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Matérias / Brasil

Suassuna x Oliveira: a sangrenta disputa entre famílias paraibanas que resultou na morte de mais de 100 pessoas

Datada de meados de 1920, ninguém sabe ao certo o motivo para as famílias se odiarem tanto, mas as desavenças foram suficientes para gerar caos no Sertão

Redação Publicado em 01/04/2020, às 12h17

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Membros das famílias depois de terem sido presos em 2017 - Divulgação
Membros das famílias depois de terem sido presos em 2017 - Divulgação

Desde a Antiguidade, rivalidades entre famílias são temáticas normais e que perpassam grandes momentos da história do mundo ocidental e oriental, seja causando crises políticas ou apenas leve desentendimentos. 

O assunto se estendeu até o Brasil, e o caso relatado nem é tão antigo assim, mas o saldo dessa rivalidade é praticamente medieval. Um ódio de mais de 30 anos culminou na morte de, pelo menos, mais de 100 pessoas no Sertão da Paraíba.

Em 2011, a rivalidade entre os Suassuna e os Batista Mesquita — conhecidos como família Oliveira — resultaram em 15 assassinatos brutais. A história teve um início incerto, por questões políticas, os dois clãs disputavam o controle da Paraíba como família mais influente da região no ano de 1920.

Os conflitos tiveram consequências sérias, depois dos 15 assassinatos, 21 pessoas foram presas na operação policial nomeada como Laços de Sangue. A morte em plena luz do dia de Aldo Suassuna, membro da família Suassuna que cumpria prisão em regime semiaberto, foi o motivo para levar a prisão de Marcelo Oliveira, apontado como um dos mandantes do crime.

Marcelo não fez nem questão de negar o assassinato quando foi preso, afirmou que já havia perdido o pai e o tio como consequência da histórica disputa. Além deles, seus irmãos e primos começaram a morrer um a um, e Oliveira não teve nem dúvida sobre revidar, “Que nem naquele ditado: se correr o bicho pega, se ficar o bicho come” — afirmou em entrevista ao Fantástico.

O fim de Marcelo foi tão trágico quanto o de qualquer outro membro das famílias envolvidas na disputa. Menos de 12 horas depois de ter sido preso após sua confissão, Oliveira foi encontrado morto e queimado no presídio de segurança máxima em que foi colocado.

Com certeza, essa foi apenas mais uma morte no conflito entre os Oliveira e os Suassuna. Pelo menos, é o que acreditam Nalva e Cleide Oliveira, irmãs de Marcelo, que enxergam na morte dele mais uma das atrocidades cometida pelos Suassuna. De acordo com as investigações da operação, as duas são as chefes da família.

Já do lado dos Suassuna, a liderança era de Humberto, que também foi preso nessa mesma operação — junto com Nalva e Cleide. Ele foi o mandante da morte de Francisco Alvibar de Mesquita, ao lado de Grimailson Alves de Mesquita (foragido) que pagou pela morte do membro da própria família.

A defesa de Humberto afirma que, no momento de sua prisão, ele portava uma arma  para defesa pessoal - visto que já teria sofrido uma tentativa de assassinato anteriormente.

Poucas vezes foram os próprios membros das famílias que puxaram o gatilho para acrescentar mais um número na contagem de mortos do embate Suassuna x Oliveira, maior parte dos casos foram pistoleiros que executavam o trabalho sujo.

De acordo com informações da polícia, um desses pistoleiros é conhecido como Kléber Chocolate, embora o homem nunca tenha se declarado um mercenário. Na mesma entrevista ao Fantástico, que deu notoriedade nacional ao caso, Kléber comentou sobre o risco que não somente membros da família corriam, mas também autoridades da Justiça envolvidas no caso.

O histórico de violência entre os dois clãs era tamanho que a operação deflagrada tomou proporções perigosas, principalmente a juíza da cidade de Patos, na Paraíba, Higyna Bezerra. Ela foi responsável pela prisão de integrantes de ambas as famílias, por isso anda escoltada de carro blindado e possui uma arma.

Chocolate afirmou que a mulher teria o preço de 100 mil reais pela cabeça da mulher. Esse preço é bem elevado, se comparado com as declarações dele, que afirma que “ofereceram 20, 30 mil reais. Além de moto, carro, arma...”.

Por mais que a guerra não tenha tido um fim decretado, a última notícia que se teve em grandes portais da mídia foi a de que 5 réus teriam sido condenados a 19 anos de prisão cada, em 2017. Humberto foi um dos que pagou o preço pela vingança de décadas de sua família.


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