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Matérias / Personagem

"Um bêbado encontrado na sarjeta": o polêmico retrato que enfureceu Churchill e sua família

Graham Sutherland foi contrato para representar o político em uma obra que seria presenteada no 80° aniversário, no entanto, o resultado foi desastroso

Nicoli Raveli Publicado em 23/04/2020, às 07h30

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O político britânico Winston Churchill - Getty Images
O político britânico Winston Churchill - Getty Images

Winston Leonard Spencer-Churchill, estadista britânico e conservadorista, ficou conhecido após o título de primeiro-ministro do Reino Unido durante a Segunda Guerra Mundial.

Por trás da figura de político, também apresentava um lado pouco conhecido, já que ele era artista e escritor e, posteriormente, recebeu o Prêmio Nobel de Literatura devido a um de seus textos.

Entretanto, seu lado sério prevalecia e era difícil agradá-lo. O artista Graham Sutherland foi um dos que tentou alcançar as expectativas de Churchill. Em 1954, o homem foi contratado para fazer uma pintura do então primeiro-ministro.

Primeiro-ministro Churchill com seu cachorro / Crédito: Getty Images

A obra, que foi financiada pela Câmara dos Comuns e Câmara dos Lordes, seria feita pelo preço de mil guinéus e, posteriormente, seria apresentada para o político em seu 80° aniversário, em Westminster Hall. Sutherland era conhecido por ser um pintor modernista e já tinha certa reputação na época. Dessa maneira, ele buscava expressar a pessoa real em suas obras.

Todavia, Churchill e Graham tinham opiniões divergentes sobre essa tipo de arte. Não obstante, o primeiro-ministro esperava ser representado como um Cavaleiro da Liga, uma cavalaria antiga do sistema de honra britânico, entretanto, os membros da câmara exigiram que o quadro o apresentasse com o traje habitual de um parlamentar: casaco e calça preta, colete e gravata borboleta.

Os primeiros passos da obra

Alguns meses antes de dar vida à pintura, Sutherland passou a analisar a aparência do britânico e realizou esboços em carvão, sempre dando ênfase nos detalhes de seu rosto e mãos. Mais tarde, o pintor também realizou seus testes em telas a óleo.

Além disso, o profissional levou em consideração as fotografias feitas por Elsbeth Juda, editora e fotógrafa associadada revista The Ambassador. Dessa maneira, seu trabalho final ganharia vida.

Ele foi até seu estúdio e realizou a obra em uma tela grande e quadrada já que, de acordo com o pintor, era a forma perfeita de representar um político sólido como Churchill.

Foi quando o pintor o representou sentado em uma cadeira, inclinado para frente e olhando para frente com a expressão de carrancudo. Além disso, um de seus braços pressionava a cadeira, o que resultou em uma possível analogia a estátua de Abraham Lincoln, presidente dos Estados Unidos.  

Retrato de Churchill / Crédito: Divulgação

Opiniões bizarras

Em meio a tons escuros, o quadro gerou diversos comentários controversos. Na frente do artista, a Baronesa, Clementine Churchill, interpretava a obra como uma reprodução da vida real, seu filho, Randolp, alegou que o a imagem fazia o pai parecer desencantado, uma narrativa diferente do que era difundido no período.

No mesmo dia, Clementine tirou uma fotografia da obra para mostrar ao marido. Mais tarde, afirmou a Lorde Moran, seu médico pessoal, que achou a pintura imunda e maligna, e que o fez parecer um bêbado de mau humor que foi encontrado na sarjeta da cidade.

Sua decepção o fez encaminhar uma carta a Sutherland. De acordo com Churchill, a pintura não era adequada e não seria exposta na cerimônia de seu aniversário. Entretanto, o artista reafirmou que havia pintado o que viu.

Mesmo contra sua vontade, o primeiro-ministro foi convencido a deixar que a obra fosse apresentada em seu 80° aniversário. Dessa maneira, o evento atraiu diversos olhares em 1954. Durante seu discurso, ele agradeceu pela obra e a caracterizou como um exemplo notável de arte moderna que expressava a força e a sinceridade. Todavia, a arte não agradou a todos.

Lord Hailsham, um dos colegas de trabalho de Churchill a intitulou como "nojenta". Todavia, a obra dividiu novamente as opiniões. O parlamentarista Aneurin Bevan, por exemplo, alegou que a imagem era linda e apresentava traços reais.

Depois da cerimônia, era esperado que o quadro ficasse nas Casas do Parlamento, mas foi levado para Chartwell, local onde nunca foi exibido. Houveram muitos pedidos para a exposição, mas todos foram recusados.

Isso porque a esposa do político alegou que havia destruído a pintura em pedaços. Segundo a afirmação, o fato aconteceu apenas um ano após sua chegada a casa de campo da família.

Churchill e sua esposa Clementine Ogilvy Spencer-Churchill / Crédito: Divulgação

Para Clementine, esse era o único modo de acabar com o sofrimento do marido. Além disso, em suas próprias palavras, Grace Hamblin e seu irmão, secretários particulares da família, foram os responsáveis pela remoção e queima do quadro.

Quando o acontecimento veio à tona, muitas pessoas ficaram incrédulas com a situação. Mais tarde, o próprio Sutherland classificou o ato como vandalismo, enquanto outros declararam que era um direito de Churchill.

Nos anos seguintes, os esboços da pintura foram levados em consideração pela galeria National Portrait de Londres e pela Carlton Club para um possível segundo retrado do político. Ademais, a galeria Beaverbrook Art também obtém as preparações realizadas pelo pintor. Até o momento, nenhum retrado foi exibido.


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