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Matérias / Idade Média

Falsas confissões e torturas: A terrível queda dos Cavaleiros Templários

No início do século 14, os Templários foram perseguidos por um rei francês que deu início ao fim da notória ordem militar

André Nogueira Publicado em 12/06/2020, às 11h00

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Representação dos guerreiros que lutavam em nome de Cristo - Getty Images
Representação dos guerreiros que lutavam em nome de Cristo - Getty Images

Houve um tempo em que os Cavaleiros Templários eram reverenciados por toda a Europa por sua ferocidade, riqueza e poder como ordem militar. Entretanto, a trajetória dos templários foi rapidamente destruída e a ordem, devastada. Foi um movimento histórico marcado pela espionagem, conspiração e tortura.

No centro desse movimento de retaliação aos templários, estava o Rei Felipe IV, da França, que iniciou uma campanha de combate à ordem no ano de 1307. O monarca enviou ordens envelopadas aos seus oficiais espalhados pelo reino, que seriam abertas em um mês, comandando a prisão dos cavaleiros em um momento propício.

Anos antes, os Templários eram uma força com grande apoio, pela solenidade do papa Bonifácio VIII, que os adorava. Os guerreiros eram membros de uma ordem que respondia apenas ao papado, mas Bonifácio já fora até sequestrado pelo Rei da França, o que exigiu uma renovação na ordem política de Roma.

Então, quando Bonifácio morreu, em 1303, foi proclamado papa Clemente V, um francês tolerante com as intenções de Felipe. Por isso, foi possível desgastar a imagem dos Templários e, em 13 de outubro de 1307, iniciar as campanhas de perseguição e prisão dos cavaleiros, num momento extremamente sangrento da história europeia.

Uma grande motivação do monarca francês para essa perseguição era o enriquecimento dos cofres reais. Isso porque na época, a Ordem dos Cavaleiros Templários já acumulava bens e Felipe os tornou alvo como assim o fez com os comerciantes lombardos, que foram extorquidos pelas forças militares francesas. Os cavaleiros, individualmente, estavam sob voto de pobreza; mas a ordem ficara fortemente enriquecida com as pilhagens no Oriente Médio e acúmulo de uma grande frota de navios e outras propriedades.

Ao mesmo tempo, o século 14 já fora marcado pela disseminação de templários em outras áreas da vida socioeconômica europeia, possuindo membros, que não eram cavaleiros, mas sim, por exemplo, banqueiros. O grupo, em Londres, "operava um sistema de crédito e finanças nacionais e internacionais", observa o historiador britânico Stephen Howarth.

Diante deste cenário, o papa Clemente convocou o mestre templário Jacques de Molay para, supostamente, discutir uma nova Cruzada. Em seguida, cerca de 60 cavaleiros foram para a França e participaram de uma série de reuniões.

Jacques de Molay / Crédito: Wikimedia Commons

Enquanto isso, os agentes secretos de Felipe espalharam diversos rumores sobre a Ordem pela França, além de se infiltrar na comitiva para criar um dossiê de acusações escandalosas contra ela. Entre as acusações, estavam: adorar gatos, tolerar roubos e perjúrios para enriquecer a ordem e beijar o umbigo durante as cerimônias secretas de iniciação.

Com base nessas calúnias bem estruturadas, Felipe tinha justificativas para prosseguir com suas perseguições: além da perseguição aos templários, era legítimo o interrogatório e a tortura nesse período. "Você deve prometer perdão e favor se eles confessarem a verdade, mas, se não, deve informar a eles que eles serão condenados à morte".

Foram 138 templários torturados em Paris, a maioria confessando as alegações criadas pela equipe do Rei. Foram muitas técnicas usadas para coagir confissões dos Templários, incluindo fome, insônia, queimaduras, interrogatórios incansáveis ​​e até “um dispositivo que puxou os braços amarrados da vítima atrás dele até que ele foi levantado do chão e seus ombros deslocados”, como afirma Charles G. Addison em 1842.

Em Paris, os inquisidores do rei torturaram 138 templários, a maioria dos quais acabou confessando. Muitos foram submetidos a tortura por fogo, que Addison descreve com detalhes fortes: “suas pernas estavam presas em uma armação de ferro e as solas dos pés eram untadas com gordura ou manteiga; eles foram colocados diante do fogo e uma tela foi puxada para trás e para frente, de modo a moderar e regular o calor. Tal foi a agonia produzida por esta operação de torrefação, que a vítima ficou louca”.

Felipe, o Belo / Crédito: Wikimedia Commons

Então, enfrentando torturas insuperáveis, muitos templários confessaram pecados: Molay admitiu renunciar ao Cristo. Assim, outros também o fizeram. Em 1309, então, o papa iniciou uma investigação da Ordem, que perdurou até 1311: enquanto isso, o papa decidia pela continuidade ou abolição do grupo.

Durante os julgamentos, 54 templários foram mandados para a fogueira contra suas supostas ações heréticas. Em um dos casos, o cadáver enterrado de um cavaleiro foi retirado do túmulo e carbonizado. Diante do cenário sangrento, as opções eram confessar ou morrer.

Em 1312, o papa chegou a uma conclusão: ele deveria abolir a Ordem Templária, e assim o fez. A perseguição não foi encerrada, mas os poderes de Molay e seus cavaleiros foram dizimados pelo projeto do Rei Felipe.


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