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Matérias / Brasil

Semana de Arte Moderna de 1922: uma irreverente centenária

Polêmica, ousada e catalisadora de novos caminhos para a arte nacional, a Semana de 22 completa cem anos com fôlego para o debate e renovadas perspectivas

Raphaela de Campos Mello Publicado em 13/02/2022, às 06h00

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Pagu, Elsie Lessa, Tarsila do Amaral, Anita Malfatti e Eugênia Álvaro Moreyra em foto pós-Semana de 22 - Tarsila: sua obra e seu tempo (São Paulo: Perspectiva, 1975, p. 280) via Wikimedia Commons
Pagu, Elsie Lessa, Tarsila do Amaral, Anita Malfatti e Eugênia Álvaro Moreyra em foto pós-Semana de 22 - Tarsila: sua obra e seu tempo (São Paulo: Perspectiva, 1975, p. 280) via Wikimedia Commons

Acostumado às óperas, aos balés clássicos e aos concertos eruditos, o Theatro Municipal de São Paulo liberou, onze anos depois de sua inauguração, suas escadarias de mármore para a irreverência e para o próprio questionamento do que seria a arte e seu papel no início do século 20, impulsionado pelos ventos acelerados da industrialização.

Foi ali, na construção assinada pelo arquiteto Ramos de Azevedo, claramente inspirada na Ópera de Paris, que aconteceu a Semana de Arte Moderna, marco oficial do modernismo brasileiro.

O famoso Theatro Municipal /Crédito: Wilfredor via Wikimedia Commons

O evento, que se desenrolou de 11 a 18 de fevereiro de 1922, ofereceu ao público uma programação eclética na qual couberam conferências, saraus, apresentações musicais e de dança, além de exposições de escultura, pintura e arquitetura.

Importantes artistas brasileiros se envolveram no intento de renovar a compreensão da arte conforme insuflavam, desde a virada do século 19, as vanguardas estéticas europeias, como o futurismo, o cubismo, o dadaísmo e o expressionismo, diretamente influenciados pela Revolução Industrial e pelo processo de urbanização.

Nomes como Graça Aranha, Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Menotti del Picchia, Plínio Salgado, Ronald de Carvalho, Anita Malfatti, Guilherme de Almeida, Heitor Villa-Lobos, Victor Brecheret e Di Cavalcanti firmaram perante o país o espírito de ruptura em relação ao academicismo e defenderam em clima de festa e deboche a liberdade da experimentação artística.

Afinal, um mundo em ebulição carecia, segundo esses intelectuais e artistas, de novas linguagens e formas expressivas. Havia neles o desejo de se conectar às tendências em voga, sobretudo, na Europa e, ao mesmo tempo, produzir uma arte que fosse genuinamente nacional.

Mário de Andrade, Rubens Borba de Moraes, Tácito, Baby, Mário de Almeida e Guilherme de Almeida, Yan de Almeida Prado e outros modernistas / Crédito: A Imagem de Mário, ed. Alumbramento via Wikimedia Commons

“Pregando o resgate de uma cultura nativa autêntica, os modernistas oscilaram entre a admiração pela vanguarda parisiense e o repúdio aos preceitos francófilos responsáveis pelo academicismo então vigente", avalia Marcia Camargos no livro "Semana de 22: Entre Vaias e Aplausos" (ed. Boitempo).

Ela continua: "Ora partiam em defesa da internacionalização — ao difundirem as doutrinas em voga no Velho Continente, na tentativa de acertar o relógio com o ritmo do progresso ultramar —, ora lutavam pela brasileirização da criação plástica e literária”. 

“Embora o Brasil estivesse longe da modernização, os artistas já vivenciavam esse novo caminho, pelo fato de muitos deles estudarem na Europa nesse momento. As técnicas de pintura, as temáticas e os conceitos foram revisitados", analisa Debora Gigli Buonano, docente do curso de Artes Visuais do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo.

Segundo a pesquisadora, "a ruptura com a academia e o olhar para o entorno brasileiro foram importantes para reforçar o que era a identidade nacional brasileira. Consolida-se assim um olhar para dentro de nosso país”.


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