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Matérias / Hollywood

Depressão, drogas e boicote: os últimos anos de Judy Garland

A atriz ficou conhecida por seu desempenho marcante e é lembrada como uma das maiores artistas de Hollywood, mas encontrou um final trágico

Nicoli Raveli Publicado em 06/11/2020, às 13h00

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Artista Judy Garland - Wikimedia Commons
Artista Judy Garland - Wikimedia Commons

A atriz norte-americana Judy Garland ficou conhecida por seu desempenho marcante como atriz, dançarina e, principalmente, como cantora. Não obstante, ela é um dos nomes destacados na Era de Ouro de Hollywood.

Sua paixão pela profissão aconteceu por influências de seus pais, já que Francis Avent Gumm e Ethel Marion Milne também eram atores. Sua carreira começou cedo, aos dois anos de idade, com a interpretação da famosa canção de Natal, Jingle Bells.

Destaques durante a carreira

No ano de 1926, ela e a família abandonaram Londres para morar em Lancaster, na Califórnia. Com isso, dois anos depois, Judy e suas irmãs passaram a dedicar mais tempo aos seus sonhos.

As garotas participaram do cinema pela primeira vez com as performances em Revue Big. O acontecimento foi seguido por várias apresentações, como em Holiday in Storyland e The Wedding of Jack and Jill, ambos em 1929.

Judy Garland em anúncio publicitário / Crédito: Divulgação 

Todavia, 1935 foi um ano difícil para a família. Durante uma apresentação de rádio, Judy e suas irmãs receberam a notícia de que seu pai, que havia sido diagnosticado com meningite, apresentou um agravamento no quadro clínico. No dia seguinte, Frank Gumm faleceu.

No mesmo ano, o diretor da produtora Metro-Goldwyn-Mayer solicitou que um de seus funcionários comparecesse ao Teatro Orpheum para assistir as irmãs. Garland foi contratada pela empresa aos 13 anos.

"Judy era uma máquina de fazer dinheiro na época, um grande sucesso, mas era o patinho feio... acho que isso teve um efeito muito prejudicial no seu emocional por um longo tempo. Acho que durou para sempre, realmente.", afirmou o diretor de filmes Charles Walters.

Em menos de um ano, ela participou do musical Every Sunday e do filme Love Finds Andy Hardy, em 1937. Entretanto, dentre suas atuações, a mais conhecida é a da personagem Doroty, do filme O Mágico de Oz, de 1939.

Judy Garland nas filmagens do filme O Mágico de Oz / Crédito: Divulgação 

Sua carreira fora marcada por diversos sucessos. Em 1940, Judy começou a interpretar papéis adultos, como nos filmes Andy Hardy Meets Debutante, Strike Up the Band e Little Nellie Kelly.

A vida agitada

Devido a rotina agitada, Garland e outros jovens artistas passaram a consumir anfetaminas e também barbitúricos para estimular o sono. Entretanto, para ela, o uso contínuo levou a grande dependência química.

Não obstante, Judy deu à luz Liza Minnelli em 1947, filha de Vincent Minnelli. Também foi incapaz de continuar as filmagens de The Pirate devido a um colapso nervoso, o que resultou em sua exclusão em um sanatório privado. Em julho do mesmo ano, ocorreu a sua primeira tentativa de suicídio ao cortar seu braço com pedaços de vidro.

O ato fez com que ela fosse transferida ao hospital psiquiátrico Austen Riggs Center, localizado na cidade de Stockbridge, em Massachusetts. Mesmo após ser liberada, Judy foi incapaz de completar todos os seus trabalhos.

Liza Minelli, Lorna e Joey Luft com a mãe, Judy Garland / Crédito: Divulgação 

Em pouco tempo, seus medicamentos foram misturados a bebida alcoólica, o que a tornou incapaz de se comprometer com a sua carreira. Dessa maneira, ao saber sobre a situação da artista, o executivo da Metro-Goldwyn-Mayer decidiu a afastar completamente da empresa em 1950. 

De volta ao espetáculo

Em menos de um ano, Garland retomou sua carreira no gênero de entretenimento intitulado vaudeville. Sua performance no Palace Theatre contou com 19 semanas de trabalho e foi reconhecido como um dos maiores triunfos pessoais na história do show business. Dessa maneira, Judy ganhou o Tony Award por ajudar a revitalizar o gênero.

Após se divorciar de Vincent Minelli, Judy contratou Sydney Luft como seu empresário. Foi no mesmo ano que ele decidiu criar uma turnê de quatro meses em diversos locais do Reino Unido. Os eventos foram um sucesso e reuniram diversas pessoas. Eles se casaram em 1952 e Judy deu à luz Lorna Luft.

Já em 1954, a artista foi contratada pela produtora Transcona Enterprises e trabalhou no remake do musical A Star is Born. Entretanto, no decorrer das filmagens, ela passou a apresentar os mesmos comportamentos que a fizeram ser afastada da Metro-Goldwyn-Mayer.

Mesmo assim, as filmagens foram finalizadas e o filme foi estreado, mas não obteve tanto sucesso. Dessa maneira, a produtora perdeu dinheiro e Judy não recebeu o lucro esperado. Ela perdeu o Oscar de Melhor Atriz, mas pôde comemorar sua atuação no filme pelos prêmios do Globo de Ouro de Melhor Atriz no musical. No mesmo ano, Judy teve o terceiro filho, Joey Luft.

Também seguindo a carreira musical, a gravação do CD Judy at Carnegie Hall ganhou o certificado de ouro e cinco prêmios Grammy. O ano de 1963 contou com a sua última atuação. Intitulado I Could Go on Singing e estrelado por Dirk Bogarde, o filme retrata a vida de uma cantora mundialmente famosa.

O fim da carreira

Mesmo sendo diagnosticada com hepatite aguda, Garland não deixou seus sonhos de lado. Dessa maneira, a mulher foi convidada a vários programas televisivos e teve a chance de comandar o The Judy Garland Show, que foi cancelado em 1964.

Com isso, ela voltou ao palco ao lado da filha, Liza Minneli e realizou um concerto. No mesmo ano, sua turnê na Austrália também não obteve sucesso, já que havia muito atraso por parte da cantora.

Liza Minelli e Judy Garland em programa televisivo / Crédito: Divulgação 

Ela casou-se novamente com o promotor Mark Herron e, anos depois, foi escalada para um trabalho da 20th Century Fox. Entretanto, seu comprometimento não foi o ideal, e resultou em sua demissão.

Foi quando ela decidiu voltar ao palco com seus filhos Lorna e Joey. Em Nova York, sua turnê contou com 16 shows a atraiu diversos fãs. Porém, em 1969 sua carreira foi novamente comprometida devido a sua saúde. Dessa maneira, seu último concerto aconteceu em Londres.

A causa da morte

No mesmo ano, Judy se divorciou novamente e casou-se com Mickey Deans. Ela foi encontrada morta no banheiro de sua casa por seu próprio marido. De acordo com o legista Gavin Thursdon, a causa da morte foi uma overdose por barbitúricos.

Entretanto, ele acrescentou ao dizer que o ato foi acidental, e que não há nenhuma prova de que sua morte tenha sido resultado de um suicídio. Não obstante, os exames declararam que a dose não foi ingerida apenas uma vez, e sim continuamente, fazendo parte de um tratamento.

Restos mortais de Judy Garland no Cemitério Hollywood Forever, em Los Angeles / Crédito: Divulgação

Além disso, diversos historiadores acreditam que, após sua primeira demissão, ela desenvolveu uma profunda depressão. Durante sua carreira, a artista lutou com a insegurança sobre sua aparência, já que diversos executivos a julgavam por seu peso e pela falta de beleza. A vida financeira também a atormentava.

Aos 47 anos, sua morte foi diagnosticada como acidental. Mesmo assim, um especialista britânico, que acompanhou sua carreira, insiste que sua morte foi causada por uma cirrose hepática.

Acredita-se que cerca de 20 mil pessoas compareceram ao enterro da artista. Ela foi enterrada no Cemitério Ferncliff, em Nova York. Porém, em 2017, seus restos mortais foram removidos do local e transferidos para o Cemitério Hollywood Forever, em Los Angeles. 


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