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Matérias / Crimes

Uma década de tortura: a mulher romena que foi mantida em um porão por 3.650 dias

No que ficou conhecido como o crime mais cruel da Itália, a jovem foi estuprada, mutilada e teve dois filhos com o seu agressor

Pamela Malva Publicado em 24/05/2020, às 08h00

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Imagem meramente ilustrativa de cabana isolada - Divulgação/Pixabay
Imagem meramente ilustrativa de cabana isolada - Divulgação/Pixabay

Em 9 de novembro de 2017, o município de Gizzeria, na Itália, vivia mais um dia comum. Em algumas das ruas principais, a polícia da cidade fazia uma blitz de rotina — até que algo chamou atenção dos oficiais.

Um carro antigo e levemente danificado passou em alta velocidade pelas viaturas estacionadas. O infrator logo foi abordado pelos oficiais e identificado como Aloisio Francesco Giordano, de 52 anos. No banco de trás, um menino de nove anos, que o homem dizia ser seu filho, dormia tranquilamente. 

Frente à grande diferença de idade entre os dois, os policiais desconfiaram da história e pediram que o motorista os levasse até sua casa. Em pouco tempo, a simples multa de trânsito se tornou um dos casos mais assustadores que a Itália já viu.

A última viagem tranquila

Em maio de 2007, uma jovem romena de 19 anos gastou grande parte de suas economias em uma passagem para a Itália. Ela procurava por trabalho e buscava uma vida melhor do que o seu país oferecia.

Meses depois de sua chegada, ela ainda não havia conseguido nenhum cargo fixo quando foi abordada por um homem misterioso, com cerca de 40 anos. Ele se aproximou e lhe falou sobre um emprego temporário.

Segundo o homem, ele precisava de ajuda para cuidar de sua mãe doente e não tinha condições para contratar um profissional. Não era o trabalho perfeito, mas, comovida, a jovem romena decidiu aceitar o cargo passageiro.

Dias mais tarde, dirigiu até a casa do homem na última viagem tranquila de sua vida. Ao chegar na residência, localizada em uma área isolada da cidade, descobriu que a mãe doente do homem, na verdade, era sua esposa — que estava bem saudável.

Imagem meramente ilustrativa de pés amarrados por correntes / Crédito: Divulgação/Pixabay

O plano perfeito

Aloisio estava satisfeito. Tudo tinha saído exatamente como planejado. A história da mãe doente realmente tinha emocionado a garota jovem, que dirigiu até sua casa por vontade própria. Nada poderia ligar o casal ao desaparecimento dela.

Agora, a menina de 19 anos morava no porão de Aloisio Francesco, na mesma casa explorada pela polícia dez anos mais tarde, em 2017. Foi naquele local sujo e abandonado que a jovem passou a pior década de sua vida.

Por anos, a garota romena sofreu nas mãos de seu agressor. Sem água, luz elétrica ou sistema de esgoto, ela dividia espaço com ratos, restos de comida e excrementos. Dia após dia, ela era agredida fisicamente, levava golpes na cabeça e passava por diversas sessões excruciantes de estupro, nas quais Aloisio cortava seu órgão genital.

Após cada momento de violência, o homem costurava os machucados da menina com fio de náilon e deixava claro que a garota nunca mais sairia dali. Durante os dez anos em cárcere privado, sofrendo nas mãos do agressor, teve dois bebês.

Foto do porão mostrando a situação na qual a jovem romena vivia / Crédito: Polícia Italiana

Perícia de ponta

Naquele dia 9 de novembro de 2017, quando Aloisio foi abordado pela polícia, sua ficha criminal foi enviada aos oficiais em campo. Descobriu-se que o homem, acompanhado pelo menino, já fora condenado por sequestro e violência sexual.

Os policiais não tiveram dúvidas que deveriam seguir com o homem até sua residência. Uma vez na casa, Aloisio afirmou que era casado e que tinha mais uma filha, mas que as duas haviam saído para passear.

Uma vez no terreno do homem, os policiais notaram a porta para um galpão trancada com correntes e um cadeado. Eles ordernaram que Aloisio abrisse o cômodo e desceram as escadas até o porão.

"Quando os agentes entraram, a jovem estava sentada no chão, com uma criança no colo”, explicou o capitão Pietro Tribuzio em entrevista à BBC Brasil, na época. Em cima de um colchão surrado, a jovem romena abraçava sua filha de três anos.

Foto da entrada do porão tirada pela polícia italiana / Crédito: Polícia Italiana

Investigações

Aos 29 anos, a mulher, que nunca teve seu nome revelado, foi recuperada pela polícia e interrogada sobre o sequestro. Inicialmente, ela afirmou que teria sobrevivido em condições insalubres de comum acordo com Aloisio. Ao receber apoio psicológico, entretanto, ela logo relatou cada dia dos 10 anos vividos naquele porão.

Segundo jovem, tanto ela quanto seus filhos eram mantidos em cárcere privado pelo criminoso. O menino mais velho, inclusive, mudava de escola sempre que alguma professora perguntava demais sobre sua vida, a fim de não levantar suspeitas.

Após os incontestáveis testemunhos da jovem romena, o criminoso italiano foi preso, no dia 21 de novembro de 2017. Pela segunda vez, Aloisio foi condenado pelo sequestro e pela violência sexual contra uma jovem — ele havia sido sentenciado a cinco anos de prisão em 1995, após agredir uma mulher de 23 anos.


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