, a ele será devolvido”, afirmou o capitão Lamarca após embolsar US$ 2,5 milhões do ex-governador

Isabela Barreiros Publicado em 21/03/2020, às 08h00

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O ex-governador Ademar de Barros e o guerrilheiro capitão Lamarca - Wikimedia Commons
O ex-governador Ademar de Barros e o guerrilheiro capitão Lamarca - Wikimedia Commons

Durante a ditadura militar brasileira, que durou entre 1964 e 1985, muitas foram as ações organizadas pela esquerda radical a fim de desestabilizar o autoritário regime. Muitas vezes criminosas, as guerrilhas armadas tiveram atuações que marcaram o período e são lembradas até os dias de hoje.

Uma das maiores operações feita por um notável movimento armado foi o roubo do cofre do ex-governador de São Paulo Ademar de Barros. Conhecido pelo lema “rouba, mas faz”, o político era famoso por sempre estar ligados a esquemas de corrupção e desvio de dinheiro em praticamente todas as áreas possíveis: educação, com empreiteiros e ainda na hora de cobrar um número altíssimo em propinas.

Em 1969, a amante de Barros, Ana Guimol Benchimol Capriglione, também conhecida por ele pelo codinome Dr. Rui, o qual utilizava com ela, escondia um enorme segredo em uma mansão no bairro de Santa Teresa, no Rio de Janeiro. Na casa, estava guardado um cofre contendo uma alta quantia de dinheiro. Acredita-se que muito do conteúdo tenha sido obtido por meio das ações ilegais do ex-governador.

O político Ademar de Barros / Crédito: Wikimedia Commons

Por mais que fosse uma confidência entre os dois amantes, o esconderijo do dinheiro não se manteve secreto por muito tempo. O cofre com milhões de dólares estava guardado na casa do irmão de Ana, o cardiologista Aarão Burlamaqui Benchimol. Quando o sobrinho da mulher descobriu, porém começou a largada para o que ficou conhecido como uma das principais ações da esquerda armada durante a ditadura militar.

O plano para roubar o “tesouro” foi organizado nos mínimos detalhes. 13 militantes da organização VAR-Palmares (Vanguarda Armada Revolucionária Palmares) tiveram participação direta na ação. Todos usavam codinomes para se referirem uns aos outros. A VAR-Palmares havia sido criada pouco tempo antes do assalto, ainda naquele ano, por meio da fusão de outros grupos radicais que já atuavam na oposição contra a ditadura militar.

Carlos Lamarca / Crédito: Wikimedia Commons

"Depois de uma longa investigação, localizamos uma parte da famosa ‘caixinha’ do ex-governador de São Paulo Adhemar de Barros, enriquecido por anos e anos de corrupção. Conseguimos US$ 2,5 milhões. Esse dinheiro, roubado do povo, a ele será devolvido", anunciou o capitão Carlos Lamarca. O Capitão Vermelho, como também era chamado, é lembrado como um dos maiores símbolos de resistência contra a ditadura. Viveu muitos anos na clandestinidade, planejando inúmeras ações na luta armada.

Na sexta-feira 18 de julho de 1969, o grupo entrou na casa e roubou um dos possíveis oito cofres de Barros. Rendendo à guerrilha US$ 2,5 milhões, a ação foi um enorme lucro para eles. De acordo com uma reportagem da Folha de S. Paulo de dezembro de 2010, acredita-se que com o dinheiro eles tenham conseguido “pagar salários a militantes, encontrar abrigo para eles e comprar um carro para a organização”.


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