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Matérias / Personagem

Yang Kaihui, a companheira abandonada de Mao Zedong que continuou ao seu lado

Mesmo torturada, ela preferiu a morte do que interromper a carreira política do companheiro — pouco antes de se tornar um líder

Wallacy Ferrari Publicado em 30/09/2020, às 13h00

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Retrato fotográfico de Yang Kaihui (à esq.) junto de Mao Zedong (à dir.) - Wikimedia Commons
Retrato fotográfico de Yang Kaihui (à esq.) junto de Mao Zedong (à dir.) - Wikimedia Commons

Nascida em 6 de novembro de 1901, Yang Kaihui foi batizada com um curioso nome, cujo significado representava "sabedoria aberta". A ideia partiu do pai, Yang Changji, professor notório da Primeira Escola Normal de Changsha e intelectual de esquerda, que lecionava ética em um colégio onde um curioso aluno se destacou.

Mao Zedong não apenas acompanhou diversas aulas de Changji, como desenvolveu uma incrível amizade com o professor, sendo descrito como um rapaz "tão inteligente e bonito" que era difícil de acreditar. Com isso, foi convidado diversas vezes para a residência do mestre, onde viu Kaihui pela primeira vez — apesar da atração, ignorou a jovem por respeito ao amigo.

A oportunidade para conversar com a moça surgiu quando Mao se mudou para Pequim junto do professor, que conseguiu um cargo na Universidade de Pequim. Apesar da timidez e da falta de dinheiro do rapaz, a garota de traços delicados passou a desenvolver uma paixão pelo jovem, que a acompanhou até a morte do pai, em 1920.

Fotografia distribuída como parte da propaganda comunista de Mao / Crédito: Divulgação

Casamento de luta

Pela ausência de recursos, o casal prometeu que, assim que estivessem em uma confortável situação financeira, se casariam. Tal ocasião ocorreu no mesmo ano da morte de Changji, quando, após a derrubada do chefe guerreiro Hunanês Zhang Jingyao por generais favoráveis ​​a Mao, o rapaz conseguiu abrir uma editora e uma livraria, obtendo status social e profissional para realizar a união.

Em seu casamento, a jovem foi responsável por acompanhar o companheiro na organização de movimentos camponeses, sendo a principal articuladora de ações entre mulheres, estudantes e trabalhadores. Durante o período, o casal teve três filhos; Anying, Anqing e Anlong — nascidos em 1922, 1923 e 1927, respectivamente — fazendo com que Kaihui dividisse o tempo entre trabalhos com grupos comunistas e a maternidade.

A Revolução Nacional planejada pela dupla acabou não surtindo efeito, tornando a revolução clandestina um alvo de autoridades. Por isso, passou a guarda dos filhos para a prima Kaiming e seguiu um rumo diferente do marido para despistar autoridades. Nos três anos seguintes, acompanhou diversos jornais anunciando manifestações organizadas pelo marido, mas acabou descobrindo que o companheiro engatou um outro relacionamento.

Pintura retrata o casal como companheiros de luta em propaganda comunista / Crédito: Divulgação

Captura com lealdade

A jovem prosseguiu defendendo os ideais do líder, sendo capturada em outubro de 1930 pelo senhor da guerra local do KMT, He Jian, que a encontrou junto do filho mais velho. Os agentes faziam questão de usar da imagem de Kaihui para desestabilizar Mao, forçando a jovem a renunciar publicamente aos ideais do partido e do marido.

Apesar de longas sessões de tortura, a companheira não se descaracterizou: “Você poderia me matar como quiser, você nunca conseguiria nada da minha boca”, teria dito aos captores, fazendo questão de preferir a morte do que a interrupção da ascensão política do cônjuge. Com isso, foi executada em 14 de novembro de 1930, com apenas 29 anos de idade.

Apesar de ter estabelecido novos relacionamentos nos anos seguintes, Mao Zedong sempre manifestou luto pela perda forçada da companheira, inclusive, usando a imagem da falecida para externar as dores — tanto em pinturas quando em poesias escritas pelo próprio líder.


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