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Matérias / Personagem

Scotty Bowers: cafetão e amante de diversas estrelas de Hollywood

De Cary Grant a Bette Davis: ao ingressar no mundo dos famosos por acaso, nunca deixou de se envolver com os maiores nomes do cinema mundial

Caio Tortamano Publicado em 01/04/2020, às 16h00

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Valerie Vernon, Scotty Bowers e mulher desconhecida, respectivamente - Divulgação
Valerie Vernon, Scotty Bowers e mulher desconhecida, respectivamente - Divulgação

Depois de ter lutado na Batalha de Iwo Jima, no Oceano Pacífico durante a Segunda Guerra Mundial, Scotty Bowers voltou aos Estados Unidos encarando a perda de um irmão e dois amigos muito próximos.

Procurando qualquer que fosse o emprego para sobreviver, Bowers começou a trabalhar em um posto de gasolina como atendente em Hollywood. Sua beleza atraiu a atenção do ator Walter Pidgeon, que o convidou para dar uma volta em seu carro. Essa foi a primeira vez que Scotty entrou na alta sociedade hollywoodiana.

A carona rendeu um breve caso entre os dois, mas nada demais. O mais importante deste encontro foi o início de uma carreira paralela do veterano de guerra, que passou a oferecer o serviço das prostitutas para as maiores estrelas do cinema americano e mundial, tanto homens como mulheres.

Pidgeon fez a fama do jovem rapaz, e os serviços rapidamente começaram a chamar atenção. A demanda era tão alta, que ele tinha que encaminhar seus clientes para uma sala de espera — que, na verdade, era só um trailer estacionado na estação de serviço do posto de gasolina. Mas não parava por aí.

Ele também passou a trabalhar como bartender em festas para os figurões de Hollywood, onde ele conseguia contatos importantes — tanto para ele quanto para seus clientes. Em seu livro de memórias, Full Service, ele revelou ter dormido com atrizes e atores, tais como Cary Grant, Randolph Scott, Bette Davis, entre outros.

De acordo com o próprio Bowers, o seu livro só chegou a ser publicado porque grande parte dos nomes mencionados na obra já haviam morrido. Apesar do episódio, ele era muito discreto em seus negócios, e sabia que, dessa maneira, estaria blindando seus clientes e tornando o trabalho muito mais lucrativo.

Alguns de seus clientes desenvolveram uma verdadeira relação de confiança, ao que Scotty realizava muito mais do que serviços sexuais. Momentos como compras, jardinagem e outras tarefas, que poderiam ser encaminhadas a um assistente, eram confiadas a Bowers.

O documentarista Matt Tyrnauer, que produziu o documentário Scotty and the Secret History of Hollywood, conta que “Quando você tem que viver sua vida às escuras, imagine o quão importante é ter uma pessoa em que você possa confiar em todos os aspectos? Incluindo até as partes mais secretas”. Essa era a posição do cafetão.

Toda a sua discrição e confiabilidade tornaram suas confissões em seu livro muito mais bombásticas. Seus segredos eram picantes, mas um curioso foi a vez em que ele reuniu os atores Cary Grant e Rock Hudson com apenas 20 dólares no posto em que trabalhava.

Além disso, em 50 anos arranjou mais de 100 encontros com a atriz Katherine Hepburn, e dormiu com um dos diretores mais marcantes da história do FBI, J. Edgar Hoover — que estava vestido de drag queen enquanto eles faziam sexo. Todavia, o seu maior cliente era o compositor Cole Porter foi um de seus maiores clientes. Diversas orgias eram organizadas por Bowers a mando do músico.

A vida sexual do cafetão foi objeto de estudo para o pesquisador Alfred Kinsey, que estava determinado a saber mais sobre a pansexualidade de Scotty através da publicação de uma obra.

O lançamento do livro, entretanto, enfureceu a mídia especializada. O The New York Times publicou uma crítica literária que considerava o contéudo da obra como “supostas verdades”. Além disso, o The Telegraph's, por sua vez, aconselhava os leitores a aproveitarem o livro “como uma ficção”.

O documentário sobre sua vida conta cinematograficamente toda a carreira do pansexual, que teve um fim — certamente consciente — durante o auge da AIDS nos anos 80. Nesse período também casou com sua esposa Lois.

Scotty Bowers em seus últimos anos / Crédito: Divulgação

Em 2019, Scotty morreu aos 96 anos, deixando uma história na mitologia hollywoodiana que, por muito tempo, passou despercebida. Bem ao estilo de seu bem sucedido negócio.


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Ditadura e Homossexualidades: Repressão, Resistência e a Busca da Verdade, James N. Green (2014) - https://amzn.to/2QRoX2W

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