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Matérias / Entretenimento

A trágica história que inspirou ‘Orações para Bobby’

Na época em que o filme foi lançado, a mãe do jovem falou sobre a perda do filho pela própria homofobia

Redação Publicado em 03/06/2022, às 09h07 - Atualizado em 04/06/2022, às 09h07

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Cena do filme “Orações para Bobby” (2009) - Divulgação/Lionsgate
Cena do filme “Orações para Bobby” (2009) - Divulgação/Lionsgate

Uma das produções de temática LGBTQ+ mais tristes do cinema, “Orações para Bobby” (2009) se tornou um manifesto principalmente às famílias, em especial àquelas que possuem grande religiosidade.

O filme dramático, que estreou na televisão americana em 2009, conquistou o público por contar com uma narrativa importante e, além disso, baseada em uma história real, que aconteceu nos Estados Unidos nos anos 1980.

Naquela época, Mary Griffith, vivida por Sigourney Weaver na trama, tentou “curar” o filho da homossexualidade, em meio à sua família cristã conservadora. O jovem tinha apenas 16 anos e estava apenas descobrindo sua sexualidade.

O Bobby da vida real /Crédito: Divulgação/Arquivo pessoal

Ao confidenciar ao irmão mais velho que talvez fosse gay, Bobby Griffith, interpretado por Ryan Kelley no filme, passa a ser alvo da mãe devota após toda a família descobrir o seu segredo e o medo da palavra “gay” se espalhar em sua casa.

No entanto, em meio às tentativas de “conversão” de sexualidade e à condenação de sua própria existência, o adolescente passa a ficar cada vez mais depressivo e decide deixar sua casa, tomando uma decisão extrema e trágica.

Foi apenas com a perda do filho que Mary percebeu a situação terrível a qual estava o submetendo, completamente cega pela fé. Assim, a antiga religiosa fervorosa da Igreja Presbiteriana se tornou uma militante dos direitos dos homossexuais.

Isso poderia ser apenas a sinopse do telefilme dramático americano, mas é um resumo do que aconteceu com a família Griffith, que perdeu seu filho mais novo em 1983 por suicídio devido à homofobia de sua mãe.

A perda de uma mãe

Quando a produção foi lançada, Mary foi perguntada sobre o que achou sobre o filme, anos após o suicídio do filho, enquanto já fazia parte de trabalhos que lutavam pelos direitos de pessoas LGBTQ+.

“Primeiro me senti envergonhada e humilhada por causa da minha homofobia, ignorância e incapacidade de escutar meu filho”, contou a mulher em uma entrevista ao jornal O Tempo em 2009, ano do lançamento do telefilme.

“Já a melhor parte, na minha opinião, é quando eu finalmente percebo que não havia nada de errado com Bobby. Eu sei que o dano é irreparável. Bobby se foi, mas não em vão”, completou.

“A morte dele mudou minha maneira de eu ver o mundo. Primeiro eu procurei na Bíblia por explicações. Queria saber porque Deus não havia curado meu filho. Depois entendi que Bobby não foi curado porque não havia nada errado com ele. Eu estava mergulhada em uma fé cega”, explicou.

Ela também relembrou que, quando descobriu que Bobby era gay, sentiu “medo”. “Homossexualidade era uma palavra que eu nunca tinha falado ou escutado antes. Eu não tinha dúvidas de que Deus curaria meu filho”, recordou do tempo de religiosa fervorosa.

Divulgação/Arquivo pessoal

Para a mãe do jovem, o “amor de Deus” não está presente em igrejas que pregam o preconceito contra a comunidade, “porque ali se ensina a ignorância e o medo em relação ao tema”.

Perguntada sobre o que diria ao filho se tivesse a oportunidade, Mary responde: “Você estava certo Bobby. Eu era a errada. Você é igual a qualquer outra pessoa. Um adorável e valioso filho de Deus”.

“Confiem em seus filhos e escutem o que eles têm a dizer. Por mais que você não esteja preparado para essa situação, diga: ‘eu não entendo, mas com a ajuda de Deus eu estou aqui para ajudar você’”, finalizou.