Tentando curar distúrbios traumáticos, a escritora encontrou a solução em uma morte cinematográfica
Com privilégios ingleses graças a influência dos pais, Virginia Woolf cresceu em Londres com uma família rodeada de artistas. Seus pais, escritores, educaram Virginia e sua irmã Vanessa apenas com a vasta biblioteca em casa antes de frequentarem o instituto feminino do King’s College London.
Quando se formou, foi inserida rapidamente no mundo literário, onde conheceu o marido, Leonard. Após casar, ambos fundaram uma editora responsável por publicar obras de sucesso mundial com autores como TS Eliot e Sigmund Freud.
A partir de 1915, Virginia passou a publicar seus próprios romances, tendo sucesso com To the Lighthouse e Orlando. Publicou também ensaios feministas revolucionários para a época — A Room of One's Own e Three Guineas — e recebia ótimas críticas.
Os trabalhos, no entanto, não foram capazes de motivar a inglesa, que havia tentado suicídio durante o processo de produção de todas as suas obras.
Melancolia
A motivação para o desconforto com a vida era diretamente ligado aos traumas que nunca tinha manifestado antes de registrar em um ensaio. Além de relevar o diagnóstico que apontava seus problemas psicológicos como doenças mentais, a autora revelou que foi abusada sexualmente por George e Gerald, seus meio-irmãos, entre os seis anos de idade até antes de se casar, aos 23.
O estopim, que parece ter intensificado suas dores, foi uma sequência de falecimentos. Em 1895, sua mãe e, dois anos depois, a irmã Stella, faleceram, antes de a romancista completar 16 anos de idade.
A partir dos ocorridos, Virginia teve seus primeiros episódios de colapso mental, a ponto de ter sido internada e observada para não reagir com agressividade contra si. Além das tentativas, chegou a relatar alucinações e que as mesmas a atormentavam a ponto de querer tirar a vida.
Os angustiantes momentos finais
Os tratamentos psicológicos oferecidos na época ainda trabalhavam com hipóteses duvidosas e técnicas experimentais, porém, não representaram um problema financeiro para Virginia e o companheiro Leonard, visto que possuíam altas quantias pelos lucros obtidos na editora.
Um dos tratamentos chegou a arrancar vários dentes da escritora devido a uma teoria médica que associava doenças mentais a infecções dentárias, durante a década de 1920. Por motivos, atualmente óbvios, não surtiram efeito; do contrário, o resultado foi negativo, somando os distúrbios com a dor física.
Com o estopim da Segunda Guerra Mundial no final da década de 1930, a autora foi impedida de escrever e lançar seus livros, onde a mesma canalizava sua raiva, angústia e pensamentos suicidas, através de um método desenvolvido em parceria com o marido. Sem a possibilidade de externar seus demônios, voltou a ter pensamentos suicidas.
Na manhã de 28 de março de 1941, a autora se encontrou com o marido no jardim de casa. Abatida, Leonard a orientou a entrar e descansar. A escritora entrou, mas não decidiu se deitar: vestiu um longo casaco de pele e encheu os bolsos e mangas de pedras pesadas.
Saindo pela porta da frente, foi até o lago Ouse, próximo a residência que moravam. A romancista simplesmente caminhou e ancorou lentamente ao fundo do lago com o auxílio das pedras.
Quando o marido foi checar se a esposa estava bem, não a encontrou em nenhum cômodo, porém, localizou duas cartas manuscritas com a caligrafia de Virgínia. Eram duas notas de suicídio, endereçadas a ele e à irmã Vanessa.
"Querido, tenho certeza de que estou ficando louca de novo. Sinto que não podemos passar por outro daqueles tempos terríveis. E não vou me recuperar dessa vez. Começo a ouvir vozes e não consigo me concentrar. Então, estou fazendo o que parece ser a melhor coisa a fazer”.
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