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Matérias / Personagem

Sisa Gaber Abu Douh: a emocionante saga da egípcia que fingiu ser homem por 40 anos

Ao longo de quatro décadas, a corajosa mulher usou trajes masculinos para conseguir sobreviver

Victória Gearini Publicado em 14/02/2021, às 10h00

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Retrato da egípcia Sisa Gaber Abu Douh - Divulgação / TV Al-Arabiya
Retrato da egípcia Sisa Gaber Abu Douh - Divulgação / TV Al-Arabiya

Em 2015, a emocionante história da egípcia Sisa Gaber Abu Douh viralizou nas redes sociais, após ser contemplada com um prêmio do presidente Abdel Fattah al-Sisi.

Na época, a mulher foi nomeada como a "melhor mãe do país", pois durante 40 anos  fingiu ser homem para sustentar sua filha. 

Mãe viúva

A saga da egípcia começou quando ela tinha 21 anos, após a morte de seu marido. Viúva e esperando uma criança, a mulher se viu sozinha e desamparada.

Provinda de uma camada menos privilegiada do país, Sisa não podia trabalhar, segundo as crenças e tradições da sociedade egípcia da época. 

Para piorar sua situação, a família começou a procurar pretendentes, a pressionando para se casar novamente.

Contudo, a moça recusou todos os rapazes e decidiu se vestir com roupas masculinas para conseguir arrumar uma profissão

De acordo com uma notícia divulgada em 2015 pela BBC, para o plano dar certo, Sisa raspou a cabeça e passou a usar um turbante.

Ao longo de quatro décadas, a corajosa mulher viveu desta forma, sem levantar tantas suspeitas sobre a sua verdadeira identidade.

Imagem Sisa Gaber Abu Douh / Crédito: Divulgação / TV Al-Arabiya

Ao lado dos colegas de trabalho, a egípcia desempenhou árduas tarefas.

"Eu preferi fazer trabalho pesado como levantar tijolos e sacos de cimento e engraxar sapatos do que pedir esmolas nas ruas — para ganhar um sustento para mim e para minha filha e os filhos dela", afirmou ela em entrevista à rede de TV Al-Arabiya.

Os ímpasses

Para o The Guardian, ela disse que enfrentou os preconceitos e as leis egípcias para sustentar sua família.

Embora o medo de ser descoberta e punida, Sisa alegou que esta foi a única alternativa que encontrou para sobreviver. 

"Quando uma mulher desiste da feminilidade é difícil. Mas eu faria qualquer coisa pela minha filha. Era a única forma de ganhar dinheiro. O que mais eu poderia fazer? Não sei ler nem escrever, minha família não me mandou para a escola, então este era único jeito", afirmou ela ao The Guardian.

A matriarca ressaltou, ainda, que durante esses anos algumas pessoas chegaram a suspeitar sobre a sua verdadeira identidade.

Contudo, para ela, o fato de ser uma mulher vestida de homem nunca foi um segredo. 

Ao ser questionada pela imprensa internacional se continuaria se vestindo em trajes masculinos, Sisa disse que continuará usando roupas fenotipicamente atreladas ao sexo oposto. “É a minha vida inteira e não posso mudar agora", completou.

Atualmente, a egípcia pode ser considerada um símbolo de resistência às leis patriarcais impostas pela sociedade como um todo.

Assim como ela, diversas outras mulheres corajosas lutam pela emancipação, ressignificando o papel feminino ao redor do mundo.


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