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Matérias / Crimes

Sexo, drogas e paranoia: a incomum vida na comunidade de Charles Manson

Localizado na Califórnia, o Rancho Spahn foi escolhido pelo lunático para ser a sede de sua seita macabra que pregava ideias misóginas e racistas

Paola Churchill Publicado em 12/05/2020, às 18h14

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Membros da comunidade hippie de Charles Manson - Divulgação
Membros da comunidade hippie de Charles Manson - Divulgação

Era 8 de agosto de 1969, quando a atriz Sharon Tate estava prestes a conceber o seu primeiro filho, fruto do casamento com Roman Polanski, um notório diretor de cinema. Um dia normal, Tate jantou no El Coyote Cafe, em Los Angeles, com Jay Sebring , Wojciech Frykowski e Abigail Folger — amigos da artista. Ao saírem do estabelecimento, voltaram para a casa da atriz em Cielo Drive, Bel-Air.

Pouco depois da meia-noite, a atriz e os amigos foram surpreendidos com a presença de um homem e três mulheres. Eram Tex Watson, Susan Atkins, Linda Kasabian e Patricia Krenwinkel, membros da brutal família Manson. O silêncio da madrugada foi substituído por gritos de desespero.

No dia seguinte, os EUA, estavam diante de um dos crimes mais bárbaros da História. A mente por trás da atrocidade era Charles Manson, uma personalidade tão insólita quanto o episódio.

Colinas ensolaradas

Nas colinas ensolaradas de Santa Susana na Califórnia, o culto macabro de Manson ganhava forma. O lunático estabeleceu uma comunidade poligâmica, onde ele era como a reencarnação de Cristo para seus seguidores, maioria do sexo feminino. 

Um desses fanáticos era Dianne Lake, que tinha apenas 14 anos quando ficou sabendo da comunidade hippie, que pregava a liberdade e o amor livre. Os seus pais faziam parte da contracultura e incentivaram a filha a abandonar a escola e se juntar a seita do Rancho Spahn.

Apresentada a Manson, o lunático de 33 anos fez dela sua amante. Aos 67 anos, ela relatou a experiência que viveu com o notório assassino e seu grupo no livro Member of the Family: My Story of Charles Manson, Life Inside His Cult, and the Darkness That Ended the Sixties.

Dianne Lake entrou na comunidade quando tinha apenas 14 anos de idade/Crédito: Wikimedia Commons 

Em sua biografia, Dianne relata que a comunidade era formada por um grupo muito grande de mulheres que estavam lá para satisfazer Manson “Podemos ter um desejo de ter Charlie para nós mesmos - eu sei que sim. Mas isso era secundário. Estávamos lá para servir Charlie e formamos uma irmandade”.

O lugar que Charlie escolheu para ser sua sede de seu culto foi o rancho Spahn. O lugar ficava perto de Hollywood e pertencia a George Spahn, que disponibilizava o local para a gravação de filmes com temática do Velho Oeste. No entanto, quando a comuna se apropriou, o local já estava em desuso.

Para que conseguissem ficar na propriedade sem serem interrompidos ou expulsos, Charles convenceu Lynette “Squeaky” Fromme, uma das antigas seguidoras, a manter relações sexuais com George, em troca de moradia para o restante do grupo.

Lynette inclusive tinha uma relação de irmã com Dianne, apesar de existir uma rivalidade entre as mulheres do clã, que disputavam o amor do líder macabro, as duas eram inseparáveis.

“Ela era uma ruiva muito animada e engraçada, e eu também era ruiva. E há algo sobre ruivos: temos um fio de semelhança em nossa peculiaridade, em nosso senso de humor... Nós apenas rimos muito” conta em sua biografia.

Réplica exata do Rancho Spahn feita para o filme Era uma vez... Em Hollywood, de Quentin Tarantino/Crédito: Divulgação 

De acordo com Lake, as pessoas que lá viviam passavam por uma violenta lavagem cerebral. Documentos de identidades eram queimados e todos deveriam adotar um novo nome. Para se ter ideia, as crianças que nasciam no lugar eram separadas de suas mães para não "criar raízes".

O grupo ainda se revezava para cuidar das tarefas diárias na comunidade como procurar comida nas lixeiras, praticar furtos ou cuidar dos cavalos que serviam para os turistas passearem. No período da tarde, o grupo se reunia para escutar os cultos de Manson.

Sexo e orgias

Charles foi ganhando mais e mais seguidores com o tempo, quando começou a pregar palavra de Deus misturado com um discurso misógino e racista. Para tentar doutrinar as pessoas que o acompanhavam, ele realizava orgias regadas a drogas principalmente o LSD.

Todos participavam dessa atividade, que em momentos se tornavam emaranhados de pessoas tirando a roupa um do outro em um círculo. Lake contou que esses bacanais faziam com que todos se sentissem ligados, como uma família.

Além disso, Charles dizia que todos que faziam parte da seita eram destinados a algo grande e conversava com os membros sobre uma possível guerra racial para restaurar a supremacia branca no país.

A morte que abalou os EUA

Em 1969, dois anos depois de Dianne ter entrado para o culto, ocorreu o assassinato da estrela em ascensão Sharon Tate e seu grupo de amigos em uma noite calorenta de agosto. Os assassinatos foram ordenados pelo líder da seita e chocaram os Estados Unidos: Tate, além de estar grávida, era esposa do renomado diretor Roman Polanski.

A família Manson quase saiu ilesa do crime. Só foram descobertos quando uma das assassinas e mais fiéis seguidores de Charlie, Susan Atkins confessou que tinha matado a atriz.

Charles Manson no dia de seu julgamento/Crédito: Wikimedia Commons 

Em 19 de abril de 1971, após um longo processo Charles Manson e seis de seus seguidores foram condenados a prisão perpétua por seus assassinatos. Dianne Lake, na época, decidiu testemunhar contra Manson e os membros da comunidade. Ela buscava uma vida nova e se sente grata por ter saído daquela situação. "muito abençoada por ter conseguido sair... Eu segui em frente e tive uma vida realmente maravilhosa".


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