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Matérias / Curiosidades

Xiao Wang, o chinês que vendeu o rim para comprar um iPhone em 2011

Anos depois, o jovem passou a viver preso em uma cama em decorrência da infecção contraída durante cirurgia

Isabela Barreiros, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 18/01/2021, às 16h20

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Jovem em reportagem para a BBC em 2011 - Divulgação - BBC
Jovem em reportagem para a BBC em 2011 - Divulgação - BBC

O tráfico de órgãos é um comércio ilegal que persiste em todo o mundo, mesmo que existam leis específicas para esse tipo de crime. Segundo divulgado pela Época Negócios em 2015, a “indústria de transplante de órgãos na China movimentou US $1 bilhão” somente naquele ano.

Em 2011, um jovem chinês participou dessas estatísticas de forma voluntária. Na época, um adolescente de 17 anos, identificado apenas como Xiao Wang, decidiu por um procedimento pouco usual para conseguir um iPhone, celular que tanto desejava mas que não possuía dinheiro suficiente para comprar.

Ele, então, entrou em contato com uma rede ilegal de tráfico de órgãos que seria responsável pela cirurgia de remoção e compra do órgão em questão. Tudo isso aconteceu sem o conhecimento de sua família, com quem morava na província de Hunan, no sul da China.

A ideia de Wang era vender um de seus rins para que pudesse pagar pelo equipamento caro. Os traficantes de órgãos até mesmo o tranquilizaram afirmando que ele poderia viver normalmente com apenas um rim. Mas isso não poderia estar mais longe da verdade, que atingiu o jovem pouco depois da cirurgia.

A oferta era de US$ 3 mil por um de seus rins, mas o custo para o adolescente acabou sendo ainda mais caro. O procedimento, como pode se esperar de uma rede ilegal, aconteceu em um local com condições precárias, sem nenhum tipo de cuidado médico mínimo para que uma cirurgia pudesse ser realizada de forma segura.

A falta de higiene no local em que a operação foi feita gerou consequências traumáticas e irreversíveis para Wang, que só as descobriu depois de conseguir comprar seu iPhone. O dinheiro do órgão foi, de fato, usado para comprar o aparelho, mas nem todo dinheiro do mundo poderia ajudá-lo depois disso.

A família do jovem também desconfiou da origem do dinheiro. Afinal, de onde um adolescente de 17 anos arrumaria o dinheiro para comprar o que queria de forma tão rápida? Talvez não suporiam a venda de um órgão.

Mas ele acabou apresentando problemas de saúde depois de passar pelo procedimento médico, que acabaram se tornando cada vez mais graves. 

Oito anos depois

Cicatriz da cirurgia / Crédito: Divulgação - BBC 

A venda ilegal de um de seus rins aconteceu quando Wang tinha apenas 17 anos. Quando sua família descobriu o que havia acontecido, principalmente devido aos sintomas que ele estava apresentando, denunciou o caso à polícia. 

Eles receberam uma indenização de US$ 200 no final de uma investigação que gerou até mesmo repercussão internacional. Nove pessoas foram presas, incluindo médicos e traficantes em questão, com condenações de 3 a 5 anos de prisão, estabelecidas pela Justiça chinesa na época.

Pessoas podem ter sido culpadas pelo acontecimento trágico, mas isso não mudou o cenário no qual o jovem se encontrava oito anos depois de ter tomado a decisão que mudou sua vida — para o pior possível.

As condições inadequadas de higiene durante a cirurgia para a remoção do rim fizeram com que ele contraísse uma infecção que acabou gerando a falência progressiva do rim que não tinha sido vendido. Como seu único rim restante já não funcionava mais, a saúde do jovem piorou totalmente.

Até o fechamento dessa matéria, as últimas informações sobre a atual situação de Wang foram divulgadas pela BBC em 2019. Depois do episódio, o chinês passou a viver preso a uma cama, necessitando de hemodiálise, uma espécie de ‘rim artificial’, responsável por remover substâncias tóxicas do sangue. Aquela necessidade material de quase uma década trouxeram consequências que viverão com Wang para sempre.


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