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Matérias / Curiosidades

Verdadeira Atlântida: A região submersa de Doggerland

Habitada pelos mesolíticos, área foi engolida por um tsunami há cerca de 8 mil anos

Fabio Previdelli | @fabioprevidelli_ Publicado em 05/12/2021, às 09h00

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Crânio de mamute lanoso descoberto por pescadores no Mar do Norte - Museu Nacional de Antiguidades
Crânio de mamute lanoso descoberto por pescadores no Mar do Norte - Museu Nacional de Antiguidades

Na região onde hoje se compreende a costa leste da Grã-Bretanha e o resto do continente europeu, não existe nada além de uma longa faixa de água do oceano. A região é tão inerte que é impossível acreditar que algum dia ela já foi habitada. 

Mas isso realmente aconteceu, há cerca de 12.000 anos, quando a última grande Era do Gelo estava chegando ao fim. Os vestígios desse local, por incrível que pareça, existem e foram encontrados recentemente por pesquisadores do Museu Nacional de Antiguidades em Leiden, na Holanda. Conheça Doggerland, o reino submerso perdido

O reino perdido

No local onde hoje é o Mar do Norte, existia uma área com colinas suavemente inclinadas. Lá havia pântanos, vales arborizados e até mesmo lagoas com lamaçal. Esse espaço, de cerca de 46.620 quilômetros quadrados, recebeu o nome de Doggerland, uma referência aos barcos de pesca que os holandeses usavam no século 17, os doggers. 

Mapa de onde ficava Doggerland/ Crédito: Max Naylor via Wikimidia Commons

Doggerland, conforme explica matéria do National Geographic, era habitado pelos mesolíticos. Pesquisadores dizem que a região era frequentada por caçadores-coletores que migravam de acordo com as estações do ano. Lá eles colhiam diversos alimentos, como avelãs e frutas vermelhas. 

Porém, com o tempo, os doggerlanders, como seus habitantes foram chamados, acabaram sendo ‘expulsos’ da região, não por conta de conflitos com outras tribos ou algo do tipo, mas por causa de ações da natureza.

Até então, a água do oceano ficava presa em geleiras e mantos de gelo, mas com o tempo, essas camadas começaram a derreter e, como se pode imaginar, Doggerland ficou submersa. Tudo ficou ainda pior quando um tsunami, há cerca de 8 mil anos, levou a porção de terra para o fundo do mar.

Dessa forma, o povo mesolítico foi forçado a ocupar regiões mais elevadas, como Inglaterra e a Holanda. 

Vestígios de Doggerland

As primeiras descobertas sobre a região perdida aconteceram em 1931. Um barco de pesca que navegava pelo Mar do Norte acabou capturando uma ponta de lança. 

Desde então, muitas outras surpreendentes evidências foram encontradas,  o que diz respeito, por exemplo, a ossos de cervos, dentes de mamute (como aqueles que estampam a capa desta matéria) e até mesmo fragmentos do crânio de um jovem neandertal.

Pontas de lança e outros artefatos encontrados de Doggerland/ Crédito: Museu Nacional de Antiguidades

Recentemente, os achados passaram a ficar mais constantes, principalmente depois que camadas do fundo do mar foram retiradas. A operação serviu para aumentar faixas de areia litorâneas. 

Além disso, com a ajuda de empresas petrolíferas que exploram o fundo do mar, pesquisadores foram capazes de reconstruir um modelo digital de como era toda a área de terra de Doggerland antes de ser inundada. 

"Houve um período em que Doggerland era um lugar seco e incrivelmente rico, um local maravilhoso para caçadores-coletores", disse Sasja van der Vaart-Verschoof, curador do departamento de pré-história do Museu Nacional de Antiguidades.

Não se tratava de uma extremidade da Terra ou uma ponte para o Reino Unido. Era realmente o coração da Europa", continua. 

Por fim, segundo o National Geographic, estudiosos de Doggerland estão analisando como as mudanças climáticas análogas às nossas contribuíram para o fim da região habitada pelos povos mesolíticos, que deixaram o local depois que a água engolfou os assentamentos de baixa altitude. 

A linha vermelha marca onde Doggerland ficaria/ Crédito: Domínio Público

Uma situação semelhante, caso as calotas polares continuarem em um ritmo acelerado de derretimento, pode acometer bilhões de pessoas que vivem nos 60 quilômetros da atual região costeira europeia.


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