Em 26 de agosto de 2020, Mathewson caminhava ao lado dos animais por sua propriedade em Limpopo, quando caiu em desgraça
Giovanna Gomes Publicado em 28/01/2021, às 08h00
Um conhecido conservacionista sul-africano chamado West Mathewson tinha costume de passear com suas leoas brancas de três a quatro horas por dia por sua propriedade, o safári-hotel Lion Tree Top Lodge.
Os felinos foram resgatados por Mathewson de um local em que eram cruelmente criados para serem caçados por humanos. Contudo, o ambientalista acabou sendo morto pelos mesmos animais que salvou no ano passado.
Novo 'lar'
Localizado na província de Limpopo, o safári-hotel de Mathewson atraía muitas pessoas que, assim como ele, também se aventuravam a caminhar ao lado das leoas. Segundo o homem e sua família, os animais seriam mansos e nunca atacariam um ser humano.
Contudo, no dia 26 de agosto de 2020, uma tragédia ocorreu. Era quarta-feira e, como todos os dias, West saiu para passear com Demi e Tanner, suas duas leoas de 180 kg cada. Foi então que algo inimaginável ocorreu: um dos felinos atacou o dono.
Segundo o jornal The Telegraph, em reportagem do ano passado, a esposa de Mathewson o seguia em um carro. Gil, de 65 anos, tentou distrair os animais para salvar o marido, contudo, ele já estava muito ferido.
Conforme declarou o porta-voz da polícia, brigadeiro Motlafela Mojapelo, “a polícia e os serviços de emergência foram acionados e, na chegada, o homem foi encontrado com ferimentos múltiplos. Ele foi declarado morto no local”.
Em seguida, as leoas foram tranquilizadas e levadas para um centro de espécies ameaçadas de extinção. “Elas estão em um lugar seguro agora e serão cuidadas e amadas, e, então, soltas na selva”, disse a nora do conservacionista morto, Tehri Fergusson, à mesma fonte.
Ela ainda declarou que não se sabia ao certo o motivo pelo qual os felinos o haviam atacado, mas afirmou que elas certamente não tentaram comê-lo.
Os familiares de Mathewson acreditam que as leoas teriam apenas iniciado uma brincadeira violenta que acabou por levar o homem à morte.
De acordo com a advogada da família, Marina Botha, em declaração dada à AFP, os parentes "encontram conforto e paz com o fato de que ele morreu enquanto vivia seu sonho, estando na natureza e com seus leões que estavam tão perto de seu coração."
Outra vítima
Alguns anos antes, os animais já haviam matado outra pessoa. Em 2017, os felinos fugiram do recinto, escalaram uma árvore e pularam uma cerca para entrar numa propriedade vizinha. Foi então que elas atacaram Qebekhulu Justice e seu colega de trabalho, enquanto recolhiam madeira. Justice acabou sendo morto pelas leoas.
Após o ocorrido, o dono dos animais defendeu suas leoas dizendo que elas não eram agressivas e que elas estavam atacando de maneira proposital, já que, conforme suas próprias palavras, o homem estaria "morto em cinco segundos".
"Acho que eles só queriam brincar com o cara", disse Mathew em entrevista ao jornal News24 na época. O que ele não imaginava era que, infelizmente, algum tempo depois teria o mesmo destino.
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