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Matérias / Estados Unidos

Sob nova direção: especialista analisa as promessas do governo Biden

Em entrevista à AH, Mauricio Santoro, Doutor em Ciência Política, ainda explicou o legado deixado por Donald Trump nos EUA

Pamela Malva Publicado em 24/01/2021, às 10h00

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Fotografia de Joe Biden, o novo presidente dos Estados Unidos - Wikimedia Commons
Fotografia de Joe Biden, o novo presidente dos Estados Unidos - Wikimedia Commons

Na última quarta-feira, 20, o mundo todo assistiu à cerimônia de posse de Joe Biden, que assumiu a presidência dos Estados Unidos. Em um evento simbólico, com diversos personagens importantes, o político democrata aceitou a responsabilidade do cargo.

Enquanto Donald Trump realizava sua própria despedida, Biden e Kamala Harris protagonizaram um episódio com convidados ilustres. Barack e Michelle Obama, Amanda Gorman, Lady Gaga e Jennifer Lopez foram alguns dos presentes.

Em entrevista exclusiva ao site Aventuras na História, o professor Mauricio Santoro, chefe do Departamento de Relações Públicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) explicou o que esperar do novo cenário político do país norte-americano.

Fotografia de Joe Biden, o novo presidente dos Estados Unidos / Crédito: Wikimedia Commons

As esperanças de uma nação

Ao ser eleito o novo presidente dos Estados Unidos, Biden assinou embaixo de todas as promessas que fez durante sua campanha. “É a posse de um novo governo, depois de quatro anos muito turbulentos”, explicou Mauricio. “Por isso há muitas expectativas. Se ele, por exemplo, vai ser capaz de realizar os objetivos da reunificação do país.”

Nesse sentido, a própria cerimônia de posse de Biden trouxe símbolos das promessas feitas pelo democrata. Como a leitura de um poema sobre as feridas que ainda doem nos norte-americanos, feita por Amanda, uma jovem poeta negra de 22 anos.

“Biden vem trazendo uma mensagem de união nacional, de curar as feridas. Um discurso muito parecido com o de Obama, em 2008”, narra o professor. "Mas isso é muito difícil de ser realizado no atual contexto dos Estados Unidos”, já que “o governo Obama foi marcado por divisões ideológicas, cujas causas são muito profundas”.

Fotografia da poetisa Amanda Gorman / Crédito: Wikimedia Commons

Uma país separado em fatias

Joe Biden assume um país dividido, uma sociedade que se separa em dois grandes grupos. De um lado, “uma parte próspera, dinâmica e enriquecida”: a classe média/alta. Do outro, “uma classe mais baixa, cuja renda está estagnada há 40 anos”.

É essa segunda faixa, inclusive, que forma o “principal grupo de apoiadores do Donald Trump e de outros movimentos populistas antes dele”, segundo Mauricio. Existe ainda, no entanto, uma terceira fatia da população que fez bastante diferença nas eleições.

De acordo com o professor da UERJ, as minorias (negros, latinos, mulheres) representam um terço da população dos Estados Unidos. “E todos esses grupos ficaram em terceiro plano no governo Trump, que foi muito masculino, muito branco”, explica Mauricio.

É nesse momento de discussão de militâncias que Kamala Harris se torna tão marcante. “É muito central a imagem da nova vice-presidente, que é uma mulher que, para os padrões americanos, é ao mesmo tempo asiática e negra”, pontua o cientista político.

Fotografia de Kamala Harris, a nova vice-presidente dos EUA / Crédito: Wikimedia Commons

Um passado que não vai se apagar

É importante pontuar, no entanto, que Donald Trump não irá desaparecer da política norte-americana tão fácil assim. “O democrata teve 74 milhões de votos. Ele perdeu a eleição, mas ainda é uma força política muito considerável, que até se ampliou.”

Até mesmo depois da invasão ao Capitólio, que “vai atravessar não só o governo Biden, mas a democracia americana durante muitas décadas”, muitos continuam apoiando o que Trump representa. Mauricio aponta, inclusive, que “45% dos republicanos concordaram” com o episódio. “E isso mostra o desafio que o Biden vai enfrentar.” 

De maneira geral, então, “mesmo que haja o impeachment de Trump, isso vai fazer sentido com o personagem político que ele construiu. E mesmo que ele não possa ser candidato, a filha dele pode, o filho dele pode”, explica o professor. “Aconteça o que acontecer, ele continuará sendo alguém muito influente na política do país”.

Fotografia de Donald Trump, ex-presidente dos EUA / Crédito: Getty Images

Muito trabalho pela frente

Com um ministério majoritariamente composto por políticos formados em Harvard, Yale e Princeton, Biden assumiu um país que não está mais tão contente com as instituições tradicionais. Segundo Mauricio, esse sentimento “faz parte de um conjunto mais amplo de uma revolta global contra as elites, contra os especialistas”.

Assim, o novo presidente deverá cumprir as promessas de uma “política externa que valoriza alianças internacionais e organizações multilaterais”, ao contrário dos movimentos diplomáticos de Trump, que “foram mais isolacionistas e unilaterais”.

Considerado um político tradicional, bastante centrista, resta saber se Biden conseguirá unificar o país como prometeu, apesar da forte corrente contrária. E a pressão não é pequena, já que “tem grupos para os quais ele nunca vai ser conservador o suficiente, e grupos para os quais ele nunca vai ser progressista o suficiente”, finaliza Mauricio.


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