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Matérias / Personagem

Zé Baiano, o ferrador de gente do bando de Lampião

Zé, conhecido em Sergipe por sua brutalidade, morreu há exatos 84 anos numa curiosa emboscada

André Nogueira Publicado em 07/06/2020, às 00h00

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Zé Baiano - Wikimedia Commons
Zé Baiano - Wikimedia Commons

Entre os cabras de Lampião, um que ficou famoso pela brutalidade e violência foi Zé Baiano, cuja vida íntima é repleta de incógnitas e lacunas. Integrando o bando de Lampião nos anos 1930, ele era famoso pela crueldade com pessoas que iam contra o movimento, principalmente mulheres que não seguiam normas estritas de comportamento. Também chamou atenção por enriquecer com assaltos e empréstimos.

No entanto, a principal atuação de Zé Baiano ocorreu no povoamento de Alagadiço, local onde Lampião realizara alguns ataques, assaltando moradores. A região foi invadida pela primeira vez em 1930, quando descobriram que a cidade era perfeita para o bando passar alguns dias em liberdade.

Além de ser um local estratégico e protegido, — sem grandes contatos com áreas maiores—, não tinha uma estrutura policial forte, estando aberta a atuações criminosas.

Numa das últimas visitas do cangaceiro a Alagadiço, em 1934, o líder bandoleiro deixou Zé Baiano como administrador local dos saques, ou seja, um comandante regional sob o nome do capitão. Ele passou a realizar patrulhas junto aos companheiros Chico Peste, Acelino e Demudado, com quem realizava roubos e abusava de sua autoridade concedida pelo Rei do Sertão.

Cidades como Frei Paulo, Alagadiço e arredores passaram a viver na lei de Zé Baiano, em que quase tudo se resolvia no facão e balas. As poucas passagens locais da polícia, que vivia perseguindo o bando de Lampião, eram inúteis. Os cangaceiros se escondiam em casas de fazendeiros e  matas locais. Ao mesmo tempo, ele também roubava de locais para emprestar dinheiro a comerciantes e lucrar com juros.

Zé Baiano / Crédito: Divulgação

Ganhou o apelido de Pantera Negra dos Sertões — por sua pele escura — e Ferrador de Gente, por um hábito infeliz: usava um ferro com as iniciais JB escaldante, pois era esquentado na brasa, para marcar a pele do rosto ou do púbis de moças dos quais os hábitos ele discordava.

Um coiteiro regional, chamado Antonio de Chiquinho, costumava estar entre os procurados pela polícia. Isso porque era o informante de Lampião sobre a posição das volantes que o perseguiam. Porém, com o tempo, cansado da vida de fuga e da violência dos cabras, o cúmplice dos cangaceiros decidiu livrar a cidade de Zé Baiano.

Ele montou uma emboscada contra o comandante regional e seus aliados, na cidade de Frei Paulo (Sergipe). Zé e mais três companheiros iriam receber alimentos na cidade quando Antonio e mais cinco homens iniciaram o ataque, os baleando naquele 7 de julho de 1936, numa luta sangrenta.

Placa no cemitério de Frei Paulo / Crédito: Divulgação/YouTube

Zé Baiano foi esfaqueado, baleado e, então, decapitado por Antonio. Porém, o fato gerou grande temor ao coiteiro e à população local: se imaginava que Lampião voltaria à cidade em busca de vingança. Então, mantiveram-se em silêncio por dias sobre o episódio, até que a informação fosse divulgada acidentalmente numa Festa de São João.

Nunca houve represálias do Rei do Cangaço. Isso porque foi convencido por Maria Bonita que uma vingança não valeria a pena, dado que a cidade ainda tinha um canhão para a defesa local e que Zé Baiano era um homem com uma imagem manchada por ter enriquecido com o dinheiro da população. A polícia do estado, porém, ao descobrir o fato, rumou à cidade de Frei Paulo, onde desenterraram os corpos e os analisaram, identificando os cangaceiros.

Os cadáveres, enterrados num formigueiro, estavam em estado avançado de putrefação. Os três aliados de Zé — e a cabeça decapitada do bandido — foram fotografados e seus corpos foram novamente enterrados no local. Atualmente, algumas partes estão a mostra em um túmulo no cemitério da cidade, aberto para o público.


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