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Matérias / Personagem

A luta de Susan B. Anthony, sufragista presa por votar nos EUA no século 19

No ano de 1872, Susan tornou-se a primeira mulher americana a votar, mas foi punida por seu ato considerado criminoso à época

Vanessa Centamori Publicado em 26/02/2021, às 10h00

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Susan B. Anthony é um grande símbolo da luta pelos direitos das mulheres - Divulgação
Susan B. Anthony é um grande símbolo da luta pelos direitos das mulheres - Divulgação

Em 1872, os EUA ainda eram um país no qual a política era um assunto voltado apenas para os homens, em especial os brancos. Mas, naquele ano, algo surpreendente ocorreu. Uma mulher moradora de Nova York deixou seu voto nas eleições presidenciais. Seu nome era Susan B. Anthony.

Contudo, a atitude "criminosa" da ativista, que mais tarde viria a ser considerada um ícone da luta pelos direitos das mulheres, logo foi combatida, sendo ela presa por fazer algo que hoje é assegurado por lei.

O perdão

No dia 19 de agosto de 2020, houve uma tentativa de reparação histórica por parte do então presidente americano, Donald Trump. Na ocasião, o empresário concedeu perdão à sufragista americana pelo episódio que ocorreu há praticamente um século e meio.

A ação foi efetivada pelo estadista ao assinar uma proclamação marcando o 100º aniversário da ratificação da 19ª Emenda. Essa, por sua vez, concedeu às mulheres o direito de voto —e também é chamada de emenda Susan B. Anthony.

Mas, afinal, quem foi Susan B. Anthony?

A ativista americana nasceu em uma família religiosa em 15 de fevereiro de 1820, em Adams, Massachusetts. Ela era a segunda filha de um total de oito filhos. Apenas cinco dos sete irmãos de Anthony viveram até a idade adulta, sendo que uma das crianças nasceu morta e outra morreu aos dois anos.

Susan no ano de 1900 - Crédito: Picryl

O pai dela, Daniel Anthony, era dono de uma fábrica de algodão e a mãe se chamava Lucy Read. Ambos educaram muito bem os filhos, contratando os melhores professores da região para dar aulas em casa. Desde cedo, Susan trabalhava em causas sociais. 

Quando a garota tinha 6 anos de idade, a família se mudou para Battenville, Nova York. Nesse período, ela foi enviada para uma escola religiosa Quaker perto da Filadélfia. Mas, em 1830, quando o negócio do pai dela faliu, Anthony voltou para trabalhar e ajudar na sobrevivência dos pais e irmãos. 

Então, começou a dar aulas para se sustentar. A seguir, na década de 1840, os Anthonys se mudaram novamente, mas, dessa vez, para uma fazenda na área de Rochester, Nova York.

Movimentos sociais 

Susan B. Anthony se mudou mais tarde para a vila de Canajoharie, em Nova York, assumindo papel de diretora da Academia Canajoharie. Ao deixar o cargo em 1849, voltou-se ao movimento de temperança, ligado à interrupção absoluta da produção e venda de álcool.

Susan e Elizabeth Cady Stanton, outra grande ativista pelos direitos da mulher - Crédito: Picryl

Foi assim, durante a campanha contra o álcool, que Anthony se voltou aos direitos das mulheres. Como reflexo, Susan começou a trocar as suas roupas mais simples e religiosas por vestidos exuberantes e da moda. 

Em 1851, ela participou de uma conferência anti-escravidão, onde conheceu ElizabethCady Stanton, com quem, mais tarde, abriu várias associações de apoio a causas feministas e abolicionistas. Em 1869, as duas se uniram a várias mulheres de importância e fundaram a National Woman Suffrage Association, que se focava na questão do sufrágio feminino. 

A ativista nunca se casou ou teve filhos, mas viajou muito, fazendo campanha em nome das mulheres. Depois de votar nas eleições presidenciais de 1872, a icônica dama enfrentou um júri formado apenas por homens. Considerada culpada, foi multada em em US$ 100 — quantia que ela nunca pagou, como forma de protesto. 

Mesmo após ser presa, nos seus últimos anos jamais desistiu do voto feminino, organizando muitos protestos. Mas, jamais veria em vida as mulheres finalmente votarem. Morreu aos 86 anos, em 1906, antes da assinatura da 19ª emenda, em 18 de agosto de 1920.

Controvérsias

Apesar da importante luta defendida pela sufragista, ela também é criticada por algumas pessoas por supostamente ter teóricas racistas, principalmente em relação a homens negros.

Estátuas em homenagem a Susan B Anthony e Frederick Douglas - Crédito: Wikimedia Commons

Por exemplo, Susan chegou a protestar contra a 14ª emenda, que garantiu proteção igual para os negros, mas não permitiu voto às mulheres. “Vou cortar meu braço direito antes de trabalhar ou exigir o voto para o negro e não para a mulher”, disse Anthony, na época.

Outra questão controversa é que, hoje em dia, ela é tida como ícone para ativistas anti-aborto. Mas vale ressaltar que a posição de Susan B. Anthony para essa questão não é clara: o movimento atual usa um artigo anônimo, que eles atribuem à ativista. O texto faz parte de um jornal sufragista que Anthony editava, chamado The Revolution, segundo a Exame

Apesar das controvérsias, em 1979, a ativista se tornou a primeira mulher a ser retratada em uma moeda de um dólar americano. Além disso, grande parte do progresso posterior à sua morte com relação ao voto para as mulheres é atribuído à ela. 

"É uma verdadeira zombaria falar às mulheres sobre o gozo das bênçãos da liberdade enquanto lhes é negado o uso do único meio de protegê-las fornecido por este governo republicano democrático", proclamava Anthony, em um discurso proferido um ano após a sua revoltante prisão. 


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