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Matérias / Personagem

Maria Antonieta: Os agoniantes dias finais da rainha durante a Revolução Francesa

A esposa de Luís XVI foi tratada com sadismo e desprezo durante o julgamento que a sentenciou à morte pela guilhotina

André Nogueira Publicado em 26/06/2020, às 10h00

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Maria Antonieta, Rainha da França - Wikimedia Commons
Maria Antonieta, Rainha da França - Wikimedia Commons

O fim da vida da rainha Maria Antonieta da França foi, no mínimo, torturante. Passando suas últimas 11 semanas numa pequena cela na prisão de Cociergerie, um dos maiores nomes do Antigo Regime teve muito tempo para refletir e se angustiar em relação a morte.

Mesmo que Antonieta em si não fosse a maior déspota da corte de Versailles, ela se tornou símbolo e bode expiatório dos problemas sociais pelos quais o Terceiro Estado passava, recebendo grande ira popular. Chamada de Cadela Austríaca (L’Autrichienne), ela foi guilhotinada em 1793.

Tudo começou em 1789, quando o povo francês, revoltado, invadiu a Bastilha e libertou os presos do Regime Absolutista. Em outubro daquele ano, os grandes centros já estavam tomados pela população, que marchou até o Palácio em protesto ao preço do pão. Maria Antonieta conseguiu acalmar os ânimos da multidão em pronunciamento, mas sabia que logo seriam levados a Paris.

Maria Antonieta com os filhos / Crédito: Wikimedia Commons

E foi o que aconteceu: os populares tomaram as lanças da guarda real e capturaram a Família Real, obrigando-os a subirem nas carroças, rumo ao Palácio das Tulherias, na capital. Contidos, mas não condenados, o rei e a rainha só seriam alvo das sentenças revolucionárias após a famosa Noite de Varennes, quando Luís XVI tentou fugir para a Holanda para comandar um exercito contrarrevolucionário e falhou miseravelmente. Então, acusados de traição, eles foram presos e processados pela Assembleia Nacional.

O órgão, que declarou a França uma República, destituindo completamente o trono dos Bourbon, passou a julgar os opositores do regime. Foi esse comando, ligado a Maximillien de Robespierre, o maior responsável pelas sentenças à guilhotina do período do Terror.

No início de 1793, então, a Assembleia condenou Luís XVI à morte por conspiração. Permitido passar algumas horas com a família, teve sua cabeça cortada em evento público com dezenas de milhares de franceses. Durante o processo, discutia-se o destino da Rainha.

Desenho de Jacques-Louis David de Antonieta no local de execução / Crédito: Wikimedia Commons

Na época com 37 anos, Maria Antonieta estava com os cabelos brancos e pele pálida devido o choque causado por toda aquela conturbação. Durante 36 horas, então, foi julgada de maneira tortuosa e fatigante, que tentava a qualquer custo destruir a imagem pública da rainha e acusa-la de algo que pudesse leva-la à guilhotina.

Então, seu filho Louis Charles foi acusado de incesto, ou seja, de ter praticado relações sexuais com a mãe. O rapaz fora reprimido após ser deflagrado se masturbando, e sua libido foi usada para as falsas acusações. Antonieta, porém, tentou se salvar da situação, dizendo não ter conhecimento do caso.

Depois que o júri exigiu uma resposta sobre o fato, a ex-rainha se pronunciou: “Se eu não respondi, é porque a própria Natureza se recusa a responder tal acusação feita a uma mãe. Eu apelo a todas as mães aqui presentes: é verdade?” Mesmo com tamanho decoro, ela não conseguiu se salvar da morte.

Então, naquele tribunal, ela foi sentenciada à guilhotina por alta traição, esgotamento do tesouro nacional e conspiração. Diante da situação, seus dias estavam contados. "Maria Antonieta foi deliberadamente alvejada para unir os franceses em uma espécie de vínculo de sangue", disse a historiadora Antonia Fraser na biografia Maria Antonieta.

Lâmina da guilhotina que decapitou Maria Antonieta / Crédito: Divulgação/Museu do Palácio de Conciergerie

Antes de ser morta, os franceses ainda usaram sua situação de vulnerabilidade, cortando seus cabelos por sadismo. Recebeu um vestido simples e branco, sem todo o material caro com o qual ela estava acostumada, e foi levada para o local da sentença. Ao subir no cadafalso, tropeçou no pé de Charles Sanson, o carrasco, e proferiu suas últimas palavras: "Perdoe-me, senhor, eu não pretendia."

Maria Antonieta foi então posicionada, a lâmina solta e, assim, estava decapitada a última rainha Bourbon da França. Em frente, uma multidão comemorava ao som dos gritos: “Viva la France! Viva la République!”


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