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Matérias / Coluna

Sexys e psicopatas: Assassinos que são considerados um colírio

Mesmo cometendo crimes brutais e atos indescritíveis que chocaram a opinião pública, eles não deixam de conquistar corações no mundo todo

M.R. Terci Publicado em 29/08/2019, às 03h00

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Imagem Sexys e psicopatas: Assassinos que são considerados um colírio

Vivemos num mundo doente, pejado de egoísmo e violência, demasiado materialista, dominado pelas aparências. Um mundo em colapso, construído sobre pilares frágeis e machucados, acaba gerando um ser humano fraco e ferido, carente de ser e de se apresentar e de ser reconhecido pelo outro.  Não há outra explicação, apenas um mundo com tais características ostenta estupradores e assassinos em série como objeto de desejo.

Mas em que furna abissal da alma humana se esconde desejos dessa natureza? Talvez a crença ingênua de redenção inspire essas criaturas. Quiçá o fantasma de uma fantasia sexual perversa assombre seus sonhos mais inconfessos ou, quem sabe, o desejo inconsciente de morte paire incansável em seus dias vazios.

Venham comigo, pelos caminhos mais escuros de nossa história conhecer os assassinos mais boa pinta do pedaço, a cara metade, a alma gêmea, carne e unha e objeto de desejo de milhares de pessoas em todo mundo.

Casey Anthony

Casey Anthony / Crédito: Reprodução

Conhecida como a mãe mais odiada dos EUA. Casey tinha 25 anos de idade, em 2008, quando respondeu pelas suspeitas de homicídio em primeiro grau, homicídio culposo e abuso infantil de sua própria filha, Caylee, de dois anos.

Segundo a acusação, Casey teria usado clorofórmio para anestesiar a criança, vedado seu nariz e boca com uma fita adesiva até a sufocação e atirado o corpo em um matagal em Orlando, na Flórida. Julgada em 2011, ela atraiu uma cobertura comparável ao célebre caso O.J. Simpson. Foi absolvida das acusações pelo júri, mas acabou cumprindo uma pena de 4 anos por mentir várias vezes aos investigadores, incluindo uma afirmação inicial de que a filha havia sido sequestrada por uma babá que não existia.

Na data de sua libertação, conforme o carro deixava o estacionamento da prisão, centenas de pessoas avançaram contra a proteção policial gritando: "Uma assassina de bebês acabou de ser libertada”. No meio da multidão, todavia, Anthony contava com muitos defensores, incluindo um homem com uma faixa onde se lia "Casey, casa comigo?".

Amanda Knox

Amanda Knox / Crédito: Reprodução

 A norte-americana apelidada de Foxy Knoxy foi condenada pelo assassinato em primeiro grau de sua colega de quarto, a inglesa Meredith Kercher, em 2007, durante um violento jogo sexual em Umbria, Itália.

O julgamento do caso Knox também foi marcado por intensa cobertura da imprensa. A atenção transformou a história em uma espécie de episódio de Lei & Ordem, repleto de rostinhos bonitos sobre os quais se discutiam culpa e motivação. Impulsionadas pela polêmica da suposta mistura de violência e sexo que causou a morte da jovem, admiradores de Knox faziam circular fotografias e vídeos, descrita como uma garota bonita, rica e promissora que, por baixo das aparências, é capaz de atos cruéis.

Em 2011, julgado o recurso, Knox foi inocentada. Ao saírem do tribunal, eles foram recebidos por uma multidão que gritava "vergonha, vergonha!". Nas redes sociais seus fãs comemoram.  

Scott Peterson

Scott Peterson / Crédito: Reprodução

Tal é sua aparência que muitas de suas admiradoras o confundiam com o ator Bem Affleck. Peterson foi condenado pelo assassinato da esposa, Laci Peterson, e seu filho nascituro. Os corpos da esposa e do filho, desaparecidos desde a véspera do Natal, foram encontrados em abril de 2003, na baía de São Francisco.

Desconhece-se, no entanto, como é que os corpos foram encontrados separadamente. A perícia não soube determinar se a jovem grávida deu à luz e só depois foi morta ou se Scott matou a mulher e tirou o bebê. Scott ainda aguarda o cumprimento da sentença no corredor da morte da Prisão Estadual de San Quentin.

Como outros tantos criminosos que tiveram grande inserção na mídia, Peterson recebe uma grande quantidade de correspondência de fãs, incluindo propostas de casamento. Richelle Nice, membro do júri durante seu julgamento, e que está entre suas fãs, menciona: “Escrevi a ele, pela primeira vez, a conselho de meu terapeuta.”

Tiago Henrique Gomes da Rocha

Tiago Rocha / Crédito: Reprodução

Um serial killer brasileiro, conhecido como Maníaco de Goiânia que ao ser preso, em 2014, confessou ter assassinado 39 pessoas, a maioria mulheres, entre os anos de 2011 e 2014, na cidade de Goiânia, Goiás.

E geral suas vítimas eram garotas de programa, moradores de rua e homossexuais. Nos depoimentos posteriores, Tiago reduziu o número de assassinatos de 39 para 29, contudo as investigações continuaram em pelo menos 38 daqueles anteriormente confessados.

Ficou noivo de outra detenta, Jessica Alves dos Santos, 21 anos, condenada por roubo e latrocínio, reclusa na ala feminina do mesmo presídio. O casal nunca se encontrou, o único contato é pelas cartas. As correspondências estão repletas de juras de amor, mas o relacionamento não irá além disso. A Diretoria Geral da Administração Penitenciária proibiu as núpcias do casal.

Ora, veja. No conforto de nossas poltronas, no recesso guarnecido de segurança de nosso lar, aspiramos que tudo isso não passe de ficção. Mas não aqui.


M.R. Terci é escritor e roteirista; criador de “Imperiais de Gran Abuelo” (2018), romance finalista no Prêmio Cubo de Ouro, que tem como cenário a Guerra Paraguai, e “Bairro da Cripta” (2019), ambientado na Belle Époque brasileira, ambos publicados pela Editora Pandorga.