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Matérias / Hollywood

"Um tirano egoísta": A nada agradável opinião de Marlon Brando sobre Charles Chaplin

Os astros se encontraram nas filmagens do longa A Condessa de Hong Kong, estrelado por Marlon e produzido, dirigido e roteirizado por Charlie

Fabio Previdelli Publicado em 28/01/2021, às 15h40

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Charles Chaplin em O Grande Ditador (1940) - Divulgação
Charles Chaplin em O Grande Ditador (1940) - Divulgação

Contemporâneos, Charles Chaplin e Marlon Brando marcam duas importantes gerações do cinema. Enquanto o humorista foi um dos grandes atores do cinema mudo, notabilizado pelo uso da mímica e da comédia pastelão; o galã é lembrado por suas atuações impecáveis e emocionantes, sendo considerado um dos maiores e mais influentes de todos os tempos.  

Os dois, ao lado de Marilyn Monroe, são os únicos atores profissionais a figurarem na lista da Revista Time, de 1999, das 100 pessoas mais importantes do século. Em 1967, Brando e Chaplin chegaram a participar juntos de um filme: A Condessa de Hong Kong, que foi estrelado por Marlon e produzido, dirigido e roteirizado por Charlie.  

Charles Chaplin dirige Marlon Brando em "A Condessa de Hong Kong", o último filme do autor britânico / Crédito: Divulgação/ Universal Pictures / 1967

Apesar de todas expectativas, e do milionário orçamento de 3,5 milhões de dólares, o longa só arrecadou cerca de dois milhões nas bilheterias. Apesar de ser a maior quantia obtida por um filme dirigido por Chaplin, a produção, ainda assim, foi considerada um fracasso comercial.  

O filme, que também contou com a participação da atriz Sophia Loren, foi o último do comediante, que tinha 77 anos na época. Porém, o que se tornou mais significativo entre tudo isso foi o desentendimento entre o galã e Chaplin.  

“Um tirano” 

Segundo os bastidores da época, as brigas entre Chaplin e Brando aconteceram por uma suposta má vontade de Marlon, que por sua vez acusava o comediante de ser terrivelmente cruel com os atores.

A briga de egos entre os dois garantiu um relato especial na autobiografia do galã: “Brando: Songs My Mother Taught Me” (ou “Brando: Canções Que Minha Mãe Me Ensinou”, em tradução livre).

No trecho, disponibilizado pelo Entertainment Weekly no ano de 2004, o ator conta como foi o encontro dos dois: “Gênio da comédia ou não, quando fui para Londres trabalhar com ele no final da vida, [Charlie] Chaplin era um homem terrivelmente cruel. Ele tinha quase setenta e sete anos quando me ofereceu o papel de um diplomata chamado Ogden Mears em ‘A Condessa de Hong Kong’”, conta.  

Sophia Loren em "A Condessa de Hong Kong" / Crédito: Divulgação/ Universal Pictures / 1967

“Nesta comédia, ambientada a bordo de um navio de luxo navegando entre Hong Kong e San Francisco, Sophia Loren interpretou uma garota de programa e condessa empobrecida que se escondeu em meu quarto”, diz Brando sobre a premissa do filme. 

Apesar do insucesso futuro do filme, o ator disse que já esperava que a produção fracassaria quando ainda estava na fase de filmagens. “Enquanto estávamos fazendo isso [filmando], descobri que Chaplin era, provavelmente, o homem mais sádico que eu já conheci. Ele era um tirano egoísta e um avarento”. 

Sobre a personalidade egocêntrica do diretor, o galã escreveu que ele era cruel com todos que desobedeciam ou não trabalhavam conforme o esperado, tanto a equipe de produção quanto os atores. “Ele assediava as pessoas quando elas se atrasavam e repreendia-as impiedosamente para que trabalhassem mais rápido”, conta Marlon.  

Como se não bastasse, o ator relata que Chaplin era implacável até mesmo com seu filho, Sydney Chaplin, que fez uma participação no filme. “Pior de tudo, ele tratou seu filho Sydney, que interpretou meu companheiro, cruelmente. Na frente de todos, ele o humilhava constantemente: ‘Sydney, você é tão burro! Você não tem cérebro suficiente para saber como colocar a mão na maçaneta da porta? Você sabe o que é uma maçaneta, não sabe? Tudo que você faz é girar a maçaneta, abrir a porta e entrar. Não é fácil, Sydney?’”. 

Apesar de reprender diversas vezes o seu filho, Oona O'Neill, a esposa de Charlie, que sempre estava presente nos sets, nunca defendeu o enteado, parecendo ser uma coisa rotineira na vida deles. “Foi doloroso assistir”, relembra Brando

Sophia Loren e Marlon Brando em "A Condessa de Hong Kong", o último filme dirigido por Charlie Chaplin / Crédito: Divulgação/ Universal Pictures / 1967

A gota d’água teria acontecido quando Marlon chegou quinze minutos atrasado em um dos dias de gravação. "Eu estava errado e não deveria estar atrasado, mas aconteceu. Diante de todo o elenco, Chaplin me repreendeu, me envergonhou, me disse que eu não tinha senso de ética profissional e que era uma vergonha para minha profissão”.

No entanto, o ator relata que não deixou isso barato, exigindo um pedido de desculpas, algo que foi atendido por Charlie


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