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Matérias / Descoberta

Tesouro de sacrifícios Astecas pode levar a túmulo do Imperador Ahuitzotl

Depositadas há 500 anos por sacerdotes, oferendas podem levar ao túmulo do rei que governou o Império entre 1486 e 1502 d.C.

Joseane Pereira Publicado em 26/03/2019, às 11h33

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Divulgação
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Um tesouro de oferendas depositadas há 500 anos por sacerdotes Astecas foi descoberto no centro da Cidade do México -- e agora pode revelar a localização do túmulo de um grande Imperador. 

As oferendas de sacrifício incluem jaguares ricamente adornados, facas de sílex decoradas com madrepérola e pedras preciosas, localizados em uma tumba que ainda não foi totalmente explorada.

Segundo relatos históricos, o sítio arqueológico seria o local de descanso final de reis como Ahuitzotl, que governou o Império entre 1486 e 1502 d.C. e foi um dos maiores generais da Mesoamérica. Os artefatos foram encontrados nos degraus do templo mais sagrado dos Astecas, o Templo Mayor, e datam do reinado de Ahuitzotl. O Templo Mayor teria sido tão alto quanto uma pirâmide de 15 andares antes de sua demolição juntamente com o resto da capital asteca, Tenochtitlan, após a conquista espanhola do México em 1521. Expandido por cada rei asteca, acreditava-se que o santuário de Templo Mayor ocupava o centro do Universo.

Os artefatos foram depositadas pelos sacerdotes astecas há mais de cinco séculos em plataforma circular, e apenas um décimo do conteúdo foi escavado. Um vasto leque de artefatos já foi encontrado, incluindo uma grande quantidade de conchas, estrelas-do-mar e corais, oferendas aquáticas que provavelmente representavam o submundo pelo qual o Sol passava à noite antes de emergir no Leste para começar um novo dia, segundo a mitologia Asteca. Também foram encontrados o esqueleto de um Jaguar em caixa de pedra retangular e o esqueleto de uma criança de 9 anos em oferenda circular adjacente, ambos oferecidos em sacrifício. Como o jaguar, o menino provavelmente teve seu coração arrancado como parte de um ritual de sacrifício, embora mais testes precisem ser realizados para confirmar a teoria.

"Temos enormes expectativas agora", afirmou o arqueólogo Leonardo Lopez Lujan, que participa dos estudos. "À medida que nos aprofundarmos, continuaremos encontrando muitos objetos."

Várias décadas após a Conquista, cronistas detalharam os rituais funerários de três reis astecas, que governaram de 1469 a 1502. De acordo com esses relatos, os restos cremados de governantes eram depositados com ofertas luxuosas e corações de escravos sacrificados, dentro ou próximo à plataforma circular. Em 2006, um monolito maciço de uma Deusa Asteca foi escavado nas proximidades do Templo,  com uma inscrição correspondente ao ano de 1502, referente à morte do governante Ahuitzotl.

Elizabeth Boone, especialista em arte pré-colombiana da Universidade de Tulane, observa que a morte de Ahuitzotl teria sido luxuosamente registrada, e que o jaguar pode representar o rei como um guerreiro destemido. "É possível encontrar o corpo de Ahuitzotl naquela caixa", disse a estudiosa.

As oferendas também trazem informações sobre o alcance geográfico do império Asteca, tendo uma estrela do mar vindo do Oceano Pacífico e a pedra de Jade, trazida da América Central.

"As oferendas fornecem uma visão não apenas sobre o mundo sagrado Asteca, mas também sobre suas vidas econômicas", disse Frances Berdan, acadêmica da Universidade Estadual da Califórnia, em San Bernardino.

Espera-se que a inspeção meticulosa das últimas oferendas continue por alguns meses, embora as dificuldades práticas pesem sobre os arqueólogos: de acordo com profissionais que trabalham na escavação, o novo governo do México cortou o orçamento do projeto em 20%, e quase todos os 25 membros da equipe não recebem pagamento desde dezembro.