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Matérias / Múmias

Vítima de varíola? A intrigante múmia do faraó Ramsés V

As horrendas marcas encontradas no corpo do rei egípcio revelam que ele provavelmente sofreu com uma terrível enfermidade

Isabela Barreiros Publicado em 15/05/2020, às 07h00

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A múmia de Ramsés V - Wikimedia Commons
A múmia de Ramsés V - Wikimedia Commons

O governo de Ramsés V foi marcado por instabilidade. Naquele período, o poder do sacerdócio de Amon crescia cada vez mais, controlando terras de templo e as finanças do Estado, desafiando o poder dos faraós. Além disso, ataques inimigos também cresciam, principalmente vindos da Líbia, como foi atestado pelo Papiro de Turim.

Quarto faraó da 20º Dinastia do Egito Antigo, o rei foi filho de Ramsés IV e da rainha Duatentopet. Seu reinado foi muito curto: acredita-se que ele date entre 1149 a 1145 a.C. No entanto, mesmo em meio às vulnerabilidades do período, é provável que ele tenha concluído seus quatro anos no poder.

Morte desconhecida

Crédito: Wikimedia Commons

As causas da morte do faraó não são totalmente conhecidas. Durante muito tempo, acreditava-se que ele tinha sofrido com uma doença que ainda conhecemos nos dias de hoje, a varíola. No entanto, novas pesquisas vêm colocando essa teoria em dúvida.

Uma equipe de pesquisadores da Universidade de McMaster, no Canadá, analisou o vírus vindo de uma múmia que remonta ao século 17. A conclusão foi a seguinte: o ancestral comum entre as amostras teve origem entre 1588 e 1645, ou seja, a varíola pode ter surgido muito mais recentemente que acreditávamos.

"Agora que temos uma linha do tempo, precisamos perguntar se as evidências históricas de varíola documentadas anteriormente — que remontam ao reinado de Ramsés V (morto em 1145 a.C), indo até o século 16 — são reais. Trata-se de fato de casos de varíola, ou são erros de identificação? Sabemos que é fácil confundir varíola, catapora e sarampo, por exemplo", explicou Henrik Poinar, um dos pesquisadores envolvidos.

A múmia do faraó

Crédito: Wikimedia Commons

Ramsés V não foi encontrado no túmulo que foi construído especialmente para ele. A tumba KV9, localizada no Vale dos Reis, foi desenvolvida com o intuito de guardar o corpo do faraó após sua morte, que aconteceu em 1145 a.C. Porém, ele não foi guardado no local logo após seu óbito.

O que se sabe é que ele foi colocado na KV9 apenas no ano 2 de Ramsés VI, seu sucessor. Essa foi uma prática muito incomum, visto que geralmente os reis eram mumificados e enterrados precisamente 70 dias do reinado de seu herdeiro. Uma possível razão para a tradição egípcia não ter sido seguida foi porque Ramsés VI usurpou a tumba de seu antecessor, possivelmente destronando-o.

Existe, no entanto, outra resposta viável para o atraso é que o sucessor de Ramsés V ainda enfrentava os invasores no território. Ele precisaria colocar o antigo faraó em uma tumba provisória até que fosse possível, com segurança, guarda-lo em sua tumba. É relatado que, no ano 2 de Ramsés VI, a normalidade havia retornado à região.

Ainda assim, não foi na KV9 que ele foi descoberto. A múmia de Ramsés V foi encontrada pelo egiptólogo francês Victor Loret em 1898 na tumba KV35, que originalmente pertencia a Amenhotep II. Com o tempo, outras figuras foram guardadas no local, como ele próprio e outros faraós — Tutmés IV, Seti II, Ramsés IV e VI, por exemplo.

O local pode ser pode ser considerado uma espécie de esconderijo para múmias do Egito Antigo. Durante o Terceiro Período Intermediário, algumas múmias de importantes faraós foram transferidas para o túmulo localizado no Vale dos Reis em uma tentativa de proteger os cadáveres mumificados de vândalos que, muitas vezes, destruíam múmias e suas sepulturas.


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