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Matérias / Personagem

Uma incógnita de 410 anos: a controversa morte de Caravaggio

No aniversário de morte do maior artista barroco da História, entenda a polêmica em relação à origem da febre que o levou à morte em 1610

André Nogueira Publicado em 18/06/2020, às 11h31

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Autorretrato de Caravaggio - Domínio Público
Autorretrato de Caravaggio - Domínio Público

Um dos artistas mais marcantes da Renascença, expoente do barroco e inaugurador de técnicas importantes das artes plásticas, o pintor italiano (nascido em Milão) Michelangelo Marisi da Caravaggio atuou principalmente em Roma, onde também se envolveu em uma série de confusões e crimes, por seu estilo de vida rebelde e boêmio.

Ele morreu em 18 de junho de 1610, diante de uma forte febre, que passou a afetá-lo quando chegou à cidade de Porto Ercole. Na época, ele havia sido expulso de Roma após crimes e rixas perigosas em diversas cidades. A causa de sua morte, porém, é incerta até hoje, criando uma grande polêmica entre acadêmicos.

Polêmica

A única informação concreta que temos sobre o leito de morte de Caravaggio é que o artista sofria altas febres e dores antes de falecer, aos 39 anos. Esse sintoma, que facilmente levava à morte naquela época, foi palco de debates. Isso porque envolve uma enfermidade ainda não explicada totalmente mas bastante deduzida.

Uma especulação é a de que, na verdade, ele foi morto por uma facção de cavaleiros ou mercenários com quem criou inimizades em sua fuga de Malta, mas pouco se dispõe a essa hipótese em termos de lastro documental. Não obstante, existem teorias relacionadas a essa especulação. Porém, é consenso que a causa se deu diante de uma infecção ou patologia.

Alguns estudiosos argumentam que ele foi atacado pela malária naquele ano, enquanto outros afirmam que poderia ser uma espécie de brucelose (infecção bacteriana) causada pelo consumo de algum laticínio não pasteurizado. Todavia, a teoria mais conhecida em relação a sua morte remete a uma doença sexualmente transmitida: a sífilis.

O corpo

Uma das dificuldades de analisar ou realizar pesquisas em relação à morte de Caravaggio é o fato de que não havia certeza de onde está o seu corpo. Muitos estudos partem da análise de um cadáver que se especula ser o do pintor, sepultado numa igreja em Porto Ercole e que foi encontrado apenas em 2010. Historiadores acreditam fortemente se tratar do artista milanês, mas não existe confirmação precisa.

Análises legistas do cadáver indicam a possibilidade de uma infecção grave de chumbo, — as tintas da época possuíam altas doses do composto. Sabe-se que Caravaggio sofreu consequências em vida diante do produto.

Porém, atualmente, as pesquisas aceitas em relação à morte do artista estão ligadas a uma infecção causada por um golpe de lâmina em uma briga. Estudos franceses e italianos, a partir dos restos que se especula serem do pintor, indicam uma patologia bacteriana conhecida como sepse. Laura Geggel, em seu artigo Renaissance Master Caravaggio Didin’t Die of Syphilis, but of Sepsis, na Live Science, explica o episódio.

A violência e a tenebrosidade são marcas da obra de Caravaggio / Crédito: Wikimedia Commons

“Depois de mais brigas, a última em que ficou gravemente ferido, ele morreu enquanto viajava de volta a Roma e foi enterrado em um cemitério em Porte Ercole, na Toscana”. Segundo suas pesquisas, documentos encontrados em 2002, no Vaticano, indicam que o pintor sofreu graves ferimentos em uma briga de espadas, possivelmente causada por uma vingança após Caravaggio matar um rival, tentando castrá-lo.

Então, foi realizada uma leitura de DNA do cadáver que se especula ser do pintor (o único no local com o tamanho próprio para ser o artista, datado do século 17 e da idade que ele tinha quando morreu), afirmando que o perfil do corpo era o mesmo do barroco.

Ao estudarem os dentes do corpo, foi identificada uma colônia da bactéria Staphylococcus aureus, que se alojara num vaso sanguíneo remanescente da estrutura dentária. Esse patógeno pode causar uma série de doenças, como infecções graves. A contaminação teria sido oriunda do ferimento aberto causado pelo vingador do amante que Caravaggio matara, o que levou à sepse.

Crédito: Wikimedia Commons

"[A causa da morte] resultou de sepse secundária à superinfecção de feridas após uma luta em Nápoles, alguns dias antes do início dos sintomas", coloca o estudo. Essa hipótese, que possui maior base empírica de comprovação, é hoje a mais aceita pelos historiadores, dando certo apaziguamento na polêmica da morte de Caravaggio.


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