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Matérias / Segunda Guerra Mundial

Shindo Renmei, a organização que matou quem admitia a derrota do Japão na Segunda Guerra

Causando pânico em São Paulo, o grupo espalhava mentiras sobre a rendição do Japão

Redação Publicado em 06/08/2020, às 13h32

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Imagem ilustrativa de uma pessoa segurando uma faca - Pixabay
Imagem ilustrativa de uma pessoa segurando uma faca - Pixabay

Alvo de uma vida difícil e rodeada de preconceitos, na década de 1930, a comunidade de imigrantes japoneses no Brasil já era enorme. Com o fim da Segunda Guerra Mundial em 1945, novos problemas começaram a rodear os nipônicos que viviam em São Paulo.

Engana-se quem acredita que as chamadas Fake News são um inconveniente somente no século 21. Já que as notícias falsas resultaram em um grande terror vivido por imigrantes japoneses com o fim da batalha.

Tudo começou quando um grupo extremista de pessoas advindas do Japão passou a espalhar um boato de que na verdade, o país nunca havia perdido a guerra. Para eles, a história de que o imperador japonês havia se rendido era uma falácia.

Os nacionalistas conhecidos como Shindo Renmei, tinham a própria versão da realidade e ficavam furiosos com aqueles que não acreditavam em suas teorias. Contudo, o grupo ia além e assassinava pessoas da comunidade japonesa, que para eles estavam conformadas com o capitulo final da Guerra.

Bombardeamentos de Hiroshima e Nagasaki / Crédito: Wikimedia Commons

O terror

Aqueles que não concordavam com as muitas teorias, eram apelidados pelos Shindo Renmei de "corações sujos". O grupo acreditava que essas pessoas deveriam ser eliminadas, com a justificativa de que faziam isso por amor à pátria.

De acordo com o portal de notícias Superinteressante, em 1945, o grupo era grande e influente, por isso, contava com cerca de 100 mil sócios em 64 municípios espalhados por São Paulo. Além disso, eles tinham muito dinheiro e facilmente conseguiram produzir revistas, espalhando notícias falsas para a comunidade japonesa.

Os assassinos encarregados do crime eram em sua maioria homens jovens. Inicialmente, os garotos abordavam suas vítimas dizendo que elas eram traidoras e que por isso tinham que morrer.

O primeiro assassinato cometido pelo grupo extremista foi o de Ikuta Mizobe, presidente da Cooperativa Agrícola do município de Bastos, São Paulo. No dia 15 de agosto de 1945, o homem havia distribuído para seus funcionários um folheto confirmando a perda do Japão na Segunda Guerra. Mesmo sem saber, quando espalhou o documento, o homem havia selado seu destino e foi assassinado em 7 de março de 1946.

Navio japonês onde diversos imigrantes embarcaram / Crédito: Wikimedia Commons

Todavia, aquele seria somente o primeiro dos inúmeros ataques. Entre abril e março daquele ano, o grupo cometeu três atentados e matou duas pessoas. Intensificaram os crimes no mês de julho, quando em um intervalo de apenas oito dias assassinaram 10 pessoas.

Os Shindo Renmei atuaram entre os anos de 1946 a 1947, e nesse período pelo menos 23 imigrantes japoneses que viviam no Brasil foram brutalmente mortos pelo grupo, além disso, os extremistas também feriram cerca de 147 pessoas.

Consequências

Com um número cada vez maior de ataques, o grupo passou a ser identificado como terroristas principalmente nas cidades do interior de São Paulo. Isso levou a uma investigação por parte do Departamento de Ordem Política e Social.

Com a intervenção do exército mais de 800 japoneses ligados à organização passaram semanas presos em um terreno improvisado, em uma espécie de campo de concentração, até serem interrogados. Nessa época, a mentira de que o Japão não havia perdido a Guerra já tinha sido desmascarada.

Muitos foram condenados por homicídio e deportados para o Japão. Contudo, no final da década de 1950, a maioria daqueles que estavam presos já haviam sido liberados. Com o passar dos anos, os membros da comunidade nipo-brasileira, preferem não tocar mais no assunto e consideram o Shindo Renmei como algo que não deve ser comentado.


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