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Matérias / Arqueologia

'Skincare' dos antigos: O creme facial de 2.700 anos que pertenceu a um nobre chinês

No começo deste ano, pesquisadores descobriram uma curiosa substância composta por gordura animal e leite de lua

Isabela Barreiros, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 16/06/2021, às 15h25

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Vestígios do creme descoberto na China - Divulgação/Dr. Bin Han - University of Chinese Academy of Sciences
Vestígios do creme descoberto na China - Divulgação/Dr. Bin Han - University of Chinese Academy of Sciences

Em fevereiro deste ano, a China se surpreendeu com a descoberta de uma tumba antiga no sítio arqueológico de Liujiawa, localizada ao norte do país. Dentro do túmulo, estava o corpo de um homem nobre, que provavelmente fazia parte da elite da época. 

Outros artefatos impressionantes também foram encontrados, como relatou a Superinteressante. Armas funerárias de bronze e jarros foram alguns deles. Ainda assim, o que mais chamou a atenção dos pesquisadores Universidade da Academia Chinesa de Ciências em Pequim foi um jarro ornamentado que continha uma substância dentro.

No interior do recipiente, estava um material cremoso de tonalidade branco-amarelado. O item tinha ao menos 2.700 anos e ainda estava lacrado, um fato impressionante para objetos tão antigos que foram descobertos recentemente.

A substância macia foi submetida a diversas análises e as conclusões dos cientistas foram publicadas na revista acadêmica Archaeometry. A partir dessas pesquisas, concluiu-se que o creme era composto principalmente por gordura animal, provavelmente de gado, e leite de lua, um resíduo obtido em cavernas.

“O resíduo, feito de gordura adiposa de ruminante misturada com monohidrocalcita proveniente do leite lunar das cavernas, provavelmente foi usado como creme facial cosmético pelo nobre do antigo Estado de Rui”, escreveram os arqueólogos no artigo.

O pote contendo o creme facial / Crédito: Divulgação/Dr. Bin Han et al - Archaeometry

A suspeita de que se tratava de um creme usado no rosto não foi ao acaso. Na China, o uso de tais cosméticos faciais e para o corpo de maneira geral já era muito comum há muitos séculos. O que não se sabe, porém, é desde quando isso está sendo feito na região.

Com o creme encontrado, propôs-se que a prática fosse ainda mais antiga do que se imaginava. Além disso, ela geralmente estava associada a mulheres, o que não foi o caso do produto descoberto em Liujiawa.

Afinal, ele foi enterrado junto a um homem. Isso fez com que os cientistas considerassem este como o primeiro exemplar de cosmético facial da China que foi usado por um homem na antiguidade. A rotina de 'skincare' era, também, feita por eles.

Os pesquisadores também conseguiram entender para que servia o creme facial em questão. Segundo as análises do estudo, a substância era usada com o objetivo de pintar o rosto da pessoa que a usasse de branco. O creme também servia como hidratante, além de absorver oleosidade e suor da pele.

Mas as propriedades do cosmético iam além de suas funcionalidades para o rosto. É muito possível que o uso de tal creme carregasse um enorme poder simbólico, principalmente porque ele foi usado por um membro da classe aristocrática.

Portanto, quem tivesse a substância aplicada no rosto seria identificado como membro de tal alta sociedade chinesa. Diferenciados, os indivíduos estavam relacionados com crenças míticas principalmente devido à composição do creme, que contava com um elemento obtido em cavernas, lugares especialmente lendários no país. 

“Este trabalho fornece um exemplo inicial da produção de cosméticos na China e, juntamente com a prevalência de embalagens de cosméticos semelhantes durante este período, sugere o surgimento de uma indústria de cosméticos incipiente”, concluíram os pesquisadores.


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