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Matérias / Personagem

Sem final feliz: o visceral e triste relacionamento de Oscar Wilde e Lorde Alfred Douglas

Em uma época em que a homossexualidade era considerada crime, o famoso autor sofreu as consequências de viver uma união fora das leis

Isabela Barreiros Publicado em 04/04/2020, às 11h00

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Os amantes Oscar Wilde e Lord Alfred Douglas - Domínio Público
Os amantes Oscar Wilde e Lord Alfred Douglas - Domínio Público

Foram 55 mil palavras amorosas escritas por Oscar Wilde ao seu amante Lord Alfred Douglas enquanto estava preso em uma cela de prisão em Berkshire, Inglaterra. A carta de amor visceral ultrapassava a perseguição sofrida por homossexuais no Reino Unido no século 19, demonstrando o amor romântico de um homem por outro.

O relacionamento — devido à sexualidade — fez com que Wilde passasse por uma infeliz situação: em 1895, o dramaturgo foi sentenciado a dois anos de trabalhos forçados num campo punitivo britânico. O escritor foi condenado a dois anos de prisão por sodomia e “indecência grave”, depois de processar Marquês de Queensberry, pai de Alfred por difamação após acusações de homossexualidade.

Wilde era casado com a autora irlandesa Constance Lloyd. Os dois permaneceram no relacionamento por 9 anos e tinham dois filhos juntos: Cyril e Vyvyan. Isso, no entanto, não fez com que um dos mais famosos casos extraconjugais não acontecesse. Nos últimos dois anos da união, o escritor conheceu Lorde Alfred Douglas, e os dois tiveram um forte romance.

Crédito: Domínio Público

Os dois se conheceram através de um primo de Douglas, Lionel Johnson, que os introduziu. O homem também foi responsável por escrever o romance The Green Carnation, que foi publicado anonimamente pela primeira vez em 1894. O livro é muito utilizado para falar sobre o relacionamento porque acredita-se que ele tinha Wilde e Douglas como inspiração para os protagonistas, narrando dramaticamente o namoro. O problema, porém, foi que a obra foi um dos textos utilizados contra o autor durante os julgamentos em 1895.

Ainda que estivessem apaixonados um pelo outro, a convivência não era fácil. Além de serem amantes — escondidos da lei da época e sem a aprovação do poderoso pai de Douglas — o poeta era descrito como mimado, imprudente, insolente e extravagante. É importante lembrar ainda que o nono marquês de Queensberry, o pai, fazia de tudo para difamar o artista e manchar seu nome para impedir o relacionamento, chegando até mesmo a a ameaçar espancar donos de estabelecimentos em que o casal tivesse encontros.

Douglas gastava fortunas com jogos de azar. Mas pior que isso: achava que seu amante tinha a obrigação de ajudá-lo com seus custos altos. Por esse motivo e muitos outros, os dois frequentemente brigavam e terminavam o relacionamento que, no entanto, voltava em pouco tempo com a reconciliação.

Nesses momentos de discussões acirradas e separação, eles escreviam cartas tristes um ao outro. A poesia observada nas obras dos dois fazia-se presente, ainda, nas correspondências trocadas por eles, que retornavam ao rapidamente ao relacionamento. Isso, porém, terminou com o processo que levou à prisão de Wilde.

Wilde e Douglas / Crédito: Wikimedia Commons

"Você é a atmosfera de beleza através da qual eu vejo a vida, a encarnação de todas as coisas lindas”, escreveu, certa vez, Wilde. Chamando-o de seu "queridíssimo menino, o mais querido entre todos os garotos", ao "garoto de cabelos cor de mel" jurou um "amor imortal”. Esse é só um pequeno exemplo do amor visceral contido nas mensagens.

De Profundis foi a principal obra que coletou a longa carta escrita por Wilde enquanto estava na prisão para seu amante. Publicada em 1897, a emocional epístola resumia o relacionamento dos dois em escrita. “Por detrás da alegria e do riso, pode haver uma natureza vulgar, dura e insensível. Mas por detrás do sofrimento, há sempre sofrimento. Ao contrário do prazer, a dor não usa máscara”, escreveu o autor.


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