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Matérias / Personagem

Sam Inafundável, a insana jornada do gato que sobreviveu a três naufrágios na Segunda Guerra

Após o navio alemão Bismarck ser abatido, muitos tripulantes não sobreviveram para relatar seus momentos de pânico, porém, um felino não só saiu vivo do confronto como superou diversas outras tragédias

Fabio Previdelli Publicado em 20/06/2020, às 08h00

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Fotos de Sam Inafundável - Domínio Público
Fotos de Sam Inafundável - Domínio Público

No nosso folclore popular, diz-se que todo gato tem sete vidas. A lenda, ainda que seja impossível apontar uma data ao certo de quando começou, pode ter suas raízes na Idade Média, quando muitas pessoas imaginavam que as bruxas tinham suas imagens associadas aos felinos — principalmente os pretos.

Entretanto, por mais que essa fábula não seja verdadeira, ao menos um gato em toda a História pode dizer que renasceu depois de superar diversas catástrofes diferentes.

A origem do felino

O gato, que tinha pelos pretos e brancos, era propriedade de um tripulante desconhecido do navio de guerra alemão Bismarck. O bichano estava a bordo da embarcação no dia 18 de maio de 1941, quando os germânicos planejavam colocar em prática a Operação Rheinübung — que tinha como objetivo bloquear o transporte aliado para o Reino Unido.

Foto de Sam Inafundável / Crédito: Domínio Público

Porém, o Bismarck afundou depois de uma feroz batalha marítima no dia 27 daquele mês. Do naufrágio, apenas 115 tripulantes, dos mais de 2.100, sobreviveram. Horas depois, o felino foi encontrado boiando em um destroço do navio e foi colhido pelo destroier britânico HMS Cossack.

Como o animal não tinha nenhuma placa de identificação, ganhou o nome de Oscar, que foi derivado do Código Internacional de Sinais para a letra 'O', que é o código para “Man Overboard” (Homem ao Mar).

Assim, o bichano serviu a bordo do Cossack pelos próximos meses, enquanto a embarcação realizava uma escolta no Mar Mediterrâneo e no Oceano Atlântico Norte. Todavia, em 24 de outubro de 1941, o navio escoltava um comboio de Gibraltar para a Grã-Bretanha quando foi severamente danificado por um torpedo disparado pelo submarino alemão U-563.

A tripulação foi transferida para o destroier HMS Legion, e foi feita uma tentativa de rebocar o Cossack de volta a Gibraltar. No entanto, uma mudança drástica nas condições climáticas fez com que a tarefa se tornasse impossível e tivesse que ser abortada. Com isso, em 27 de outubro, um dia após o fracasso, a embarcação afundou ao oeste de Gibraltar.

Uma explosão atingiu um terço da seção dianteira do navio, matando 159 membros da tripulação, mas Oscar também sobreviveu a isso e foi levado em segurança à terra firme.

Sam inafundável

Com mais essa história de superação, o felino recebeu o apelido de Unsinkable Sam (Sam Inafundável). Logo depois, o gatinho foi transferido, novamente, para o porta-aviões HMS Ark Royal, que, por coincidência, havia sido fundamental na destruição de Bismarck — junto com o Cossack.

Oscar, o gato de Bismarck, da artista Georgina Shaw-Baker / Crédito: Wikimedia Commons

Porém, Sam não encontrou mais sorte lá e, ao retornar de Malta, em 14 de novembro de 1941, este navio também foi torpedeado, desta vez pelo U-81. Também foram feitas tentativas de rebocar o Ark Royal para Gibraltar, mas o fluxo incontrolável de água tornou a tarefa inútil.

A embarcação submergiu e afundou a apenas 48 quilômetros de seu objetivo. A baixa velocidade com que o navio afundava permitiu que quase todos — exceto uma pessoa — fossem resgatados. Os sobreviventes, o que incluía Sam, foram encontrados agarrados a uma prancha flutuante por um Motor Launch e descritos como “irritados, mas sem ferimentos”. Posteriormente, todos foram transferidos para HMS Lightning e o HMS Legion — o mesmo que participou do resgate do Cossack.

A perda de Ark Royal provocou o fim da carreira de Sam. Primeiro, o felino foi transferido para os escritórios do governador de Gibraltar e depois enviado de volta ao Reino Unido, onde viu o restante da guerra morando na casa de um marinheiro em Belfast, chamada "Casa dos Marinheiros".

Sam morreu em 1955, e uma de suas poucas lembranças que ficaram foi um retrato pastel de Sam (intitulado Oscar, o gato de Bismarck) da artista Georgina Shaw-Baker, que está na posse do Museu Marítimo Nacional de Greenwich.


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