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Matérias / Personagem

Sem ajuda: A controversa morte de David Sharp no Monte Everest

O falecimento do alpinista inglês está envolto em uma discussão polêmica: acredita-se que diversos profissionais tenham visto o homem precisando de apoio, mas, decidiram não ajudá-lo

Penélope Coelho Publicado em 08/12/2020, às 12h17

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O alpinista David Sharp - Divulgação/Youtube/Documentary TV/11 de ago. de 2019
O alpinista David Sharp - Divulgação/Youtube/Documentary TV/11 de ago. de 2019

Nascido em 15 de fevereiro de 1972, em Harpeden, na Inglaterra, David Sharp, é conhecido por ter sido um alpinista e montanhista que escalou as montanhas mais altas do mundo, como: Cho Oyu, no Himalaia; Elbru, na Rússia e Kilimanjaro, na Tanzânia.

Contudo, seus anos de experiência o fizeram ganhar muita confiança, por isso, o homem acreditava que não necessitava de um guia para escalar locais que já estava familiarizado. Talvez, esse tenha sido um dos motivos cruciais que levaram ao seu triste fim.

Fotografia de David Sharp / Crédito: Divulgação/Youtube/Documentary TV/11 de ago. de 2019

A decisão

Aos 34 anos de idade, formado em engenharia mecânica na Universidade de Nottingham, o homem tinha planos de iniciar uma carreira profissional como professor no ano de 2006, enquanto levava o alpinismo como hobbie.

Na mesma época, David tomou uma decisão que mudou para sempre a sua vida: ele tentaria pela terceira vez chegar ao cume da montanha mais alta do mundo, o Monte Everest, na Ásia.

Em suas duas tentativas anteriores, o alpinista teve problemas durante a escalada e optou por desistir. Contudo, a ideia de chegar ao topo nunca saiu de sua cabeça e era um plano que ele gostaria de finalizar.

Na ocasião, o montanhista decidiu que enfrentaria o Everest sozinho e sem a ajuda de equipamentos de oxigênio. Como era de se esperar, a escolha polêmica deixou sua mãe preocupada.

Ela logo se confortou, pois sabia que querendo ou não, seu filho não estaria sozinho — já que outros escaladores estariam na montanha. Contudo, ela não imaginaria que seu filho não contaria com essa ajuda quando mais precisou.

Em 13 de maio daquele ano, Sharp iniciou sua escalada, sem os objetos cruciais para uma aventura dessas. Sabe-se que naquele dia alguns alpinistas encontraram o inglês caminhando solitário. No entanto, nenhum dos profissionais ali presentes verificou se David havia ou não chegado ao cume da montanha.

Morte solitária

No dia 14, por algum motivo, o alpinista começou a descer. Em algum momento daquele dia, David cruzou seu caminho com o cadáver do chamado “Botas Verdes” — provavelmente o corpo mais famoso que se encontra no Everest.

Fotografia do 'Botas Verdes', morto no Monte Everest / Crédito: Wikimedia Commons

O cadáver do alpinista não identificado é usado como um marco pelos alpinistas para medir o progresso da escalada, que sempre serve de ajuda para localização.

No entanto, depois de chegar no ponto, Sharp decidiu descansar na caverna, afinal estava sem a ajuda de equipamentos e tomado pelo cansaço e falta de ar. Uma escolha perigosa: foi assim que o montanhista encontrou sem fim, em 15 de maio de 2006.

O homem foi visto por um grupo de alpinistas, que passaram por ele perceberam que David estava quase morto e decidiram deixá-lo ali. 20 minutos depois, outro grupo avistou o inglês.

Dessa vez, Sharp reuniu todas as suas forças e conseguiu realizar um aceno. Mas, os outros montanhistas também deixaram o homem para trás. De acordo com o Usa Today, pelo menos 40 profissionais ignoraram o seu estado naquele dia.

O depoimento da maioria deles é alvo de polêmica: alguns dizem não ter visto Sharp na caverna, outros afirmam que tentaram ajudar e comunicaram o ocorrido através do rádio, mas, não tiveram sucesso.

Entretanto, de uma forma ou de outra já era tarde: o montanhista faleceu naquele mesmo dia provavelmente por hipotermia ou edema cerebral. A atitude dos outros aventureiros é questionada pela comunidade de escaladores até hoje, 14 anos depois da morte de David.

Não se sabe se o alpinista inglês conseguiu alcançar seu objetivo de chegar ao topo da montanha. Porém, sua morte serve de alerta para tantos outros escaladores que decidem subir a montanha encarando os perigos de estarem lá absolutamente sozinhos.


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