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Matérias / Entretenimento

Top Gun: Por onde anda o par romântico de Tom Cruise do primeiro filme?

A atriz, que em 1986 interpretou uma mulher moderna e independente, não retornou para a sequência

Ingredi Brunato, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 29/05/2022, às 08h00

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Fotografia de Kelly McGillis e Tom Cruise em primeiro filme da franquia Top Gun - Divulgação/ Paramount Pictures Studios
Fotografia de Kelly McGillis e Tom Cruise em primeiro filme da franquia Top Gun - Divulgação/ Paramount Pictures Studios

"Top Gun: Maverick", o filme de ação que estreou nos cinemas brasileiros na última quinta-feira, 26, chama a atenção por trazer o famoso Tom Cruise como protagonista, e por ser a continuação de uma produção de 1986, chamado "Top Gun: Ases Indomáveis". 

A sequência criada 36 anos depois, como é de se esperar, possui diferenças consideráveis em relação ao original, sendo a principal delas a idade dos atores. Cruise, por exemplo, tem hoje 59 anos, enquanto possuía apenas 24 no primeiro, sendo inclusive mais novo que a atriz que interpretava seu interesse amoroso, Kelly McGillis, então aos 28. 

A artista norte-americana configura outro ponto de distinção entre os dois longas, uma vez que não foi convidada para retornar ao segundo. McGillis, que já soma 64 anos, revelou em uma entrevista de 2019 ao Entertainment Tonight porque não se surpreendeu ao não ter sido chamada. 

Sou velha e gorda e tenho uma aparência apropriada para a minha idade, e não é disso que se trata toda aquele ambiente [de Hollywood]", pontuou a atriz na ocasião.

"Eu prefiro muito mais me sentir absolutamente segura dentro de minha própria pele e quem eu sou na minha idade, em oposição a depositar meu valor nessas outras coisas", completou ainda, sugerindo uma rejeição às modificações estéticas que são comuns na indústria cinematográfica estadunidense. 

Fotografia de Kelly McGillis em festival de cinema de Toronto em 2010 / Crédito: Getty Images

Ausência perceptível

Vale mencionar que ela não é o único rosto a estar faltando do elenco original: Tim Robbins, Tom Skerrit e Meg Ryan são outros que não participarão da continuação de décadas mais tarde. 

Em uma entrevista ao Insider, o diretor do novo Top Gun, Joseph Kosinski, procurou justificar as ausências: "Eu não queria que todas as tramas fossem sobre olhar para o passado. Era importante introduzir novos personagens", argumentou o cineasta. 

Em 1986, é importante destacar que o personagem de McGillis, chamada "Charlie Blackwood", fez grande sucesso com a audiência ao ser caracterizada da forma como era percebida então a "mulher moderna". 

Charlie era financeiramente independente, morava sozinha, era bem-sucedida em sua profissão (que, neste caso, era de instrutora de voo), e possuía comportamentos incomuns entre as personagens femininas tradicionais do cinema, vestindo jaquetas de couro e bebendo cervejas. Sua caracterização, que poderia ser considerada subversiva até certa medida, foi popular com o público de então, conforme repercutido pelo UOL. 

O par romântico de Cruise no "Top Gun: Maverick", por sua vez, é interpretado por Jennifer Connelly

Cena do filme recente / Crédito: Divulgação/ Paramount Pictures Studios

Kelly McGillis

McGillis entrou para Hollywood nos anos 80, e, após atuar em algumas produções, foi lançada de vez para o estrelato pelo filme original do "Top Gun: Ases Indomáveis". A artista, todavia, não estava preparada para a fama avassaladora que viria do projeto. 

Foi realmente intimidante para mim. Não pretendia ser famosa, eu só aspirava ser uma atriz. E esse filme meio que assustou minha realidade em grande estilo. Fiquei muito mexida, não sabia em quem confiar", relembrou ela em uma conversa com o Los Angeles Times em 2013. 

A atriz estadunidense continuou interpretando produções aqui e ali ao longo dos anos, mas raramente teve ouro papel de destaque. Em sua vida pessoal, por sua vez, teve uma trajetória conturbada. 

Ainda nos anos 80, quando McGillis estava se acostumando a viver na agitada cidade de Nova York, ela passou por um assalto à mão armada, e, depois, sobreviveu a um episódio traumático em que dois criminosos invadiram o apartamento que dividia com uma amiga, estuprando ambas e ameaçando assassiná-las. 

Ela confessaria mais tarde ter pensado que Deus a estava punindo por conta de sua orientação sexual, segundo informações repercutidas pelo Daily Mail em 2010. Isso porque a amiga com quem havia dividido a residência na juventude era, na verdade, alguém com quem tinha um envolvimento romântico. 

A atriz revelou publicamente ser lésbica em 2009, quando já tinha 51 anos de idade e vivia um momento de melhor aceitação de sua identidade como um todo. 

No período, por exemplo, ele se abriu a respeito de como o trauma do estupro impactou sua saúde mental, a levando a abusar de substâncias para lidar com os sintomas psicológicos que experimentava: 

Eu bebia muito. Eu não conseguia comer. Eu tinha tiques incessantes e tinha pesadelos. Como estava com muito medo de dormir à noite, eu bebia", contou, ainda segundo o Daily Mail. 

Na casa dos 50 anos, todavia, McGillis já estava em uma fase diferente de sua vida, e não queria perturbar a paz de espírito que havia alcançado, motivo pelo qual se mantinha longe de preocupações estéticas, por exemplo. 

"Por um longo, longo tempo, eu tentei ser algo que eu não sou — e preciso dizer que arruinou minha vida de várias maneiras", afirmou para explicar a mentalidade por trás da decisão de recusar cirurgias plásticas e não pintar o cabelo, que ficava grisalho. 

Ela já relatava naquela época estar recebendo menos convites para produções de Hollywood devido ao seu envelhecimento. Nesse contexto, a ausência recente da artista de 64 anos na sequência de Top Gun, o filme que a tornou famosa, apenas segue um padrão já denunciado anteriormente por Kelly McGillis