Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Vitrine / Curiosidades

Como surgiu a prática racista 'blackface'?

Entenda como surgiu a prática conhecida por ridicularizar pessoas pelo tom de pele

Victória Gearini | @victoriagearini Publicado em 16/10/2021, às 09h00 - Atualizado em 20/05/2022, às 16h39

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Programa The Black and White Minstrel Show - Divulgação / BBC
Programa The Black and White Minstrel Show - Divulgação / BBC

Provavelmente você já deve ter escutado o termo “blackface”. A prática consiste em uma pessoa fenotipicamente branca pintar o corpo com o intuito de escurecer a pele. Com pelo menos 200 anos, o blackface era muito comum no passado e até mesmo aceito por grande parte da branquitude.

Mas afinal, você sabe como surgiu esta prática e por que ela é considerada racista? Se a resposta for não, o site Aventuras na História explica o porquê desta prática ser tão ofensiva. 

A origem 

Estima-se que o blackface tenha sido criado por volta de 1830, em Nova York, nos Estados Unidos. Na época, era comum que atores brancos pintassem seus corpos para representar personagens negros. Mas você deve estar se perguntando: por que não utilizavam artistas negros? A resposta é simples e lastimável: por conta do racismo. 

Na época, o teatro era somente feito por pessoas brancas. Já a população negra era proibida de subir aos palcos. Por outro lado, seus corpos, vivências e culturas eram ridicularizados pela branquitude, num verdadeiro “festival” de horrores. 

Já no século 20, começaram a surgir alguns atores negros. Contudo, o blackface continuou sendo utilizado por pessoas brancas. Por exemplo, em 1965, o ator britânico Laurence Olivier, escureceu o tom de sua pele para interpretar Otelo, de Shakespeare.

Laurence Olivier interpretando Otelo, de Shakespeare / Crédito: Divulgação / BRITISH HOME ENTERTAINMENT

Outro exemplo emblemático de blackface na TV foi feito no programa The Black and White Minstrel Show. Entre 1958 e 1978, o programa chegou a ganhar o prêmio Golden Rose of Montreux, em 1961.

Vale ressaltar, que embora tenha surgido por volta de 1830, é possível perceber os primeiros indícios de blackface desde os tempos de Shakespeare, quando pessoas brancas já escureciam o tom da pele.

A luta antirracista 

Ao longo das décadas, movimentos antirracistas ganharam força ao redor do mundo. O que antes era visto como símbolo de “entretenimento”, passou a ser repudiado e visto como algo racista. 

Em entrevista à BBC, o professor de Black Studies na Escola de Ciências Sociais da Birmingham City University, Kehinge Andrews, explicou que a prática é altamente ofensiva, uma vez que incorpora estereótipos negativos sobre pessoas negras. 

"O blackface tem raízes no racismo, que está ligado ao medo de pessoas negras e à ridicularização delas", explicou o professor.

Mesmo com todas as problemáticas envolvendo esta prática, ainda hoje, existem algumas pessoas que não conseguem enxergar a gravidade do assunto. Há quem veja o blackface como uma forma aceitável de entretenimento, reforçando o pacto da branquitude e legitimando o racismo. 

Programa The Black and White Minstrel Show / Crédito: Divulgação / BBC

Conforme os especialistas ouvidos pela BBC, em 2019, muitas pessoas que já fizeram blackface no passado não tiveram a intenção de ofender. Contudo, mesmo assim é importante resgatar a origem desta prática e compreender o racismo por trás dela, para nunca mais reproduzi-la.


+Saiba mais sobre o tema por meio de grandes obras disponíveis na Amazon:

O movimento negro educador: Saberes construídos nas lutas por emancipação, de NilmaLino Gomes (2017) - https://amzn.to/2AFfCFm

Ganhadores: A greve negra de 1857 na Bahia, de João José Reis (2019) - https://amzn.to/3eTrwdz

Caminhos trilhados na luta antirracista, de Zélia Amador de Deus (2020) - https://amzn.to/36YpZjn

Olhares Negros. Raça e Representação, de Bell Hooks (2019) - https://amzn.to/2z5XRP2

Cultura em movimento: matrizes africanas e ativismo negro no Brasil, de Elisa Larkin Nascimento (2008) - https://amzn.to/3czWUMh

Vale lembrar que os preços e a quantidade disponível dos produtos condizem com os da data da publicação deste post. Além disso, a Aventuras na História pode ganhar uma parcela das vendas ou outro tipo de compensação pelos links nesta página.

Aproveite Frete GRÁTIS, rápido e ilimitado com Amazon Prime: https://amzn.to/2w5nJJp

Amazon Music Unlimited – Experimente 30 dias grátis: https://amzn.to/2yiDA7W