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Matérias / Crimes

Violações, assassinatos e fotografias: Grim Sleeper, o serial killer da idade moderna

O criminoso começou a atacar mulheres na década de 1980 e após um período de hiato de 14 anos, finalmente foi preso em 2010 — mas isso só colocou mais dúvidas sobre sua ficha criminal

Fabio Previdelli Publicado em 08/08/2020, às 11h00

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Lonnie Franklin Jr. ficou conhecido como Grim Sleeper, por conta de seus períodos de inatividade - Divulgação
Lonnie Franklin Jr. ficou conhecido como Grim Sleeper, por conta de seus períodos de inatividade - Divulgação

Os vizinhos descreveram Lonnie Franklin como "amigável e silencioso", mas apesar do status de bom moço, Franklin matou diversas mulheres entre 1985 e 1988. Entretanto, após esse período, ele ficou 14 anos, até 2002, sem cometer crimes.

Nesse meio tempo, a polícia até achou que ele jamais voltaria a matar novamente, mas com uma nova onda de assassinatos começou, ficou claro que ele havia retornado. Devido a esse tempo de hiato, o criminoso ganhou o apelido de Grim Sleeper (Dorminhoco, em tradução livre).

Somando os dois períodos, sua ficha policial registra 10 assassinatos e uma tentativa de assassinato. Aliás, foi por causa dessa vítima que conseguiu escapar que ele acabou preso em 2010. Franklin acabou falecendo de formas naturais, aos 67 anos, em 28 de março desse ano.

Mugshot de Grim Sleeper / Crédito: Wikimedia Commons

Um fato curioso de seu histórico é que, quando ele foi preso, sua casa foi revistada e lá os policiais encontraram milhares de fotos de mulheres inconscientes e desacordadas, o que colocou em xeque se nesses 14 anos o Grim Sleeper estava realmente "dormindo" e se o real número de suas vítimas é condizente com sua ficha criminal.

Mas qual sua história? Como ele agia? Conheça a história de Grim Sleeper:

Primeiro contato com a violência

Aos 21 anos, em 1974, Franklin se alistou no Exército dos Estados Unidos, onde serviu por um tempo em Stuttgart, na Alemanha. Nessa época, seus primeiros traços de violência começaram a aparecer.

Em abril daquele ano, ele e outros dois soldados sequestraram uma menina de 17 anos, arrastando-a para o carro onde estavam e levando-a para um local remoto, onde a estupraram. Depois disso, ela foi levada para casa, mas antes de deixar o carro, teve a ideia de fingir interesse por eles e pedir o número de seus telefones.

Foto de Grim Sleeper / Crédito: Divulgação/ YouTube/ ABC News

Franklin acatou a solicitação, mas tudo isso foi uma estratégia rapidamente pensada pela mulher. Depois de informar a polícia, a garota o convidou para se encontrarem em uma estação de trem. Chegando lá, os policiais o encurralaram e o prenderam.

Franklin foi julgado e condenado por estupro e sequestro, sendo sentenciado a 40 meses de prisão, mas cumpriu menos de um ano. Em 24 de julho de 1975, ele foi dispensado do Exército americano.

Os assassinatos do dorminhoco

Empregado como trabalhador de saneamento em Los Angeles, Lonnie Franklin conhecia bem os becos, as lixeiras e os aterros sanitários da cidade. Essas áreas desoladas, mais tarde, provariam ser locais ideais para o descarte de suas futuras vítimas.

Esse conhecimento de regiões mais periféricas também serviu para traçar o perfil de suas vítimas: sempre mulheres vulneráveis, todas negras e pobres, muitas das quais viciadas em crack e envolvidas com prostituição.

Fotos de algumas das vítimas de Grim Sleeper / Crédito: Divulgação/ YouTube/ ABC News

A primeira vítima conhecida de Franklin foi Debra Jackson, de 29 anos, que foi baleada três vezes no peito e teve seu corpo despejado em um beco, sendo encontrado em 10 de agosto de 1985.

Enquanto isso, em 1986, Franklin se casou com uma mulher chamada Sylvia e juntos tiveram dois filhos. O homem era popularmente conhecido; passava o tempo trabalhando em carros na garagem e conversava alegremente com os vizinhos. Ninguém poderia imaginar que o chefe por trás daquela família considerada tradicional estava levando uma vida dupla como um assassino em série monstruoso.

Entre os outros fatos que contribuiram para seu encobrimento, às altas taxas de criminalidade em Los Angeles foram reveladoras naquela época. A polícia estava inicialmente convencida de que os crimes estavam relacionados a dívidas de drogas. Mas, como vítimas com semelhanças apareceram, começaram a surgir dúvidas.

Posteriormente, foram encontrados os corpos de Henrietta Wright, Barbara Ware, Bernita Sparks, Mary Lowe, Lachrica Jefferson e Alicia “Monique” Alexander. Todas elas foram baleadas com uma arma de calibre 25. Além do mais, o DNA do mesmo indivíduo estava presente nos seios de cada uma das mulheres, mas como a tecnologia não era tão avançada assim, não existia um meio de rastrear o criminoso.

O período de hiato

Em novembro de 1988, Enieta Washington estava caminhando na rua quando foi abordada por um homem dentro de um carro. Pressionada, foi obrigada a entrar no veículo, onde teve uma arma apontada contra seu peito. Um disparo a fez começar a sangrar. Baleada, violentada, fotografada e, posteriormente, empurrada pra fora do carro metros depois.

Deixada para morrer, Enieta sobreviveu. A bala tirada de dentro de seu corpo condizia com o encontrado nas outras vítimas. Com isso, ela fez um retrato falado do criminoso, que passou a se esconder pelos próximos 14 anos.

O assassino só acordou em março de 2002, quando o corpo de Princess Cheyanne Berthomieux, de 15 anos, foi encontrado. Em julho de 2003, foi a vez de Valerie McCovey se encontrada sem vida. A última vítima fatal foi Janecia Peters, localizada em janeiro de 2007. O dorminhoco parece ter voltado aos velhos hábitos, já que Peters havia sido baleada com uma .25, diferente das outras duas.

A prisão

Ainda em 2007, Bill Bratton, comissário de polícia de Los Angeles desde o início dos anos 2000, finalmente criou uma força-tarefa para resolver os assassinatos. Mas isso não o impediu de receber críticas pela maneira que lidou com o caso, afinal, nunca realizou uma conferência de imprensa ou notificou o público que o assassinato de Peters estava ligado a dez outros, que remontam a 1985.

Com a tecnologia mais avançada, o DNA do criminoso foi inserido no banco de dados de polícia, mas nenhum registo foi encontrado. Mas ao bater os dados com perfis armazenados que demonstravam semelhança suficiente para permitir que a polícia deduzisse um relacionamento familiar, o filho de Lonnie, Christopher Franklin, foi localizado.

Eles o seguiram até um restaurante e conseguiram coletar seu DNA através de um garfo que ele usou. O material genético combinou com o encontrado no corpo das 10 mulheres. Assim, Lonnie Franklin passou a ser perseguido e acabou preso em 7 de julho de 2010.

Policiais investigando a casa de Grim Sleeper / Crédito: Divulgação/ YouTube/ ABC News

Durante uma busca em sua casa, os detetives encontraram centenas de fotos de mulheres não identificadas. Muitos delas estavam sem roupas, algumas haviam sido espancadas e outras estavam sangrando. Sem contar as que estavam inconscientes ou provavelmente mortas. Além do mais, fotos das 10 vítimas conhecidas do Grim Sleeper, incluindo uma de Washington, foram encontradas na coleção.

Os registros levaram as autoridades a acreditar que Franklin talvez nunca estivesse "dormindo" durante os seus 14 anos de folga e poderia realmente ser responsável por um número muito maior de assassinatos não resolvidos Los Angeles.

Porém, é provável que nunca saberemos toda a extensão da maldade do Grim Sleeper, já que quando ele morreu em 2020, aos 67 anos, o criminoso parece ter levado seu verdadeiro número de vítimas para o túmulo.


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